Dia Nacional do Surdo é comemorado na Assembléia
"O surdo precisa do amor da família, do carinho dos
amigos, apoio na escola, de quem se interesse pela sua linguagem,
porta aberta para o emprego e para que seja feliz. Queremos que
todos ouçam, no Dia Nacional do Surdo, que o cidadão surdo tenha
seus direitos". Assim os alunos da Escola Estadual José Bonifácio
expressaram o desejo dos cidadãos surdos, no evento comemorativo do
Dia Nacional do Surdo, realizado nesta sexta-feira (26/09/2003) pela
Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Cerca de 20 entidades de apoio e dez escolas
participaram do encontro, que contou com diversas atividades
artísticas e culturais, como cama elástica, oficina de Libras,
palestras e apresentação teatral com os grupos Deaf Dance e Gestual
Ênfase; além de exposição de produtos artesanais, painéis com
colagens e história dos surdos, vídeos, telas, colchas de retalho e
almofadas. Cerca de 500 pessoas participaram do evento.
O presidente da Assembléia Legislativa de Minas
Gerais, deputado Mauri Torres (PSDB), foi representado pelo deputado
Leonardo Quintão (PMDB), que falou sobre a importância da
comemoração do Dia Nacional do Surdo. Segundo ele, no passado essa
data era um momento triste, quando se pensava nas dificuldades dos
surdos; no entanto, hoje, esse é um dia de alegria, quando os surdos
têm a oportunidade de mostrar suas qualidades, prestando serviços à
sociedade.
Quintão falou também da necessidade do poder
público realmente assumir a causa social dos surdos, a fim de criar
oportunidades de emprego para esse segmento da sociedade. Também
apresentou suas considerações o deputado Alencar da Silveira Júnior
(PDT), que afirmou que o evento realizado pela Assembléia
Legislativa é um exemplo que deveria ser seguido por todo o Estado e
pelo País. "Precisamos de apoio e não de discriminação e
preconceito", declarou.
A comemoração foi promovida pela Escola do
Legislativo, que mantém atividades de inclusão social para crianças,
jovens e adultos surdos, dentro do Programa Educação para a
Cidadania. Para o gerente-geral da Escola, Alaôr Messias Marques
Júnior, o evento demonstra a busca de uma aproximação maior da
Assembléia Legislativa com a sociedade, principalmente com os
surdos, que têm maior dificuldade de inserção e, por isso, a
preocupação com a sua cidadania é ainda mais justificada. Segundo
ele, existe uma proposta da Escola do Legislativo em avançar no
relacionamento com esses públicos especiais.
Participantes apóiam atividade comemorativa -
Para o pastor do Ministério com Surdos Ephatá,
entidade ligada à Igreja Batista da Lagoinha, Ronilson Lopes, o
evento contribuiu para a divulgação da cultura e da língua dos
surdos e para mostrar aos governantes quem é esse povo e que ele
deve ser respeitado.
É da mesma opinião o secretário da Fafich-UFMG,
Mário Lúcio Lopes, que falou, por meio de intérprete, da importância
de se usar o termo surdo e não deficiente auditivo, alegando
que eles não possuem uma deficiência, mas sim capacidades como
qualquer outro cidadão. Já as crianças das escolas Francisco Sales e
Júlia Paraíso, respectivamente, Hércules Jesus Oliveira e Pablo,
disseram, por meio de intérprete, que estavam se divertindo com as
atividades culturais, em especial com a cama elástica.
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