CBTU faz previsão pessimista para o metrô de Belo Horizonte

Se o ritmo de liberação de verbas para a construção da linha Calafate-Barreiro do metrô de Belo Horizonte continuar c...

08/08/2003 - 16:19
 

CBTU faz previsão pessimista para o metrô de Belo Horizonte

Se o ritmo de liberação de verbas para a construção da linha Calafate-Barreiro do metrô de Belo Horizonte continuar como está, a obra não ficará pronta antes de 2018. A previsão é do presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), João Luiz da Silva Dias, durante reunião da Comissão Especial do Metrô, realizada nesta sexta-feira (8/8/2003) na Assembléia Legislativa de Minas. A comissão foi formada para realizar estudos sobre a expansão do metrô de Belo Horizonte e Contagem, especificamente sobre a implantação do ramal Calafate-Barreiro.

Segundo o executivo, apenas 29% do total de R$ 159 milhões aprovados pelo governo federal como dotação orçamentária entre 1998 e 2003 foram liberados até julho deste ano. O custo total da obra é de aproximadamente R$ 600 milhões. Dias listou uma série de pendências para a conclusão do trecho, entre elas a definição da fonte de financiamento e das tecnologias a serem adotadas, a contratação do projeto básico de engenharia e a própria liberação dos recursos aprovados pelo governo federal para 2003. De acordo com o presidente da CBTU, 38% da obra está pronta. O secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Agostinho Patrús, disse que, apesar de sua grande importância, o metrô de Belo Horizonte e Contagem é uma obra que vem desafiando diversas administrações.

Modelo - Questionados pela deputada Marília Campos (PT) sobre o modelo de transporte público que se deseja para o Brasil, João Luiz Dias e o presidente da BHTrans, Ricardo Mendanha Ladeira, afirmaram que o sistema de transporte público precisa ser redefinido, principalmente no que diz respeito à forma de financiamento. De acordo com o presidente da CBTU, as tarifas devem ser calculadas de acordo com a capacidade de pagamento dos usuários, e não baseadas nos custos de operação. Ricardo Ladeira acrescentou que o país tem que acabar com a idéia de que o transporte público deve ser pago apenas pelos passageiros. "Assim como a saúde e a educação, o transporte coletivo tem que ser tratado como um serviço público", afirmou.

Ladeira informou que, somente na região metropolitana de Belo Horizonte, cerca de 1 milhão de pessoas sequer têm condições de utilizar ônibus ou metrô, e que esse número chega a 56 milhões no país. "Trata-se de uma brutal exclusão social", completou João Luiz da Silva Dias. Ele disse que a tarifa média nos ônibus urbanos deveria ser de R$ 0,36, levando-se em conta a capacidade de pagamento do trabalhador que ganha R$ 240 por mês. Hoje ela custa por volta de R$ 1,70.

O deputado Ivair Nogueira (PMDB) perguntou sobre a possibilidade de expansão da linha do metrô até Betim. Dias respondeu que, apesar de não ser fácil, será necessário enfrentar esse problema, e que as parcerias público-privadas, que são inclusive tema de um projeto de lei em tramitação na Assembléia, poderiam ser um caminho.

O deputado Gustavo Valadares (PFL) queixou-se do corte de 85% no orçamento do Ministério das Cidades e do descaso do governo federal em relação ao metrô de Belo Horizonte. Ele sugeriu uma visita ao ministro Olívio Dutra, sendo informado pelo presidente da comissão, deputado Célio Moreira (PL), que essa reunião já foi solicitada e depende apenas de uma resposta do ministro para que seja agendada.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Célio Moreira (PL), presidente; Ivair Nogueira (PMDB); Gustavo Valadares (PFL); e Marília Campos (PT). E, além dos convidados listados na matéria, os diretores da CBTU Júlio César Braga, Aloísio Vasconcelos, Hilton Homem de Castro e Agostinho Silveira e o coordenador do Sindmetro, José Geraldo Alves.

 

 

 

 

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