Projetos de isenção de ICMS têm pareceres favoráveis da
FFO
O Projeto de Lei (PL) 83/2003, que concede isenção
de ICMS nas operações internas de compra de carros a serem
utilizados como táxis, recebeu parecer favorável da Comissão de
Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia de Minas, nesta
quarta-feira (6/8/2003). O projeto é de autoria do deputado Alencar
da Silveira Jr. (PDT) e tramita em 1o turno.
As operações de compra de veículos utilizados como
táxis já contam com isenção de ICMS. Mas o convênio 115/2002,
celebrado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz),
que isenta o ICMS cobrado nas concessionárias de automóveis, expira
no dia 31 de dezembro deste ano. O objetivo do projeto é garantir
esse benefício após essa data, por meio da isenção nas operações
feitas dentro do Estado, que dispensam autorização do Confaz.
O relator, deputado Ermano Batista (PSDB), opinou
pela aprovação na forma do substitutivo no 1, da Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ), com as emendas 1 e 2. Segundo ele,
as alterações feitas pela CCJ tornam o projeto mais adequado, pois a
isenção de imposto concedida por meio de lei autorizativa
possibilita que o Estado atenda às exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Entre essas exigências, estão a estimativa
do impacto financeiro causado pela renúncia fiscal e medidas de
compensação tributária, de modo a evitar perda de receita
orçamentária.
A emenda no 1, apresentada pelo relator,
assegura que a concessão de benefícios fiscais deve obedecer a esses
requisitos constitucionais e legais. Já a emenda no 2,
apresentada pelo deputado Gil Pereira (PP) e acatada pelo relator,
estende a isenção também para os mototáxis.
Projeto prevê isenção de imposto para
mototáxi
Outro projeto que concede isenção fiscal a
proprietários de mototáxi também recebeu parecer favorável da FFO. O
PL 384/2003, do deputado Fábio Avelar (PTB), garante isenção de ICMS
nas operações internas de compra de motocicletas a serem utilizadas
como mototáxi. O relator da matéria, que também tramita em
1o turno, deputado Jayro Lessa (PL), opinou pela
aprovação na forma do substitutivo no 1, da CCJ, e com a
emenda no 1, apresentada por ele.
O substitutivo determina que a isenção de ICMS para
os mototáxis tem que ser feita por meio de lei autorizativa.
Portanto, antes de conceder esse benefício, o Estado tem que atender
às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (estudo do impacto
financeiro resultante da renúncia fiscal e medidas de compensação da
queda de receita). Já a emenda no 1 estabelece que a
isenção fiscal deve obedecer aos dispositivos constitucionais e
legais. O objetivo dessa emenda é condicionar a concessão do
benefício à sua previsão em convênio celebrado no âmbito do
Confaz.
Projetos reduzem alíquotas do ICMS
Outros dois projetos que tramitam em 1o
turno e têm como objetivo a redução da carga do ICMS tiveram
pareceres aprovados pela FFO nesta quarta-feira (6). O PL 339/2003,
do deputado Alberto Bejani (PL), autoriza o Estado a reduzir para
até 12% a alíquota do ICMS incidente sobre equipamentos hospitalares
e laboratoriais importados, sem similar nacional. O projeto
beneficia hospitais, laboratórios e bancos de sangue que importarem
esses equipamentos diretamente, para uso próprio.
O relator, deputado Gil Pereira, opinou pela
aprovação na forma do substitutivo no 1, apresentado pela
CCJ. Esse substitutivo estende a redução da alíquota de ICMS às
prefeituras que importarem diretamente veículos, implementos
agrícolas, tratores, pás carregadeiras e retroescavadeiras. O
relator entende que as prefeituras, por não exercerem atividades
lucrativas, também podem ser beneficiadas com a redução da carga
tributária incidente sobre esses equipamentos.
Micro Geraes - Já o PL
511/2003, que também recebeu parecer pela aprovação, permite que as
micro e pequenas empresas fabricantes de sorvetes, bolos, tortas
geladas, coberturas, caramelos e marshmallows sejam beneficiadas
pelo tratamento tributário simplificado. De autoria do deputado
Chico Rafael (PMDB), o projeto inclui essas empresas entre as
beneficiárias do Programa Micro Geraes. Atualmente, as pequenas
padarias e sorveterias estão submetidas ao regime de substituição
tributária. Assim, elas são obrigadas a recolher o ICMS
antecipadamente, sem levar em consideração o valor exato das vendas
que serão efetivamente realizadas.
O relator, deputado Jayro Lessa, entende que a
mudança proposta pelo projeto corrige essa distorção e acredita que
sua aprovação não trará prejuízos financeiros para o Estado. "Ao
contrário, a inclusão de tais empresas no Micro Geraes importará
aumento de arrecadação, via expansão da base de arrecadação (do
ICMS)", alega, em seu parecer. Ele opinou pela aprovação na forma do
substitutivo no 1, da CCJ, que faz alterações na redação
do projeto, sem alterar o seu conteúdo.
Outros pareceres aprovados
Receberam parecer pela aprovação outros três
projetos. O PL 33/2003, do deputado Leonardo Moreira (PL), autoriza
a veiculação de publicidade no encosto de cabeça dos ônibus
intermunicipais. O relator de 2o turno, deputado Chico
Simões (PT), é a favor da aprovação na forma do vencido em
1o turno. Assim, o projeto proíbe a veiculação de
anúncios de produtos nocivos à saúde. Além disso, determina que a
receita gerada com essa publicidade será totalmente destinada ao
Fundo Estadual de Desenvolvimento de Transportes (Funtrans).
Já o PL 38/2003 (1o turno), também do
deputado Leonardo Moreira, assegura aos professores da rede pública
estadual entrada livre nos espetáculos culturais promovidos pelo
Estado. O relator, deputado Gil Pereira, opinou pela aprovação com a
emenda nº 1, da CCJ. Essa emenda considera a livre entrada
inconstitucional, por isso, propõe a meia entrada para os
professores. Gil Pereira recomenda ainda a rejeição da emenda nº 2,
da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, que insiste
na gratuidade para os professores.
Também tramitando em 1o turno, o PL
87/2003, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), dá aos jurados
mineiros o direito a estacionamento nos fóruns, segurança familiar e
pessoal. O relator do projeto na FFO, deputado Chico Simões, lembra
que o impacto financeiro da aprovação do projeto é praticamente
inexistente, e opina pela aprovação na forma do substitutivo
no 1, da CCJ. De acordo com esse substitutivo, o projeto
passa a alterar a Lei 13.495/2000, que instituiu o Programa de
Proteção a Vítimas e Testemunhas de Infrações Penais. Assim, esse
programa passa a oferecer também aos jurados estacionamento nos
fóruns e proteção policial.
Parecer pela rejeição - O
PL 208/2003, do deputado José Milton (PL), recebeu parecer pela
rejeição. A proposição define critérios para correção de débitos
tributários em atraso junto ao Tesouro Estadual. Esses débitos são
reajustados pela taxa Selic, que atualmente é de 24,5% ao ano. O
projeto muda o índice de correção, que passaria a ser a Taxa de
Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente fixada em 12% ao ano. A
proposição recebeu parecer favorável da CCJ. Mas o relator da
matéria na FFO, deputado Irani Barbosa (PL), entende que a
substituição da Selic pela TJLP vai trazer grandes prejuízos para o
Estado, que passa por dificuldades financeiras. Por isso, opinou
pela rejeição do projeto.
Outros projetos - Dois
projetos não foram votados porque os relatores pediram prazo
regimental para emitir parecer. São eles o Projeto de Lei
Complementar 4/2003, do deputado Dinis Pinheiro (PL), que inclui
notários, registradores e escreventes no Regime Próprio de
Assistência Social; e o PL 609/2003, do deputado Durval Ângelo (PT),
que define critérios de fiscalização da execução das obras
financiadas pelo Programa Novo Somma.
Outros três projetos foram retirados de pauta por
decisão do presidente da comissão, deputado Ermano Batista. São eles
os PLs 101/2003, do deputado Durval Ângelo, que torna obrigatória a
afixação, em restaurantes e lanchonetes, de cartazes com informações
nutricionais dos alimentos comercializados; 380/2003, do deputado
Ermano Batista (PSDB), que dispõe sobre o período de cobrança do
IPVA; e 426/2003, do deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL), que
dispõe sobre a cobrança do IPVA em caso de roubo de veículos.
Requerimentos - Foram
aprovados três requerimentos, todos de autoria do deputado Bonifácio
Mourão (PSDB), que pedem à Secretaria de Estado da Fazenda redução
da alíquota de ICMS incidente sobre o óleo diesel e isenção do mesmo
imposto incidente sobre energia elétrica destinada à agricultura
irrigada e sobre equipamentos de irrigação comercializados dentro do
Estado.
O deputado Chico Simões tentou apresentar um
requerimento pedindo a realização de uma reunião da FFO com o
advogado Paulo Neves Carvalho para discutir a remuneração dos
servidores da Assembléia. Esse advogado, contratado pela Assembléia
para analisar os vencimentos pagos pela Casa, apresentou nesta
terça-feira (5) parecer jurídico que conclui pela legalidade dos
salários de todos os servidores da Assembléia.
O presidente da comissão, deputado Ermano Batista,
disse que essa discussão é importante, mas inoportuna, pois a Mesa
já formou uma comissão com a tarefa específica de analisar os
salários pagos aos servidores da Assembléia. Chico Simões, no
entanto, protestou contra a decisão do presidente de impedir a
votação de seu requerimento.
Presenças - Participaram da
reunião os deputados Ermano Batista (PSDB) - presidente, Jayro Lessa
(PL) - vice, Chico Simões (PT), Gil Pereira (PP), José Henrique
(PMDB) e Sebastião Helvécio (PDT).
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