Diretor diz que Estado construirá 103 mil casas nos próximos anos

Nos próximos quatro anos, o governo do Estado pretende construir 103 mil unidades habitacionais para famílias de baix...

28/08/2003 - 20:00
 

Diretor diz que Estado construirá 103 mil casas nos próximos anos

Nos próximos quatro anos, o governo do Estado pretende construir 103 mil unidades habitacionais para famílias de baixa renda, informou o superintendente de Infra-Estrutura da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Sílvio André de Oliveira. Ele participou de audiência pública da Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas nesta quinta-feira (28/8/2003).

O objetivo da reunião, realizada a pedido da Ação Social Arquidiocesana, foi discutir a 1a Conferência das Cidades de Minas Gerais, que acontece nos dias 22 e 23 de setembro. Esse encontro é uma etapa preparatória para a 1a Conferência Nacional das Cidades, entre os dias 23 e 26 de outubro, quando serão discutidos os principais problemas das cidades brasileiras, como habitação, saneamento e transporte urbano. O deputado Biel Rocha (PT) informou que as duas conferências são decisões do Ministério das Cidades, demonstrando a valorização que o governo Lula dá aos setores organizados, que são chamados a participar e propor soluções para as cidades. A conferência de Minas, de acordo com Biel, aponta para a criação do Conselho Nacional das Cidades.

Falta de recursos é obstáculo

Segundo Sílvio André de Oliveira, a meta de 103 mil unidades habitacionais estará presente no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), que o governo do Estado deve enviar para a apreciação da Assembléia no mês que vem. Entre os 17 projetos prioritários que integram o PPAG, dois são relativos à habitação e ao saneamento.

Mas a concretização desses projetos esbarra na falta de recursos, que é o principal obstáculo para a definição de uma política habitacional para o Estado, de acordo com Sílvio. "É preciso forçar o governo a fixar quanto será aplicado nos projetos habitacionais. Quando tivermos a garantia de recursos, poderemos sentar com os movimentos populares e definir o modelo do programa habitacional do Estado", explicou, para a platéia de integrantes de movimentos populares de luta pela moradia.

Outra forma de reduzir o déficit habitacional do Estado, de acordo com o superintendente, é aprovar emendas ao orçamento da União para 2004. Ele espera que a bancada mineira no Congresso consiga incluir no orçamento federal, por meio de emendas, a destinação de R$ 32 milhões para melhorias de 10 mil casas e R$ 5 milhões para construir moradias para os atingidos pelas enchentes de 2002 e 2003 em Minas.

Secretária cobra integração entre União, estados e municípios

A secretária municipal de Habitação de Belo Horizonte, Maria Gezica Valadares, cobrou maior integração entre União, Estado e municípios e o diálogo com os movimentos populares na elaboração de políticas públicas de habitação. Ela também cobrou a criação de um conselho estadual para formulação de políticas públicas de habitação e o acompanhamento da alocação de recursos. Segundo a secretária, em Belo Horizonte, o déficit habitacional é de 50 mil unidades.

A representante da Ação Social Arquidiocesana (Asa), Lúcia Diniz, lamentou que o Estado de Minas nunca teve política pública para a área de moradia. Com o objetivo de mudar essa realidade, na última semana, a Asa entregou ao governador, na presença do arcebispo metropolitano, Dom Serafim Fernandes, uma proposta de políticas públicas para moradia no Estado. Segundo ela, trata-se de "uma proposta séria, viável, que propõe, inclusive, as fontes de recursos". Lúcia acrescentou que sua entidade busca absorver boas idéias na área social e tenta viabilizá-las, por meio de parcerias com o Poder Público estadual e municipal e com a iniciativa privada.

Conferência Estadual vai contar com mil delegados

O superintendente de Desenvolvimento Regional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Erasmo Apgava, apresentou alguns números da Conferência Estadual: cerca de mil delegados, entre representantes do Estado, municípios, entidades representativas, Ongs, Poder Público Estadual e Municipal. Até agora, segundo ele, 420 municípios confirmaram participação. Apgava considerou a iniciativa muito feliz afirmando que seria o equivalente "a libertar a garganta entupida da população brasileira".

O superintendente da Caixa Econômica Federal, Dimas Lamounier, disse que a empresa vai participar da conferência por ser um agente do governo federal na área habitacional. Com a criação do Ministério das Cidades, a Caixa passou a exercer um papel ainda mais decisivo no financiamento da habitação, oferecendo linhas de crédito para todas as classes. Ele defendeu também que, além da Caixa, outros bancos também financiassem a habitação no Brasil, como determina a lei. E pediu o apoio dos deputados para que fizessem pressão nesse sentido.

Parecer - Na reunião, foi aprovado parecer do deputado Mauro Lobo (PSB) pelo acatamento da Proposta de Ação Legislativa nº 3/2003, do Movimento Graal do Brasil. A proposta solicita uma audiência pública para dar continuidade ao processo de criação e adequação de uma legislação específica para a Economia Solidária no Estado. O principal tema a ser discutido será a criação de um selo diferencial para os produtos e serviços dessa modalidade de economia. A audiência dará continuidade às discussões do Ciclo de debates "A outra Economia Possível: A Economia Solidária", realizado na Assembléia, em 13 de junho deste ano.

Na fundamentação do parecer, o relator, deputado Mauro Lobo, destaca a importância com que o tema já vem sendo tratado pela Assembléia, citando a tramitação de um Projeto de Lei sobre o assunto: o PL 830/2003, de autoria do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que institui o Selo Economia Solidária. Essa certificação servirá para identificar empreendimentos direcionados à execução de políticas públicas de crédito, comercialização, desenvolvimento tecnológico e formação adequadas às necessidades da Economia Solidária. O relator manifesta-se pela realização da audiência pública em reunião conjunta das comissões de Participação Popular e do Trabalho, da Previdência e da Ação Social.

Relator - Também designado como relator da Proposta de Ação Legislativa nº 4/2003, de autoria da Associação dos Catadores de Papel de Belo Horizonte (Asmare), o deputado João Bittar (PL). A proposta solicita audiência pública, na abertura do 2º Festival Lixo e Cidadania (de 27/10 a 2/11/2003), para discutir a erradicação dos lixões e a inserção dos catadores nos programas de coleta seletiva.

Requerimentos - Dois requerimentos do presidente da comissão, deputado André Quintão (PT), foram aprovados. O primeiro requer a realização, no mês de setembro, de fórum técnico ou debate público, para apresentação e discussão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2003/2007 e do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI). Outro requerimento solicita o envio de ofício ao governador e ao prefeito de Belo Horizonte, com vistas à formalização de parceria entre o Estado e o município para promover a oferta de ensino médio estadual na Escola Municipal Professor Milton Lage, situada na Rua A, 70, bairro Jardim Vitória.

Presenças - Participaram da reunião os deputados André Quintão (PT), presidente da comissão; Leonardo Quintão (PMDB), Mauro Lobo (PSB), Olinto Godinho (PSDB), Sidinho do Ferrotaco (PL), substituindo o deputado João Bittar (PL); Miguel Martini (PSB), Maria Tereza Lara (PT), Biel Rocha (PT), Marília Campos (PT) e Laudelino Augusto (PT).

 

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