Projetos tratam da fiscalização de recursos do Somma e de ICMS

Estão prontos para serem analisados pelo Plenário da Assembléia de Minas mais cinco projetos, analisados nesta quarta...

13/08/2003 - 16:29
 

Projetos tratam da fiscalização de recursos do Somma e de ICMS

Estão prontos para serem analisados pelo Plenário da Assembléia de Minas mais cinco projetos, analisados nesta quarta-feira (13/8/2003) pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, em 1º turno. Eles tratam, entre outros assuntos, da ampliação do prazo de recolhimento do ICMS por fábricas de malhas; de redução da alíquota do imposto; e da fiscalização da aplicação de recursos do Programa Novo Somma. A comissão aprovou pareceres sobre nove proposições no total, todas elas prontas agora para análise pelo Plenário.

Cerca de 1,2 mil pequenas fábricas de malhas do Sul de Minas poderão ser beneficiadas, caso seja aprovado o Projeto de Lei (PL) 79/2003, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT). O projeto autoriza o Executivo a criar concessão especial de recolhimento do ICMS para artefatos de tricotagem. Segundo o relator, deputado Sebastião Helvécio (PDT), o projeto tem natureza autorizativa e pretende ampliar o prazo de recolhimento do ICMS para 180 dias a partir do mês subseqüente à data de ocorrência do fato gerador, beneficiando esse setor. Hoje, o recolhimento ocorre no final do mês subseqüente ao da venda da mercadoria.

De acordo com o parlamentar, exige-se dessas fábricas de malhas do Sul, que trabalham com cheques pré-datados e fecham negócios a longo prazo, o mesmo prazo de recolhimento de ICMS aplicado a indústrias que, por exemplo, efetuam vendas à vista. O relator lamentou, por outro lado, a falta de informações, pela Secretaria de Estado da Fazenda, do impacto financeiro da medida, apesar de solicitação feita pela Assembléia.

Projeto traz novas regras para fiscalização de recursos do Somma

Também está pronto para ser discutido e votado pelo Plenário o PL 609/2003, do deputado Durval Ângelo (PT), que define critérios e normas de fiscalização para a implantação, o financiamento e a execução do Programa Novo Somma (Programa de Modernização Institucional e Ampliação da Infra-estrutura em Municípios do Estado de Minas Gerais). O projeto estipula critérios para a atuação da Alemg na fiscalização, controle e acompanhamento dos contratos de empréstimos firmados entre o BDMG e os municípios mineiros, em razão da implantação do Novo Somma. Instituído por resolução do banco, ele propicia uma linha de crédito para ser aplicada em atividades relativas ao saneamento básico e ambiental, infra-estrutura urbana, desenvolvimento urbano, aquisição de patrulha mecanizada e fortalecimento institucional. Vale lembrar que os recursos originários do antigo Fundo Somma foram destinados ao aumento de capital social do BDMG.

CPI - A Lei 13.848/2001 determina que o BDMG deve repassar à Alemg, trimestralmente, as seguintes informações relacionadas à execução do programa Novo Somma: saldo disponível para aplicação de recursos; listagem dos pedidos protocolados; listagem das operações realizadas e respectivos encargos cobrados; projetos em implantação e respectivas fiscalizações; irregularidades apuradas nas fiscalizações realizadas. O PL 609 inclui, nessas obrigações, o detalhamento específico da participação de municípios envolvidos em irregularidades apuradas e apontadas no relatório final da CPI do Fundo Somma, cujo término ocorreu em maio de 2001. Naquela época, foram constatadas irregularidades em Bocaiúva, Frutal, Itajubá, Patrocínio, Pará de Minas, São Sebastião do Paraíso e Unaí.

O projeto também estabelece outras três medidas para um maior controle e transparência na aplicação de recursos do Novo Somma: o BDMG encaminhará informações prévias sobre o projeto e os recursos pretendidos pelo município solicitante ao órgão do Ministério Público local, responsável pela defesa do patrimônio público; será encaminhada previamente à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária a documentação referente à nova habilitação daqueles municípios que tenham sido investigados e considerados irregularidades na CPI; a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas, com o auxílio do Tribunal de Contas, fiscalizará a execução de obras realizadas com recursos do Novo Somma.

O relator, deputado José Henrique (PMDB), opinou pela aprovação com as emendas nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, e nº 2, apresentada por sugestão do deputado Mauro Lobo (PSB). A emenda nº 2 prevê a publicação, no "Minas Gerais" e no portal do governo do Estado na internet, de informações referentes aos financiamentos liberados aos municípios em razão do Programa Novo Somma. A emenda nº 1 suprime o inciso II do artigo 1º. Esse inciso proibia contratos com os mesmos agentes públicos que tivessem sido investigados e responsabilizados por irregularidades na instrução dos processos licitatórios, na formalização de documentação ou na própria execução dos projetos do Programa de Saneamento Ambiental, Organização e Modernização dos Municípios (Somma). De acordo com a CCJ, não é razoável impor sanções ao município e penalizar os cidadãos, quando o verdadeiro destinatário da punição deveria ser o agente público municipal - que pode sofrer sanções administrativas e judiciais pelos erros cometidos.

Projeto que reduz alíquota de ICMS recebe substitutivo

Outra proposição analisada pela comissão foi o PL 513/2003, do deputado Ermano Batista (PSDB), que reduz a alíquota de ICMS em operações internas destinadas ao comércio. No parecer, lido em reunião anterior e aprovado nesta quarta, o deputado Gil Pereira (PP) apresentou o substitutivo nº 1. Esse substitutivo reduz em dois terços a alíquota do ICMS realizada com qualquer mercadoria industrializada destinada ao comércio e à indústria, exclusivamente nas operações internas. Essa redução incidirá sobre o montante da alíquota aplicada nas operações destinadas ao consumo. Originalmente, o projeto reduz a alíquota aplicada em geral para as mercadorias destinadas ao consumo, em favor da circulação de mercadorias industrializadas, semi-acabadas e semi-elaboradas, destinadas ao comércio e à indústria.

A alíquota será arredondada para mais, quando se verificar fração superior a cinco décimos (0,5) ou para menos, quando for igual ou inferior a cinco décimos. Isso não poderá implicar, em nenhuma hipótese, incidência direta de alíquota inferior à maior alíquota aplicada nas operações interestaduais. Regulamento do Executivo estabelecerá, em 60 dias, as condições para implementar o benefício. O relator lembra que, como a alíquota interestadual aplicável na Região Sudeste é de 12% e a alíquota genérica interna destinada ao consumo é de 18%, a redução em dois terços não atinge, a rigor, percentual superior a 12%. O substitutivo também define diretamente, no texto da futura lei, o alcance do benefício para qualquer mercadoria industrializada, já que o conceito de mercadorias semi-elaboradas e semi-acabadas tem provocado controvérsia.

Projeto que restitui IPVA a proprietário de veículo roubado tem parecer pela rejeição

Teve parecer pela rejeição, aprovado, o PL 426/2003, do deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL). Relatado pelo deputado Jayro Lessa (PL), o projeto está agora pronto para o Plenário. Ele obriga o poder público a restituir, de forma integral ou parcial, o IPVA aos contribuintes que tiverem o veículo roubado, furtado ou extorquido, significando perda definitiva ou temporária do bem. Hoje, a legislação isenta do tributo a propriedade de veículo roubado, a partir da data de ocorrência do fato até a data da devolução do bem ao proprietário.

Segundo o relator, o acontecimento de um fato que independe da vontade do Estado (o roubo) não configura uma desobrigação por parte do proprietário. Isto porque, no momento em que recolheu o IPVA, o proprietário enquadrava-se na situação de contribuinte. Outra razão alegada pelo relator são os prejuízos para o município onde o veículo está licenciado. Segundo o Detran, no primeiro semestre de 2003, foram registrados 12.378 roubos de veículos, dos quais 5.130 (41% do total) foram recuperados.

Cadeiras de rodas em shopping - Recebeu parecer favorável da comissão o PL 411/2003, do deputado Miguel Martini (PSB), que obriga o fornecimento de cadeiras de rodas para deficientes físicos e idosos em estabelecimentos centrais de compras e shopping centers. O relator, deputado Sebastião Helvécio (PDT), opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. Essa comissão decidiu pela alteração da Lei 11.666/94, com o acréscimo dos artigos do projeto ao seu texto, evitando-se a elaboração de uma nova lei. Prevê multa diária, respeitado o devido processo administrativo, de até 2 mil Ufemgs, graduada em regulamento, para quem descumprir a futura lei.

Outros projetos analisados

* PL 75/2003, do governador, que autoriza o Executivo a doar a Arantina imóvel que especifica. O relator, deputado Jayro Lessa (PL), opinou pela aprovação na forma proposta. O imóvel destina-se ao funcionamento de uma unidade de saúde a cargo do município.

* PL 738/2003, do governador, que autoriza o Executivo a permutar os imóveis que especifica com a Cemig. Relatado pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT), que opinou pela aprovação na forma original. Com a permuta, segundo o parlamentar, a Secretaria de Defesa Social garantirá sua permanência em prédio onde hoje está instalada provisoriamente, em Juiz de Fora.

* PL 740/2003, do governador, que autoriza o Executivo a doar a Goianá imóvel que especifica. O deputado Jayro Lessa (PL) opinou pela aprovação com a emenda nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. O deputado Sebastião Helvécio também destacou que a doação é fundamental para abrigar um parque municipal de espécies nativas.

* PL 741/2003, do governador, que autoriza o Executivo a reverter à Sociedade de São Vicente de Paulo, em Frutal, imóvel que especifica. O relator, deputado José Henrique (PMDB), opinou pela aprovação na forma original. O terreno tinha sido doado ao Estado para criação de um ginásio orientado para o trabalho, o que não ocorreu.

Pedidos de prazo para dar parecer

Os deputados Chico Simões (PT) e Sebastião Helvécio (PDT) solicitaram prazo para dar parecer sobre os seguintes projetos, respectivamente: PL 66/2003, da deputada Maria José Haueisen (PT), que altera dispositivos de lei que regulamenta trecho da Constituição sobre a assistência social às populações de áreas inundadas por reservatórios; e PL 101/2003, do deputado Durval Ângelo (PT), que obriga a afixação, em restaurantes, lanchonetes e afins, de cartaz com informações sobre a quantidade média de calorias das porções dos alimentos comercializados e de tabela explicativa sobre a quantidade ideal de calorias que deve ser ingerida diariamente pelos indivíduos, de acordo com sexo e idade.

Proposições retiradas de pauta

Três proposições foram retiradas de pauta por não cumprirem pressupostos regimentais:

* Projeto de Lei Complementar (PLC) 4/2003, do deputado Dinis Pinheiro (PL), que dispõe sobre a inclusão de notários, registradores, escreventes e auxiliares no regime próprio de previdência e assistência social.

* PL 380/2003, do deputado Ermano Batista (PSDB), que dispõe sobre o período de cobrança de IPVA.

* PL 586/2003, do deputado Paulo César (PFL), que autoriza o Executivo a conceder isenção de ICMS na hipótese que menciona.

Requerimento aprovado

* Do deputado Antônio Andrade (PMDB), solicitando audiência pública com convidados para discutir o ICMS incidente sobre as prestações internas de serviços de transporte rodoviário de carga.

O deputado Sebastião Helvécio sugeriu à comissão que solicite as notas taquigráficas dos debates do Seminário Internacional "Legislativos estaduais em perspectiva comparada", ocorrido nos dias 7 e 8 de agosto, na UFMG. O deputado destacou que, em países como os Estados Unidos, a remuneração justa é um indicativo da profissionalização dos servidores e que os mais preparados para assessorar têm remuneração melhor. Ele defendeu o fortalecimento das Assembléias Legislativas e lembrou que o que se vê aqui é uma campanha difamatória contra deputados e servidores dos Legislativos. O presidente, deputado Ermano Batista (PSDB), defendeu que a sociedade saiba o papel que os parlamentares desempenham, afirmando que há uma orquestração contra o Legislativo brasileiro, com a participação da mídia, até mesmo de forma inconsciente.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ermano Batista (PSDB), presidente; Jayro Lessa (PL), vice-presidente; Chico Simões (PT), José Henrique (PMDB), Sebastião Helvécio (PDT) e Antônio Júlio (PMDB). Após a reunião da comissão, o deputado Chico Simões falou sobre o papel do Legislativo e das comissões a estudantes da 8ª série de Pará de Minas, que participavam do programa Educação para Cidadania.

 

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715