Autoridades não comparecem a reunião sobre asilos de Santa Luzia

A audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de Minas nesta quarta-feira (13/8/2003)...

13/08/2003 - 16:06
 

Autoridades não comparecem a reunião sobre asilos de Santa Luzia

A audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de Minas nesta quarta-feira (13/8/2003), em Santa Luzia, sobre a situação dos asilos que estariam funcionando irregularmente na cidade, foi marcada pela ausência dos chefes dos Poderes Executivo e Legislativo locais, bem como de seus representantes. Em junho, o Ministério Público propôs à Prefeitura de Santa Luzia um Termo de Ajustamento de Conduta para acabar com os maus-tratos e abandono dos idosos e deficientes mentais nos asilos do município. No início de julho,
a Justiça do Estado concedeu liminar favorável à ação civil pública movida contra a prefeitura, que se recusou a assinar o Termo. A liminar, que determinou o fechamento dos asilos, não foi cumprida.

O promotor responsável há poucos dias pela ação civil, Ubiratan Domingues, afirmou que irá começar a analisar os autos do processo. Segundo ele, se ficar comprovado o descumprimento da decisão judicial, o prefeito Carlos Calixto (PFL) será responsabilizado criminalmente, além de poder sofrer, paralelamente, pedido de cassação ou intervenção no município. A delegada Rita de Cássia Januzi disse que o inquérito policial aberto para apurar as denúncias já está quase concluído e que Síria Maria Fernandes, suspeita de promover um "comércio" de idosos em Santa Luzia, responderá por delitos de estelionato e maus-tratos. "Os familiares que abandonaram os idosos também responderão por delito de abandono material", destacou.

Os deputados presentes lamentaram a ausência de representação da Prefeitura e da Câmara Municipal. De acordo com o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), as denúncias sobre os maus-tratos estão sendo acompanhadas desde o início e a Comissão de Direitos Humanos continuará seguindo os desdobramentos do caso. O deputado Roberto Ramos (PL), autor do requerimento que originou a reunião, criticou a negativa da Câmara Municipal de Santa Luzia em ceder espaço para a realização da reunião e endossou que o trabalho da comissão continuará firme no combate aos maus-tratos. O deputado Mauro Lobo (PSB) completou: "O problema dos idosos em Santa Luzia não é local, mas sim um assunto de interesse de todo o Estado".

Requerimentos aprovados

A Comissão de Direitos Humanos enviará ofício à Polícia Civil de Santa Luzia solicitando cópias dos inquéritos policiais em curso, e também os já encerrados, sobre a exploração de idosos. O requerimento foi apresentado pelo deputado Roberto Ramos. O deputado Durval Ângelo apresentou outros dois requerimentos, aprovados. No primeiro, solicita que seja feita reunião sobre a situação dos africanos que vivem no País e, especificamente, em Belo Horizonte. Um dos objetivos é debater as dificuldades encontradas por eles para ter acesso ao mercado de trabalho.

O outro requerimento determina que seja feita uma visita à direção da Fiat, com o objetivo de fazer um apelo humanitário à empresa a respeito do tratamento médico da filha do operário Juarez da Silva Chaves. O tratamento estava sendo garantido por uma liminar, cassada, e por isso foi suspenso, mesmo sem a publicação do acórdão.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, Roberto Ramos (PL) e Mauro Lobo (PSB).

 

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