Salário de agentes penitenciários é ponto de discórdia

Na reunião da Comissão de Segurança Pública, na manhã desta quinta-feira (10/7/2003), a remuneração dos novos agentes...

10/07/2003 - 19:22
 

Salário de agentes penitenciários é ponto de discórdia

Na reunião da Comissão de Segurança Pública, na manhã desta quinta-feira (10/7/2003), a remuneração dos novos agentes penitenciários, prevista no Projeto de Lei (PL) 782/2003, foi o principal ponto de discórdia entre o sindicato da categoria e representantes do Governo. O projeto dispõe sobre a criação da Superintendência de Coordenação da Guarda Penitenciária e da carreira de Agente Penitenciário. Além de deputados da base do governo e da oposição, participaram da reunião o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Antônio Augusto Anastasia; o subsecretário de Gestão, Luís Arnaldo da Cunha; o subsecretário de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro Filho, e o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Minas Gerais, Marcos Terrinha. A reunião foi acompanhada por agentes penitenciários que lotaram o auditório da Assembléia.

Marcos Terrinha considerou baixo o salário inicial de R$ 450 que, segundo o projeto, deverá ser complementado por uma gratificação que pode chegar a 85% desse valor. Ele quer que o piso básico seja de R$ 870. O secretário Antônio Anastasia, porém, afirmou que o projeto tem como objetivo promover a regularização e institucionalização da carreira, a despeito das grandes dificuldades financeiras do Estado. O subsecretário Agílio Monteiro também reforçou que a principal preocupação do PL é com a profissionalização. Segundo ele, isso permitirá ao Estado exigir a dedicação exclusiva dos servidores, ao contrário do que ocorre hoje, com a insegurança dos contratos administrativos. Em resposta, Terrinha disse que só com salários melhores o agente de segurança será valorizado e poderá dedicar-se exclusivamente à carreira.

Pontos de consenso - Os pontos de consenso foram os seguintes: supressão do limite de idade para o primeiro concurso para preencher 5 mil vagas do novo cargo de agente de segurança penitenciário; mudança da denominação do cargo de "agente penitenciário" para "agente de segurança penitenciário"; permissão para porte de armas por parte dos agentes nos muros, escoltas e fora dos presídios (o que não era previsto no projeto original); 60% das questões da prova para o primeiro concurso serão de conhecimentos específicos sobre Sistema Penitenciário e Legislação Penal, assuntos dominados pelos atuais agentes.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Marcos Terrinha, 75% dos atuais agentes, cerca de 3 mil, já têm mais de 30 anos e serão impedidos de fazer o concurso, caso o projeto não seja alterado. Terrinha acredita que a mudança de nome do cargo vai possibilitar aos atuais servidores das penitenciárias serem inseridos na nova carreira e também qualificar os seus quadros, identificando os agentes como especializados em segurança e não apenas atuantes em penitenciária. Para tentar chegar a um entendimento com relação ao piso do agente de segurança penitenciária, o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Sargento Rodrigues (PDT) convocou uma reunião para esta quinta-feira (10/7/2003), às 14 horas, na Assembléia, entre os representantes dos servidores, do Poder Executivo e deputados da base do governo e da oposição.

Presenças - Compareceram à reunião os deputados membros da Comissão de Segurança Pública, Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PL), vice; e Rogério Correia; além dos deputados Carlos Pimenta (PDT), Domingos Sávio (PSDB), Jô Moraes (PCdoB); Durval Ângelo, Chico Simões, Biel Rocha, Marília Campos e Ricardo Duarte, do PT.

 

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