Delegado de Igarapé é denunciado por crime de tortura
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembléia, deputado Durval Ângelo (PT), recebeu denúncias de vários
crimes de tortura que teriam sido cometidos pelo delegado de
Igarapé, Marco Túlio Fadel de Andrade, nos últimos dois meses. Os
relatos foram trazidos à comissão na última quinta-feira (2) pela
promotora de Justiça Luciana Telles Machado da Silva, que participou
de reunião fechada, acompanhada por várias vítimas e testemunhas da
cidade. As denúncias foram divulgadas em entrevista coletiva, nesta
sexta-feira (3/10/2003).
De acordo com Durval Ângelo, Igarapé vive hoje um
clima de terror, com a presença do delegado, sobre o qual pesam
várias outras acusações de tortura, principalmente contra menores de
idade. A promotora, uma juíza, um funcionário do Fórum e alguns
conselheiros tutelares da região estariam sendo ameaçados de morte.
O deputado distribuiu aos jornalistas cópia dos depoimentos colhidos
durante a reunião de quinta-feira e anunciou que fará visita ao
Fórum da cidade na próxima segunda-feira (6). Segundo ele, uma Ação
Civil Pública já foi protocolada na Comarca de Igarapé, solicitando
o afastamento do delegado Marco Túlio Fadel de Andrade.
Falsos policiais - Além do
delegado, vários funcionários da prefeitura, que trabalham na
delegacia de Igarapé, também estão sendo denunciados por
envolvimento nas sessões de tortura. Durval Ângelo garantiu que
encaminhará cópia dos documentos ao governador do Estado e à
Corregedoria de Justiça, para que os fatos sejam apurados com
rapidez. O deputado também vai pedir que a Justiça impeça que
funcionários de prefeituras atuem em delegacias como se fossem
policiais. "Muitos usam armas e carteiras falsas, o que deve ser
considerado crime de falsidade ideológica.", argumentou.
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