Presidente e líderes fazem avaliação positiva dos trabalhos
Ao comentar as votações dos projetos da reforma
administrativa do Estado, o presidente da Assembléia Legislativa,
deputado Mauri Torres (PSDB) e vários deputados, tanto da base de
apoio ao governo quanto da oposição, avaliaram o saldo como
positivo, já que foram intensos os debates e negociações e que foi
possível avançar em alguns pontos e recuar em outros. Na manhã desta
quarta-feira (16/7/2003), após o encerramento da convocação
extraordinária, o presidente Mauri Torres (PSDB) ressaltou que todos
os projetos foram amplamente discutidos, mesmo antes da convocação
feita pelo governador Aécio Neves, e muito se avançou. Ele lembrou
ainda que outras matérias que ainda não haviam sido muito
discutidas, como o Projeto de Lei 721/2003, que reformula a cobrança
de créditos tributários, e o PL 668/2003, que cria o primeiro
emprego, foram intensamente debatidos nos últimos dias.
O presidente considerou que a Assembléia contribuiu
muito para a modernização do Estado. Sobre o PL 721, Mauri Torres
afirmou que o assunto de tributos vai ser sempre polêmico, "porque
tratar sobre sonegação, arrecadação ou mesmo das relações com os
contribuintes é difícil". Mauri Torres afirmou que muitos deputados
se dedicaram com afinco às discussões, por terem afinidade com a
matéria, e "o resultado foi o aperfeiçoamento do texto, reconhecido
pelos secretários de Governo e da Fazenda", destacou. Para ele, no
segundo semestre a Assembléia vai avançar mais em muitas questões,
como na discussão dos planos de carreira dos servidores.
Avanços da Assembléia
Mauri Torres destacou ainda que este foi um
semestre de muitos avanços na Assembléia, com a implantação de
mecanismos que permitiram maior transparência, como a criação do
Siafi-Assembléia, que possibilita o acompanhamento, pelo cidadão, de
todos os gastos do Poder Legislativo. Ele salientou também a
instalação da Comissão de Participação Popular e da Ouvidoria, que
vão trazer os movimentos organizados cada vez mais para perto do
Legislativo.
Importante para a transparência e para a boa gestão
dos recursos públicos, o presidente enfatizou a implantação do
pregão eletrônico, que já está funcionando, com diminuição dos
custos da Assembléia, "além de dar agilidade e transparência" ao
processo licitatório. Mauri Torres acredita que a Assembléia
continua a dar exemplo, ao exigir dos parlamentares a comprovação,
mediante recibos, da verba indenizatória. Outro ponto destacado por
ele foi a busca da sintonia com os poderes Executivo e Judiciário e
com o Ministério Público e o Tribunal de Contas, resultando em
melhoria do desempenho do Estado. "É uma postura do Legislativo que
caracteriza a liberdade e a democracia, no caminho do exemplo que
Minas sempre deu ao resto do País". afirmou.
Para o presidente, o Legislativo de Minas continua
a dar exemplo ao votar em tempo recorde uma reforma administrativa,
com a participação de todos os partidos. "Minas dá o exemplo de que
é possível caminhar juntos, oposição e situação, desde que a
discussão esteja acima dos interesses políticos e a favor dos
interesses da sociedade".
Reforma é avaliada positivamente
O líder do Governo na Assembléia, deputado Alberto
Pinto Coelho (PP), disse que as propostas aprovadas na reforma
colocam o Estado na modernidade, alcançando eficiência e eficácia na
prestação de serviços aos cidadãos, além de garantir instrumentos e
ferramentas para a valorização do funcionário público, com
perspectiva de carreiras ascendentes e com critérios de promoção
mais justos, por intermédio da avaliação e da qualificação pessoal.
"É uma reforma administrativa para o futuro do Estado", avaliou.
"A Assembléia fecha com chave de ouro o semestre,
com a aprovação da reforma em tempo recorde, com diálogo permanente,
convergência de idéias, participação de sindicalistas, a
flexibilidade do governo em abrir mão de alguns pontos, aprimorados
pelos deputados", garantiu Alberto Pinto Coelho. Ele cita ainda
avanços em outros projetos, como o do primeiro emprego e o da
mudança na legislação tributária, "que vai permitir ao Estado
melhorar sua arrecadação de impostos".
Para o líder da Minoria, deputado Chico Simões
(PT), a Assembléia termina o semestre com um saldo positivo, com a
discussão muito intensa de projetos que mexem com a vida de
servidores e dos contribuintes, "mesmo sabendo-se que muito precisa
ser feito, mas que fizemos o possível, dentro do prazo
estabelecido". Ele destacou como muito positivas as discussões entre
oposição e situação, de uma forma democrática, transparente, com o
respeito ao direito de cada posição.
Reconhecendo que a Assembléia tem um poder pequeno
de legislar, Simões lembrou as diversas iniciativas da Assembléia,
como as discussões sobre as reformas da Previdência e Tributária, em
forma de seminários, e a atuação da Comissão de Direitos Humanos. O
líder do Bloco PT/PCdoB, deputado Rogério Correia, disse que a
oposição "desembrulhou o pacote" do governador, "retirando as
maldades que existiam, que não eram poucas". E exemplificou com
alguns aspectos de que o Bloco PT/PCdoB não abriu mão, como barrar o
fim da estabilidade do servidor e a quebra do regime jurídico único,
com a possibilidade de contratação pela CLT.
Correia ressaltou as negociações para o envio dos
planos de carreira dos servidores até 31 de dezembro, com o primeiro
deles, o do magistério, sendo encaminhado até 31 de agosto. Ele
disse que apesar de a reforma ter uma visão empresarial, mais
conservadora, o que poderia ser mais prejudicial aos servidores,
como a possibilidade de demissão em massa, foi retirado da proposta
original.
Para Rogério Correia, o trabalho da Assembléia no
semestre foi positivo, ao dar mostras de que há um novo modelo de
atuação, baseada na transparência, com o Siafi-Cidadão, com uma
gestão democrática da Mesa "nunca vista antes, preparando o terreno
para que a Casa tenha um papel mais fiscalizador".
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