Bancada do PT critica relatório de jurista sobre salários

Deputados da bancada do PT concederam entrevista coletiva na Sala de Imprensa da Assembléia, nesta quarta-feira (6/8/...

06/08/2003 - 19:14
 

Bancada do PT critica relatório de jurista sobre salários

Deputados da bancada do PT concederam entrevista coletiva na Sala de Imprensa da Assembléia, nesta quarta-feira (6/8/2003), para falar sobre as conclusões do advogado Paulo Neves de Carvalho, contratado pela Mesa para emitir um parecer sobre os salários de servidores do Legislativo Estadual. Ressaltando ainda não conhecer o teor integral do parecer, mas apenas o que foi divulgado pela imprensa, eles manifestaram seu descontentamento com o relatório, que, segundo eles, concluiu não existir ilegalidade na composição dos salários. Os deputados do PT afirmaram que vão pedir a ajuda do Ministério Público para arbitrar se houve ou não irregularidades nas deliberações de gestões passadas. Na avaliação da bancada, essas deliberações permitiram aumentos nos salários de 172 servidores, que hoje ganham mais do que um deputado.

O deputado Adelmo Carneiro Leão integra uma comissão - constituída ainda pelos deputados Rêmolo Aloise (PL) e Antônio Andrade (PMDB) - que desde abril está analisando a folha de pagamento dos servidores da Assembléia, para detectar possíveis irregularidades na composição de alguns salários. A comissão acabou chegando ao número de 172 servidores que ganham mais do que os deputados. Em julho, o presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres determinou a contratação do consultor, que encaminhou seu relatório na terça-feira (5/8).

Adelmo afirmou não concordar com a conclusão veiculada pela imprensa de que nada poderá ser feito para reduzir os salários. Para ele e o líder da bancada, deputado Rogério Correia, cabe à Justiça determinar se houve ou não ilegalidade e, até mesmo, se será preciso a devolução do que foi recebido a mais. Ele prometeu ainda preparar outro parecer, junto à assessoria jurídica do partido.

Rogério Correia destacou que, com a aprovação do teto pelo Congresso, os salários da Assembléia terão como parâmetro a remuneração do deputado estadual, cujo cálculo deve englobar o subsídio básico, hoje estabelecido em R$ 9.540,00, e mais o auxílio moradia, hoje em R$ 2.250,00, perfazendo um total de R$ 11.790,00. Para ele, esse valor deverá ser usado como limite máximo da remuneração total dos servidores.

Adelmo Carneiro Leão disse que a avaliação da bancada é de que a forma usada para "engordar" os salários foi inconstitucional, ao usar mecanismos de setores da área parlamentar para reajustar vencimentos da área administrativa. Segundo ele, com o corte dos vencimentos do servidor que recebe o maior salário da Assembléia, o Legislativo poderia economizar R$ 400 mil em um ano.

Para ele, a Assembléia precisa fazer uma correção de rumos, com o ajuste nesses salários, como fez com os próprios salários dos deputados. "A Casa precisa encontrar mecanismos de ajustes, de autocorreção". Adelmo disse que não quer expor funcionários isoladamente e que grande parte dos servidores da Assembléia "trabalham muito e não ganham tanto".

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715