Testemunhas afirmam: policiais queriam dinheiro do
barman
Em reunião fechada da Comissão de Direitos Humanos,
nesta terça-feira (23/9/2003), três funcionários do Hospital Odilon
Behrens confirmaram que um detetive e um delegado queriam apreender
o dinheiro e outros pertences do barman Anderson Rodrigues
Teixeira, que deu entrada sem vida na emergência daquela
instituição, após uma briga em que se envolveram policiais civis, em
26 de agosto. O detetive e o delegado teriam pressionado o setor de
Assistência Social para que entregasse esses bens, segundo as
testemunhas.
O vice-presidente da comissão, deputado Roberto
Ramos (PL), colheu depoimento dos três profissionais, que atuam em
áreas diferentes do hospital. Esta foi a terceira reunião fechada
onde os deputados ouviram membros da equipe hospitalar do Odilon
Behrens. Segundo o parlamentar, os depoentes disseram que o detetive
foi o primeiro a pressionar pela entrega do maço contendo R$
5.700,00, que a vítima levava num bolso interno do paletó. Queriam
também sua carteira, os documentos e um anel. Como a assistente
social negou-se a repassar os bens, o delegado de plantão no dia da
morte teria pressionado novamente, sem sucesso. Os pertences,
segundo as testemunhas, foram entregues à família da vítima.
Ramos acrescentou que o procedimento adotado pelo
hospital nos casos de morte no local é passar todos os pertences à
Assistência Social, que os encaminha à família. O deputado informou
que, na reunião desta quarta-feira (24) da Comissão de Direitos
Humanos, serão votados dois requerimentos com pedidos de informações
à Corregedoria de Polícia Civil. Um deles vai solicitar que sejam
informados os nomes do detetive e do delegado de plantão que teriam
pressionado pela entrega dos pertences do barman. O segundo
requerimento solicita o nome de todos os policiais que participaram
do incidente com Anderson Rodrigues Teixeira.
Presenças - Participaram
da reunião o deputado Roberto Ramos e as três testemunhas.
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