Projeto das oscips tem parecer favorável na Administração Pública

O Projeto de Lei (PL) 8/2003, que regulamenta a atuação das organizações da sociedade civil de interesse público (osc...

23/09/2003 - 18:03
 

Projeto das oscips tem parecer favorável na Administração Pública

O Projeto de Lei (PL) 8/2003, que regulamenta a atuação das organizações da sociedade civil de interesse público (oscips), recebeu parecer favorável da Comissão de Administração Pública da Assembléia de Minas nesta terça-feira (23/9/2003). Entre as alterações propostas pelo parecer, estão a permissão para o Estado ceder servidores para as oscips e a possibilidade dessas entidades assumirem a prestação de serviços tradicionalmente oferecidos pelo Poder Executivo. O relator da matéria foi o deputado Domingos Sávio (PSDB), que apresentou o substitutivo no 2.

Essas duas alterações do substitutivo foram defendidas pelo relator como forma de reduzir os gastos do Estado. "Tal movimentação (de servidores) pode ser extremamente vantajosa, principalmente se o agente for transferido sem ônus para a origem. A desativação de órgãos ou unidades administrativas e a conseqüente absorção de suas atividades também poderão resultar em considerável economia para o Estado", justifica o relator, em seu parecer.

Outra novidade do substitutivo no 2 é a fixação de normas específicas para selecionar as propostas das oscips, relativas ao edital e à seleção dos projetos. "Nem a proposição original nem o substitutivo no 1, da Comissão de Constituição e Justiça, contêm regras detalhadas sobre o concurso de projetos para a realização de atividades, eventos, consultorias, cooperação técnica e assessoria", justifica o relator. Domingos Sávio manteve a alteração apresentada pela CCJ, que eliminou a proibição das organizações sociais qualificarem-se como oscips. Todas essas mudanças, segundo o deputado, foram introduzidas após várias discussões com representantes do governo e da sociedade.

Projeto contempla 13 áreas de atuação

Pela redação original do PL 8, de autoria do deputado Leonardo Quintão (PMDB), são consideradas oscips entidades sem fins lucrativos que desenvolvam projetos em 13 áreas diferentes: assistência social, conservação do patrimônio histórico, educação, saúde, segurança alimentar, voluntariado, defesa do meio ambiente, esporte, combate à pobreza e desenvolvimento de tecnologias alternativas, além da "experimentação de sistemas alternativos de produção", da "assessoria jurídica de interesse suplementar" e da "promoção da ética, paz, cidadania, democracia e outros valores universais".

Para prestar esses serviços, as oscips contariam com recursos do Estado, com quem teriam que firmar um termo de parceria, cujo conteúdo também é disciplinado pelo projeto. Ficam proibidas de se qualificarem como oscips sociedades comerciais, cooperativas, sindicatos, partidos políticos, empresas de plano de saúde, instituições religiosas, escolas e hospitais privados. Antes de ser votado em 1o turno pelo Plenário, o projeto ainda tem que passar pelas comissões do Trabalho, Previdência e Ação Social e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

Deputados elogiam projeto - O PL 8 recebeu elogios dos deputados. "A criação das oscips poderá implicar considerável melhoria na qualidade dos serviços de interesse social, com reflexos altamente positivos na vida do cidadão", afirma Domingos Sávio, no parecer. O autor do projeto, deputado Leonardo Quintão, rebateu as acusações de que o projeto seria uma tentativa de "privatização branca". "A intenção não é privatizar área alguma da administração pública estadual, mas sim publicizar o trabalho do terceiro setor junto ao Estado", afirmou. Já a deputada Jô Moraes (PCdoB), que votou contra o parecer, criticou as alterações introduzidas pela CCJ e mantidas pela Comissão de Administração Pública. "É inadmissível a equivalência entre as oscips e as organizações sociais, conforme estabelece esse substitutivo", justificou a deputada, que prometeu apresentar em Plenário emendas para impedir essa equivalência.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Domingos Sávio (PSDB), presidente; Fábio Avelar (PTB); Leonardo Quintão (PMDB); e Jô Moraes (PCdoB).

 

 

 

 

 

 

 

 

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