Amigas da Cultura recebem homenagem por seus 50 anos
"A Sociedade Amigas da Cultura faz parte não só da
vida como da memória afetiva de Belo Horizonte", afirmou o deputado
Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que representou o presidente da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Mauri Torres (PSDB)
na Reunião Especial que homenageou os 50 anos da Sociedade, nesta
segunda-feira (22/9/2003). Em seu discurso, o deputado enfatizou que
a arte e a cultura são a alma e o espírito de um povo, e destacou
ainda a promoção de cursos, peças teatrais e exposições, além da
coleção de arte sacra reunida pelas Amigas da Cultura e cedida em
comodato ao Museu Mineiro. "Esta talvez seja a maior prova do
espírito público destas mulheres, dispostas a dividir com o mundo a
posse de seu tesouro", disse.
O espírito de desprendimento das Amigas da Cultura
foi ressaltado também no discurso da deputada Maria Olívia (PSDB),
autora do requerimento para a realização da reunião. Ela citou que a
presidente e fundadora da sociedade, Anita Uxa, percebendo o acervo
limitado do Museu Casa Guignard, de Ouro Preto, doou seu próprio
retrato pintado pelo artista. Para a deputada, há 50 anos a
sociedade vem presenteando Minas Gerais com seu dinamismo, sua
persistência e a devoção com que traduzem sua relação espiritual com
a arte.
"A cultura sempre foi levada a sério por essas
mulheres que debateram o nascente estruturalismo, nos anos 70, e a
disciplina do amor, com Lygia Fagundes Telles, nos anos 80. O
barroco e o modernismo de Minas foram discutidos, assim como a
psicanálise e a interpretação dos sonhos. Por outro lado, jovens
mineiros talentosos não eram esquecidos, recebendo prêmios e bolsas
de incentivo para que pudessem desenvolver sua criatividade",
mencionou a deputada.
Em seu discurso, Anita Uxa, afirmou que a cultura
sempre será a barreira de defesa contra a barbárie e a violência.
"Por isso, o nome Amigas da Cultura nunca foi mudado e nunca perdeu
seu sentido", acrescentou. A homenageada lembrou a contribuição da
Assembléia, em 1967, para a aquisição da sede própria para as
reuniões da diretoria da sociedade, hoje entidade de utilidade
pública.
Anita Uxa recebeu das mãos dos deputados Dalmo
Ribeiro Silva e Maria Olívia uma placa alusiva à homenagem com os
seguintes dizeres: "Em 1953 surgia em Belo Horizonte um pequeno
grupo de mulheres interessadas em promover atividades artísticas e
culturais. Graças ao dinamismo, à determinação e ao pioneirismo de
suas integrantes, esse grupo cresceu e se formalizou, constituindo
uma sociedade que, desde então, vem desempenhando importante papel
no panorama cultural mineiro. A homenagem do Legislativo Estadual à
Sociedade Amigas da Cultura pelos seus 50 anos de fundação."
A presidente do Conselho da Sociedade Amigas da
Cultura, Letícia Nelson Senna, ofereceu flores à deputada Maria
Olívia, em agradecimento pela homenagem. A Banda da Polícia Militar,
sob a regência do Capitão Roberto de Matos, interpretou as músicas
"Esperança" e "Ibiza".
Em homenagem à dona Risoleta Neves, falecida neste
domingo (21), foi feito um minuto de silêncio, durante a Reunião
Especial.
Presenças - Compuseram a
mesa durante a solenidade, além dos citados acima, a ex-diretora e
atual conselheira da Sociedade Amigas da Cultura, Mariza Campos
Gomes da Silva; o procurador do Estado, José Maria Couto Moreira; o
secretário de Estado Adjunto de Cultura, José Oswaldo Lasmar; o
presidente da Academia Mineira de Letras, Murilo Badaró; e o
assessor especial do governador Aécio Neves, professor Aluísio
Pimenta.
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