Acordo pode dar solução para o caso Várzea do Moinho, em Sabará

Na presença de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, um termo de com...

03/10/2003 - 15:18
 

Acordo pode dar solução para o caso Várzea do Moinho, em Sabará

Na presença de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, um termo de compromisso sobre a área conhecida como Várzea do Moinho, em Sabará, foi assinado nesta sexta-feira (3/10/2003) por um representante da prefeitura daquela cidade e diretores da Associação dos Lesados da Várzea do Moinho (Alvam). O documento foi sugerido pela deputada Marília Campos (PT). Pelo acordo, a associação se comprometeu a obter um documento assinado pelos antigos proprietários da área, as famílias Lagoeiro e Barbará, abrindo mão da posse do terreno. A prefeitura, por sua vez, garantiu que vai assentar cerca de 400 famílias no local logo que estiver com o documento em mãos. A reunião desta sexta foi realizada no Fórum Municipal de Sabará e contou com a presença da juíza titular do órgão, Maria Isabel Fleck.

Depois da assinatura do compromisso, os deputados Mauro Lobo (PSB) e Marília Campos (PT) levaram pessoalmente o documento ao prefeito Wander Borges. Ele se disse disposto a cumprir o acordo, desde que tudo seja feito dentro da lei, e garantiu aos deputados que vai solicitar a formação de uma comissão na Câmara Municipal para dar andamento ao processo. O deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, participou da reunião no Fórum, mas precisou retornar a Belo Horizonte devido a outros compromissos.

Novela - O caso da Várzea do Moinho se arrasta desde 1996, quando a prefeitura desapropriou, via decreto, o terreno a fim de realizar assentamentos de urgência. A área, porém, tinha sido comprada por 829 famílias no ano anterior, mas o registro do imóvel ainda não havia sido transferido para seus nomes. Por isso, a desapropriação foi feita em nome dos antigos proprietários. Passados mais de cinco anos da desapropriação, os assentamentos previstos pela prefeitura não foram realizados, o que invalidaria o decreto municipal. Diretores da Alvam denunciam o processo de degradação da área, com despejos de entulhos diversos e até assoreamento de uma lagoa.

A reunião desta sexta-feira, no Fórum, foi avaliada pelos presentes como a mais positiva desde 1997. O representante da prefeitura, Ozias Dolabella, garantiu que, tão logo seja recebido o documento no qual os antigos proprietários abrem mão da área de 420 mil m², as famílias serão assentadas. Apesar de terem sido 829 compradores, cerca de 400 famílias estão habilitadas a receber seus lotes. As outras desistiram ou entraram em acordo com a prefeitura para o recebimento de indenizações.

O deputado Mauro Lobo afirmou que a Comissão de Direitos Humanos sempre se pautou pelo respeito às partes cujos interesses costuma intermediar. Ele disse ao prefeito Wander Borges que a juíza Maria Isabel deixou claro que não via a postura da prefeitura como uma atitude de má-fé. Mauro Lobo e Marília Campos negaram que estivessem envolvidos com o caso por motivos políticos. "O que queremos é uma solução para o problema dessas pessoas, que se arrasta há oito anos", disse o deputado.

Presenças - Compareceram à reunião com a juíza Maria Isabel Fleck os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão; Marília Campos (PT); e Mauro Lobo (PSB). Participaram também a promotora do Ministério Público de Sabará, Marise Alves da Silva; o representante da prefeitura Ozias Dolabella; o advogado da Alvam, Willliam Santos; a presidente da Alvam, Jaqueline Luzia de Lima e Silva; e a vice-presidente da entidade, Magali Auxiliadora Campos.

 

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