Comissão mobilizará bancada para incluir Anel no PPA federal

A Comissão Especial do Anel Rodoviário vai agendar uma visita com o relator do Orçamento da União, solicitando a incl...

07/10/2003 - 21:12
 

Comissão mobilizará bancada para incluir Anel no PPA federal

A Comissão Especial do Anel Rodoviário vai agendar uma visita com o relator do Orçamento da União, solicitando a inclusão de rubrica orçamentária (indicação de recursos) especial para a via no Plano Plurianual do governo federal. O requerimento, apresentado pelo relator da comissão, deputado Célio Moreira (PL), foi aprovado durante audiência pública realizada nesta terça-feira (7/10/2003), com a participação do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) e da Secretaria Municipal de Estrutura Urbana, entre outros. Segundo o presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PTB), também será feita uma mobilização junto à bancada mineira no Congresso Nacional para tentar incluir nas propostas orçamentárias dos próximos quatro anos recursos para a rodovia.

De acordo com o coordenador de Obras Delegadas do Dnit, Carlos Rogério Caldeira de Lima, que representou o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, a garantia da liberação de recursos para o Anel nos próximos anos, com o objetivo de resolver os problemas estruturais da rodovia, só será possível com a existência de rubricas específicas com essa denominação. Caso contrário, emendas parlamentares com esse fim não poderão ser incluídas. "Essa é a principal preocupação do Ministério, pois os investimentos dos últimos anos não foram suficientes. Alguns trechos iniciados nos anos 80 não foram concluídos até hoje, o que atrapalha o tráfego e incentiva as ocupações irregulares", afirmou.

O coordenador de obras do Dnit destacou que o Orçamento de 2003 apresentou uma indicação genérica para adequação de rodovias federais, com montante destinado para toda Minas Gerais de R$ 44 milhões. Para ele, mesmo sendo uma quantia insuficiente, é importante que seja feita uma mobilização, já que ainda não existem limites para empenhos e execuções efetivas. De acordo com o supervisor da 6ª Unidade de Infra-estrutura Terrestre do Dnit, José Eduardo Rodrigues Cunha, a reestruturação completa do Anel envolverá recursos da ordem de R$ 150 milhões.

De quem é o domínio? - O secretário municipal de Estrutura Urbana, Paulo Roberto Takahashi, afirmou que o principal entrave da administração municipal, além da falta de manutenção permanente (o recapeamento, que deve ser a cada cinco anos, não é feito há dez) e das invasões, é a definição de quem é o domínio jurídico da área do Anel. "As chuvas estão se aproximando, mas, como a área é do Dnit, a prefeitura não pode tirar as 1.342 famílias que invadiram a área e lá moram", afirmou Takahashi.

Entidades acompanham reunião

A reunião foi acompanhada por representantes de diversas entidades que foram convidadas a acompanhar os trabalhos em caráter permanente, como o Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia (Crea/MG), a Polícia Militar Rodoviária Estadual, a Grambel, o Projeto Nepal e o Conselho Comunitário de Segurança Pública. O engenheiro João Fonseca, da Direção Consultoria Engenharia Ltda., e o diretor-presidente da Enecon SA Engenheiros e Economistas Consultores, Elzo Jorge Nassarala, empresas envolvidas nas obras do Anel, também participaram da reunião. "O projeto de duplicação e adequação dos 8 km entre a BR-356, no Olhos d´Água, e o entrocamento da avenida Amazonas, iniciado em setembro de 2000, foi paralisado três meses depois", afirmou João Fonseca.

Já Elzo Jorge Nassarala destacou a urgência na conclusão da obra, em andamento pela prefeitura, no outro principal trecho do Anel, que liga a avenida Amazonas à saída de Ipatinga (bairro Gorduras). A obra objetiva ampliar faixas, alargar obras e construir mais oito travessias (viadutos e passagens). "Esta é a estrada mais importante de Minas, e é encurralada pela cidade. Em alguns trechos, não existe um metro de distância entre a rodovia e a sarjeta", disse.

Críticas - "Nós, que vivemos à margem do Anel e precisamos atravessar todo dia, temos muito medo de morrer. As autoridades não conhecem o sentido da palavra prevenção, caso contrário a rubrica orçamentária já estaria definida", reclamou Natanael de Alcântara, da Associação de Moradores do bairro Vista Alegre. "Vamos ter que esperar mais acidentes e escândalos?", questionou. "O Anel Rodoviário é o 'corredor da morte', uma grande avenida de Belo Horizonte que contém várias irregularidades. Obras paliativas não sanam o problema, é preciso uma intervenção definitiva", endossou o relator, deputado Célio Moreira.

Pavimentação - Durante a audiência, o especialista em Engenharia de Valor Roger Veloso apresentou um estudo elaborado pela Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP) que indica alternativas para melhorar a segurança no Anel, como implantação de dez novas passarelas e aumento da altura da barreira de concreto para inibir travessia de pedestres pela pista. Ainda de acordo com esse levantamento, que foi encaminhado à Comissão Especial, a melhor solução para o recapeamento é o pavimento de concreto. Apesar da implantação ser 4% mais cara em relação ao asfalto, a economia anual seria, segundo o engenheiro, de R$ 4 bilhões.

Tema pode ser debatido em eventos da Assembléia

O deputado André Quintão (PT) reafirmou a importância da mobilização para incluir recursos para o Anel no Orçamento da União e destacou que o debate também pode ser feito durante as audiências públicas da Comissão de Participação Popular, da qual é presidente, para colher sugestões da sociedade ao Orçamento do Estado. A próxima audiência, nesta quinta-feira (9), será sobre transporte e infra-estrutura. Ao comentar a reflexão feita pelos convidados sobre a falta de articulação de políticas públicas entre gestores de cidades vizinhas, o deputado Fábio Avelar (PTB) citou outro evento que a Assembléia vai realizar, de 10 a 12 de novembro, o Seminário Legislativo Regiões Metropolitanas.

Visita - O presidente da comissão, deputado Fávio Avelar, confirmou que a Comissão Especial percorrerá trechos do Anel, em atividade técnica, na próxima segunda-feira (13).

Presenças - Participaram da reunião os deputados Fábio Avelar (PTB), presidente da comissão, Célio Moreira (PL), André Quintão (PT) e Jô Moraes (PCdoB), além dos convidados e entidades citados na matéria, do presidente do Instituto Horizonte e ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcos Sant'Anna, e de membros da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

 

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