Autoridades homenageiam os 150 anos de Teófilo Otoni

O sesquicentenário de fundação da cidade de Teófilo Otoni foi comemorado com reunião especial no Plenário da Assemblé...

01/09/2003 - 17:44
 

Autoridades homenageiam os 150 anos de Teófilo Otoni

O sesquicentenário de fundação da cidade de Teófilo Otoni foi comemorado com reunião especial no Plenário da Assembléia, por iniciativa da deputada Maria José Haueisen (PT), que representa a cidade, na noite da última sexta-feira (29/8/2003). Personalidades como o ministro Nilmário Miranda, secretário nacional de Direitos Humanos, e a deputada Elbe Brandão (PSDB), secretária extraordinária de Estado para o Desenvolvimento dos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e Norte de Minas, compuseram a mesa da solenidade, que foi presidida pelo líder da oposição na Casa, deputado Rogério Correia (PT).

A tônica dos discursos foi a saga dos imigrantes alemães, suíços, holandeses, libaneses e chineses trazidos pela Companhia do Mucuri como força de trabalho em plena vigência da escravatura, e a visão empreendedora de Teófilo Benedito Ottoni, mineiro do Sêrro que levou o desenvolvimento à região Nordeste de Minas. "Teófilo Otoni construiu a primeira estrada de rodagem carroçável de Minas, com 178 km, conduziu a primeira experiência de colonização privada bem-sucedida do Brasil e, um século antes do Marechal Rondon, não permitia que seus empregados disparassem contra os índios", afirmou Gilberto Porto, presidente da Associação dos Familiares e Amigos de Teófilo Otoni (Afato).

José Carlos Pimenta, também da Afato, revelou que Teófilo Otoni trouxe uma tipografia do Rio de Janeiro e montou o jornal "Sentinela do Sêrro", através do qual combatia o despotismo do primeiro reinado. Para Pimenta, o fundador "trouxe a esse vale opulento os benefícios da civilização", e a Companhia do Mucuri só abriu falência porque a Coroa decidiu sufocá-la.

Cidade ainda luta por universidade

Desde o final da companhia, segundo os oradores, a região só recebeu um plano de desenvolvimento no Estado Novo de Getúlio Vargas, e até hoje não viu instalada a escola superior sonhada pelo fundador e depois pedida pelo povo ao Governo João Goulart. No entanto, a cidade é tida como exemplar no ensino público, tendo como representante do setor, a deputada Maria José Haueisen, que foi professora de duas gerações de teófilo-otonenses, e nas manifestações artísticas, como as mostradas na solenidade, poesia, canto e dança.

Um dos alunos da deputada foi o ministro Nilmário Miranda, que viveu na cidade de 1947 a 1965. Ele lembrou a efervescência política da cidade durante sua adolescência, nos anos que precederam o golpe de 64, e a prisão de seu pai. "A revolução cubana e o Concílio Vaticano II mexiam com o imaginário de todos nós. Guiava-nos o próprio exemplo do fundador, que foi ativista político. A Companhia do Mucuri, mais que um empreendimento, era um projeto político, nos moldes do socialismo utópico de Proudhon. Era um núcleo civilizatório, baseado na pedagogia do exemplo. Teófilo Otoni foi para Minas o que Mauá foi para o Rio, Vergueiro para São Paulo e Delmiro Gouvêia para o Nordeste", ensinou o ministro.

A mensagem da secretária Elbe Brandão foi de otimismo. Segundo ela, o governador Aécio Neves deixará a marca do seu governo na região, porque ali começou sua trajetória política. Anunciou a liberação de R$ 2 milhões para os hospitais do Jequitinhonha e Mucuri, e um convênio de transferência de renda, em que mil mulheres serão treinadas para combater a mortalidade infantil, que é de 52 óbitos por mil nascidos na região. Os métodos, segundo Elbe Brandão, serão os da Pastoral da Criança, que atingiu o índice de 6 óbitos por mil.

 

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