Comissão pede mobilização em Brasília para garantir obras do
metrô
A Comissão Especial da Expansão do Metrô irá
mobilizar a bancada mineira em Brasília para reivindicar ao
Ministério das Cidades e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a
liberação dos quase R$ 42 milhões dos R$ 61 milhões previstos no
orçamento deste ano do governo federal, para as obras do metrô de
Belo Horizonte. Em visita às linhas de BH e Contagem nesta
quarta-feira (3/9/2003), o presidente da comissão, deputado Célio
Moreira (PL), e o relator, deputado Ivair Nogueira (PMDB), afirmaram
que a mobilização junto às lideranças do Estado também será feita
para garantir, no próximo orçamento, a inclusão de recursos para a
continuidade das obras do trecho Calafate/Barreiro, chamado Linha 2.
O custo total para o término desse trecho chega aos U$ 173 milhões,
que incluem gastos com trens, obras civis, sistemas e
desapropriação.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos
(CBTU), para esse trajeto, em 2003, foram liberados apenas R$ 254
mil dos R$ 35,3 milhões aprovados. Desde o início das obras, em
setembro de 1998, o montante liberado foi de 29% do total aprovado.
O superintendente da CBTU, Júlio César de Azevedo Braga, pontuou,
entre os problemas que as restrições orçamentárias podem causar, a
perda dos serviços executados e da terraplanagem e a possível
invasão da faixa de domínio já desapropriada, que corresponde a 16%
do total. "Novas invasões e benfeitorias em imóveis já cadastrados
podem aumentar o custo de desapropriação", alerta. A Linha 2 terá
pelo menos seis estações e 10 km de trajeto. Quando concluída,
atenderá a um público de 140 mil pessoas por dia. Uma sétima estação
poderá ser construída se houver autorização da Companhia
Manesmann.
Prejuízo - O vereador de
Belo Horizonte Totó Teixeira, que também participou da visita,
lembrou que o contrato para a execução das obras, a cargo do
consórcio BH Metrô, vence em dezembro próximo. "Se houver
paralisação, tudo terá de ser licitado novamente", disse. A situação
se agrava, conforme afirma o superintendente da CBTU, devido ao
prazo de entrega exigido pelos fornecedores: cerca de 30 meses. "Se
pararem as obras do jeito que está, é prejuízo na certa. E quando
vierem as chuvas de fim de ano?", questionou o deputado Célio
Moreira.
Outro trecho gastará mais R$ 21,5 milhões
Em relação ao trecho da Linha 1, que liga as
estações Eldorado e Vilarinho, a conclusão ainda tem um custo
estimado de R$ 21,5 milhões - sendo que ainda não foram liberados
35% dos R$ 28 milhões aprovados pelo orçamento. A primeira parte da
linha, que liga o Barreiro ao São Gabriel, foi iniciada em 1981 e
entrou em operação plena somente 20 anos depois, em 2001. É a
segunda parte, que vai do São Gabriel ao Vilarinho, que agora
precisa dos recursos. A verba será usada para implantar o sistema de
sinalização automática, o novo saguão na estação Central, o Terminal
de Integração José Cândido da Silveira e do Controle de Tráfego por
Área (sistema de "semáforos inteligentes" no Centro de BH).
Sinalização - A falta da
sinalização automática, que ocasionou, no começo deste ano, batida
entre trens com saldo de 74 feridos, é uma das providências mais
necessárias. A conexão entre os trajetos Barreiro/São Gabriel e São
Gabriel/Vilarinho está sendo feita por baldeação - o que provoca
atraso na viagem, já que o único trem oferecido pela linha circula a
cada 26 minutos. Segundo o superintendente da CBTU, a liberação,
ainda em setembro, de R$ 8,45 milhões incluídos no atual orçamento
vai garantir que o sistema de sinalização esteja pronto em julho de
2004.
Com 19 estações, a Linha 1 tem extensão de 30 km.
Os projetos da CBTU prevêem integração com o tráfego de ônibus da
capital e Região Metropolitana, incluindo a transferência do
terminal rodoviário de Belo Horizonte do Centro para o Calafate. A
CBTU estima que, ao final das obras, as viagens diárias de metrô
aumentarão de 110 mil para 400 mil, com conseqüente redução de 8 mil
viagens de ônibus por dia entre a região central de BH e as
principais avenidas.
Presenças - Participaram da
visita os deputados Célio Moreira (PL), presidente; e Ivair Nogueira
(PMDB).
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