Austeridade, transparência, participação e ética marcam semestre

Austeridade, transparência, participação e ética. Essas quatro diretrizes, anunciadas pelo presidente da Assembléia L...

22/07/2003 - 12:14
 

Austeridade, transparência, participação e ética marcam semestre

Austeridade, transparência, participação e ética. Essas quatro diretrizes, anunciadas pelo presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Mauri Torres (PSDB), na reunião solene de instalação da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da 15ª Legislatura (2003-2007), no dia 17 de fevereiro, marcaram as principais ações da Assembléia no primeiro semestre de 2003.

Foi neste sentido que o presidente vetou o aumento das verbas indenizatórias dos deputados, editando nova deliberação sobre o assunto, e, em uma iniciativa inédita e pioneira entre os parlamentos estaduais brasileiros, foram instalados três órgãos internos que vão permitir mais transparência às ações do Legislativo e maior aproximação com a sociedade: a Ouvidoria-Geral, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar e a Comissão de Participação Popular. Ao mesmo tempo, a Assembléia colocou na internet dados sobre a execução orçamentária mensal, formalizou o acesso do Tribunal de Contas ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi-Assembléia) e adotou o pregão eletrônico como modalidade de licitação.

Compromisso com a austeridade

Nesse início de Legislatura, a Assembléia adotou um novo estilo de gestão pautado pelo rigor e pela necessidade de colaborar para o reequilíbrio financeiro-orçamentário do Estado. Uma das medidas de austeridade adotadas foi a revogação das diárias de viagem de deputado. No dia 9 de maio, foi publicada no Diário do Legislativo a Deliberação da Mesa nº 2.331/2003, que revoga o artigo 2º da Deliberação da Mesa nº 805/92, que dispõe sobre a concessão de diária de viagem a deputado, a título de indenização das despesas com hospedagem, alimentação e transporte.

O artigo revogado dispunha que o deputado que viajasse em função do mandato fazia jus à percepção de diária a título de indenização das despesas com hospedagem, alimentação e transporte, desde a data de saída até a de retorno. As diárias eram limitadas a 96 por ano e aprovadas pela Mesa da Assembléia. Além dessa revogação, a Deliberação nº 2.331/2003 também fixa normas sobre as verbas indenizatórias do deputado estadual em razão de atividade inerente ao mandato parlamentar.

Verbas indenizatórias - Outra medida que marcou a diretriz de austeridade foi a iniciativa do presidente Mauri Torres de vetar o aumento das verbas indenizatórias dos deputados estaduais, medida tomada logo após a sua posse à frente da Presidência da Assembléia, em fevereiro. Com isso, as verbas indenizatórias ficaram limitadas ao valor máximo de R$ 13 mil mensais, a partir de 1º de junho. O artigo 2º da Deliberação 2.331/2003 determina que a Assembléia indenizará o deputado por despesas realizadas em razão de atividade inerente ao exercício do mandato parlamentar: manutenção de escritório de representação político-parlamentar situado fora das instalações da Assembléia (locação de imóveis, móveis e equipamentos, condomínio, IPTU, água, telefone, energia elétrica e conservação); gastos com material de escritório e de consumo; gastos com combustível, manutenção, locação e despesas gerais com veículos utilizados no exercício do mandato; gastos com divulgação da atividade parlamentar, exceto nos 90 dias anteriores à data de eleições, desde que não caracterize gastos com campanha eleitoral; aquisição e locação de softwares e suprimentos de informática; locomoção do parlamentar; assinatura de publicações e periódicos; e despesas relativas a promoção de eventos.

O pagamento da indenização depende de solicitação do deputado, por meio de requerimento-padrão, com comprovação das despesas mediante apresentação de nota fiscal ou de documento equivalente de quitação. Cabe à Controladoria da Secretaria da Assembléia processar a comprovação das despesas e o reembolso mensal será efetuado após aprovação do presidente e do 1º-secretário. A fiscalização do pagamento é responsabilidade da Mesa da Assembléia. A documentação deverá ser encaminhada à Controladoria até o dia 10 do mês subseqüente ao da sua realização, para serem reembolsadas no dia 20 ou no primeiro dia útil subseqüente.

Os processos de indenização serão formados pela Controladoria que vai examinar as despesas e comprovantes e emitirá parecer quanto ao respectivo reembolso. O relatório com a relação de despesas a serem reembolsadas será encaminhado para a Diretoria-Geral, que solicitará ao presidente e ao 1º-secretário o pagamento dos reembolsos. Aprovados os pagamentos, a Controladoria arquivará os processos e enviará à Diretoria de Administração e Recursos Humanos o relatório citado. Caberá à Diretoria encaminhar à Gerência-Geral de Finanças e Contabilidade, por meio magnético, os valores a serem reembolsados, para que se efetue o pagamento aos deputados.

Compromisso com a transparência

Desde o dia 26 de fevereiro, as despesas com a remuneração de deputados e o custeio da atividade parlamentar estão disponíveis para consulta na home page da Assembléia (www.almg.gov.br). Essas informações são publicadas, ainda, no Diário do Legislativo do "Minas Gerais". Além de dar publicidade aos demonstrativos mensais da execução orçamentária do Poder Legislativo - por atividade e por grupo de despesa, a Assembléia formalizou o acesso do Tribunal de Contas do Estado ao Siafi-Assembléia, o que permite ao TCE acompanhar todas as despesas realizadas pelo Legislativo. Anteriormente, já estavam na internet outras informações como o Demonstrativo da Despesa de Pessoal em relação à Receita Corrente Líquida, divulgado a cada quatro meses; os Demonstrativos de Restos a Pagar e de Disponibilidade de Caixa, anualmente; e os Demonstrativos da Despesa com Pessoal, a cada trimestre.

O demonstrativo por atividade apresenta a descrição das atividades agrupadas da seguinte forma: Elaboração Legislativa e Acompanhamento das Políticas Públicas; Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento de Projetos; Direção Administrativa; Precatórios e Sentenças Judiciárias e Proventos de Inativos Civis e Pensionistas. O demonstrativo discrimina o orçamento aprovado, a despesa empenhada e o saldo de créditos orçamentários e a consolidação dos gastos com as atividades.

O segundo demonstrativo - por grupo de despesa - é um agrupamento das informações discriminadas na tabela anterior, em quatro itens: Pessoal e Encargos, que agrega pagamento de salários, gratificações e benefícios pagos aos servidores ativos e inativos e aos deputados; Outras Despesas Correntes, que reúnem gastos com manutenção, como pagamento de terceiros, energia elétrica, telefone e água, além da aquisição de material de consumo; Investimentos, compra de equipamentos duráveis e despesas com obras e instalações; e Inversões Financeiras, aquisição de imóveis ou de bens de capital já em utilização.

Pregão eletrônico - Outra medida que confirma o compromisso da Assembléia com a transparência é a adoção do pregão eletrônico como modalidade de licitação. O pregão eletrônico, viabilizado mediante convênio firmado com o Banco do Brasil, é um tipo de licitação no qual os participantes cobrem as propostas de preço uns dos outros via internet e será usado, pelo Legislativo mineiro, principalmente na compra de materiais comuns, como suprimentos de escritório, mobiliário, combustível e serviços utilizados no dia-a-dia da instituição. Além de facilitar a participação dos concorrentes, o pregão eletrônico vai dar ainda mais transparência e agilidade aos processos de compra, evitando questionamentos e transtornos sobre os procedimentos adotados. Estudos recentes mostram que órgãos que utilizam o sistema economizam de 20% a 25% em suas aquisições ou contratações, além da redução de até 70% nos prazos para a conclusão do processo. Todas as informações sobre esse e outros processos promovidos pelo Legislativo estão disponíveis na internet - www.almg.gov.br -, no título "Licitações".

Compromisso com a participação

A participação popular no processo legislativo, incentivada pela Assembléia de Minas por intermédio das audiências públicas das Comissões na capital e no interior, dos Seminários Legislativos e dos Fóruns Técnicos, ganhou dimensão ainda maior com a instalação, em 11 de junho, da Comissão de Participação Popular, presidida pelo deputado André Quintão (PT). O deputado Gustavo Valadares (PFL) é o vice-presidente.

A Comissão, criada por meio da Resolução 5.212/2003, tem o objetivo de facilitar a apresentação de sugestões de projetos de lei de autoria de associação ou órgão de classe, sindicato ou entidade organizada, exceto partido político. Cabe à nova Comissão receber propostas de ação legislativa e realizar consulta pública sobre assunto de relevante interesse, com a concordância prévia da Mesa, além de receber sugestão popular visando aprimorar os trabalhos parlamentares. Na tramitação de proposições da Comissão, o primeiro signatário da proposta original poderá usar da palavra para discuti-la, nas comissões e em Plenário, por 60 minutos.

Compromisso com a ética

Também em 11 de junho, foi oficialmente instalada a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, presidida pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e que tem como vice-presidente do deputado Fábio Avelar (PTB). Criada no final da legislatura passada pela Resolução 5.207/2002, ela tem a função de auxiliar o presidente da Assembléia na manutenção do decoro, da ordem e da disciplina. Seus integrantes têm mandato de dois anos, coincidente com o da Mesa.

A Comissão tem como competências, entre outras: instruir processo contra deputado e elaborar projeto de resolução que importe sanção ética que deva ser submetida ao Plenário; elaborar parecer sobre a conveniência de a Assembléia sustar processo instruído contra deputado pelo Judiciário; responder a consulta da Mesa, de comissão ou de deputado sobre matéria de sua competência; observar o cumprimento da proibição de porte de arma; designar um de seus membros para participar, na Comissão de Constituição e Justiça, do exame das matérias que tratam de perda do mandato e da perda do mandato por falta de decoro parlamentar.

Ouvidoria - Outra iniciativa que somou na direção da ética, da transparência e da abertura à participação da sociedade foi a instalação da Ouvidoria Parlamentar. Criada também pela Resolução 5.207/2002, é incumbida de receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes as reclamações ou representações de pessoa física ou jurídica referentes a membros da Assembléia; propor medidas necessárias à regularidade dos trabalhos legislativos e administrativos, bem como ao aperfeiçoamento da organização da Assembléia. Outra competência é solicitar à Mesa que encaminhe ao Tribunal de Contas, à Polícia Federal, ao Ministério Público ou a outro órgão competente as denúncias recebidas que necessitem de esclarecimentos. O ouvidor-geral é o deputado Roberto Carvalho (PT) e o ouvidor substituto, o deputado Leonardo Moreira (PL). Designados pelo presidente, seu mandato é de dois anos, sendo coincidente com o da Mesa e vedada a recondução.

Presença nas grandes discussões nacionais

Além de avançar no compromisso com a austeridade, a transparência, a participação e a ética, no primeiro semestre de 2003 a Assembléia marcou forte presença nos debates nacionais, numa época de reformas e de crise financeira e fiscal. Assim é que, de 14 a 16 de abril, promoveu o Fórum Técnico "Reforma da Previdência", evento que contou com a participação de autoridades, especialistas e mais de 1.500 pessoas inscritas, representando cerca de 50 entidades ligadas à questão previdenciária. De 16 a 18 de junho, com o apoio de 30 órgãos públicos e entidades da sociedade civil, num total de 950 inscritos, foi realizado o Seminário Legislativo "Minas na Reforma Tributária", com o objetivo de discutir as propostas para a reforma tributária do governo federal e apresentar sugestões da sociedade organizada mineira sobre o tema.

 

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