Superávit de R$ 500 milhões do 1º quadrimestre não se repetirá

A arrecadação proveniente do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a política de contenção de ga...

03/09/2003 - 15:28
 

Superávit de R$ 500 milhões do 1º quadrimestre não se repetirá

A arrecadação proveniente do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e a política de contenção de gastos adotada nos primeiros cem dias do governo Aécio Neves fizeram com que as receitas do Estado superassem as despesas em R$ 500 milhões no primeiro quadrimestre deste ano. A informação foi prestada nesta quarta-feira (3/9/2003) pela diretora da Superintendência Central de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Luzia Soraia Silva Ghader, aos integrantes da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa.

A reunião foi realizada em cumprimento ao que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê a prestação de contas, por parte do Poder Executivo, do cumprimento das metas fiscais estabelecidas para o Estado, referentes ao primeiro quadrimestre de 2003. Representando o secretário Antônio Augusto Anastasia, Soraia apresentou números sobre a arrecadação e as despesas do governo estadual. Segundo ela, o superávit registrado no primeiro quadrimestre não deve se repetir nos próximos, pois o governo não contará com receitas do IPVA, que é pago no início do ano. Além disso, os gastos governamentais estarão mais próximos da realidade a partir de agora, afirmou.

Segurança é uma das prioridades

A diretora apresentou também os projetos prioritários do governo estadual para este ano, atendendo a um questionamento do deputado Ermano Batista (PSDB), presidente da comissão. Um dos principais projetos é o plano de segurança, que contará com R$ 50 milhões do governo federal, R$ 15 milhões de contrapartida do Estado e outros R$ 31 milhões provenientes de receitas ordinárias previstas pelo Orçamento 2003. A maior parte desses recursos será usada na construção e reforma de penitenciárias e centros de recuperação de menores infratores.

Os outros projetos listados pela diretora são: Programa Viva Vida; Farmácia de Minas; Atenção Especial ao Bolsa-Escola; Modernização e Gestão Ambiental; Monitoramento, Controle e Fiscalização Ambiental; e Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Florestal Sustentável do Estado. Como ela não especificou as fontes de financiamento e nem o volume de recursos que serão destinados a cada um desses projetos, a deputada Marília Campos (PT) apresentou um requerimento - aprovado - para que a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão preste essas informações.

Respondendo a questionamento da deputada sobre os motivos que fizeram o governo gastar 0,21% do orçamento na assistência social, quando o previsto era 0,30%, Soraia disse que isso se deve à política de corte de gastos do governo, que tem atingido todas as áreas. Ela lembrou que a situação nos demais Estados da Federação não é muito diferente. A diretora deu a mesma justificativa para explicar que o governo gastou, no primeiro quadrimestre, aproximadamente a metade do que deveria, ou seja, 10,75% do orçamento. Ainda segundo ela, as despesas com pessoal representam 75% da arrecadação total do Estado.

O deputado Sebastião Helvécio (PDT) mostrou-se preocupado com a fiscalização do setor automotivo, o maior gerador de ICMS no Estado. O assessor da Secretaria de Estado da Fazenda, Antônio Donizeti, que representou o secretário Fuad Jorge Noman Filho, disse que essa fiscalização está contemplada pelo projeto de substituição tributária do governo estadual. Respondendo ao deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), ele negou que haja alguma sanção, por parte do governo federal, relativa às dívidas do Estado referentes a 2002.

Comissão aprova parecer a nove projetos de lei

Na segunda parte da reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, os deputados apreciaram nove proposições. Todas elas receberam parecer pela aprovação. O PL 225/2003, do deputado Pastor George (PL), estabelece que os ônibus intermunicipais contem com equipamentos de rádio ou aparelhos celulares para serem utilizados em caso de emergência. Em seu parecer, o deputado José Henrique (PMDB) sugeriu uma subemenda à emenda nº 3, apresentada pela Comissão de Constituição e Justiça, que suprime artigo que trata da aplicação de multa em caso de descumprimento da futura lei. Pela subemenda, quem não respeitar a lei estará sujeito a multa de mil Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs).

Outro projeto que teve o deputado José Henrique como relator foi o PL 545/2003, do deputado Chico Simões (PT). Pela proposição, a Secretaria de Estado da Saúde oferecerá apoio técnico e financeiro aos municípios, além de prestar serviços suplementares de saúde. O parecer do relator foi pela aprovação na forma do substitutivo 1, apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça.

PL combate superlotação em presídios

O Projeto de Lei 370/2003, do deputado Durval Ângelo (PT), também teve seu relatório lido pelo deputado José Henrique, apesar de a relatoria ser do deputado Gil Pereira (PP), que precisou ausentar-se da reunião antes de seu término. O PL estabelece número máximo de detentos nas unidades prisionais do Estado, de forma que elas não fiquem superlotadas. O parecer foi pela aprovação na forma do substitutivo 1 da Comissão de Segurança Pública. O relator opinou pela rejeição das emendas 1 a 5 da Comissão de Constituição e Justiça e também apresentou a emenda nº 6, que determina que as despesas orçamentárias para o cumprimento desta lei vão obedecer às exigências do artigo 16 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000).

A deputada Marília Campos (PT) leu o relatório elaborado pelo deputado Chico Simões (PT), favorável à aprovação do PL 138/2003, do deputado Carlos Pimenta (PDT), que obriga a manutenção de profissional treinado em primeiros socorros nos eventos promovidos pelo Estado. O relator apresentou a emenda nº 1, que aprimora a redação da proposição ao suprimir o parágrafo 1º do artigo 1º.

A comissão aprovou ainda pareceres favoráveis a projetos de doação e reversão de imóveis a municípios e entidades do Estado. O Projeto de Lei 150/2003, do deputado Carlos Pimenta, não foi apreciado porque o relator, deputado Sebastião Helvécio, pediu prazo regimental para apresentar seu parecer. A proposição determina que o governo do Estado destinará 50% do lucro líquido obtido com a Loteria Mineira à Fundação Ezequiel Dias, dinheiro que será utilizado na compra de matéria-prima para a fabricação de medicamentos genéricos.

Presenças - Compareceram à reunião os deputados Ermano Batista (PSDB), presidente; Sebastião Helvécio (PDT); José Henrique (PMDB); Gil Pereira (PP); Marília Campos (PT); Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); Mauro Lobo (PSB); e Chico Simões (PT). Participaram também a diretora da Superintendência Central de Planejamento da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Luzia Soraia Silva Ghader; o assessor da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), Antônio Donizeti, o auditor setorial da SEF, Osmar Teixeira, e o diretor de Acompanhamento Operacional da SEF, Nilson Eustáquio.

 

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