Mais dois projetos da reforma administrativa passam na CCJ

Dois projetos que integram a reforma administrativa do Estado receberam pareceres favoráveis da Comissão de Constitui...

03/07/2003 - 23:09
 

Mais dois projetos da reforma administrativa passam na CCJ

Dois projetos que integram a reforma administrativa do Estado receberam pareceres favoráveis da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia de Minas nesta quinta-feira (3/7/2003). O Projeto de Lei Complementar (PLC) 27/2003, que institui o afastamento voluntário incentivado, e o Projeto de Lei (PL) 716/2003, que cria o banco de horas no serviço público estadual, tiveram aprovados pareceres pela juridicidade, constitucionalidade e legalidade. O relator dos dois projetos foi o deputado Paulo Piau (PP).

O PLC 27/2003 permite ao servidor efetivo ou função pública a opção por um período de afastamento de seis meses ou dois anos, incentivado pelo pagamento de parcelas remuneratórias, a título de indenização. Quem optar por seis meses de afastamento, terá como indenização uma parcela correspondente a 100% do valor de uma remuneração do cargo ou a parcela mensal correspondente a 20% do valor dessa remuneração. O afastamento não é contado para fins de aposentadoria, mas o vínculo com o Estado continua. O relator apresentou a emenda no 1, que deixa claro que o servidor afastado não poderá receber sua remuneração mensal, apenas a indenização prevista.

Já o PL 716/2003 cria o banco de horas para reduzir os gastos com o pagamento de horas extras. De acordo com o projeto, o limite máximo para realização individual de serviços extraordinários permanece em 50 horas mensais. O relator apresentou o substitutivo no 1, que faz alterações de modo a adequar o texto à técnica legislativa, sem alterar o conteúdo da proposição.

Outros projetos recebem parecer pela aprovação

Também receberam pareceres favoráveis outras três proposições. O PL 330/2003, do deputado Miguel Martini (PSB), que cria o programa de tratamento específico à prevenção da infertilidade, recebeu um substitutivo. Pelo projeto, em cada região do Estado, pelo menos um hospital público teria que oferecer o tratamento, tanto para homens quanto para mulheres. O projeto também determina a realização de campanhas educativas sobre a infertilidade. O relator, deputado Ermano Batista (PSDB), entende que a elaboração de planos como esse é atribuição exclusiva do Poder Executivo. Por isso, propôs o substitutivo no 1, que cria uma campanha educativa para incentivar o tratamento e a prevenção da infertilidade.

O Projeto de Resolução (PRE) 684/2003, do deputado Chico Simões (PT) também recebeu parecer pela aprovação. Esse projeto tem por objetivo sustar os efeitos legais do artigo 13 da lei delegada 60/2003, que dispõe sobre a Secretaria de Estado da Fazenda. Esse artigo altera a denominação do cargo efetivo "assistente de tributação e arrecadação", que passa a se chamar "técnico de tributos estaduais". O relator, deputado Ermano Batista, concorda que essa mudança extrapola os limites estabelecidos pela resolução que autorizou o governador a editar as leis delegadas. No seu entendimento, elas poderiam ter alterado apenas os cargos de comissão, e não os efetivos.

Já o PL 740/2003, do governador, que autoriza doação de imóvel ao município de Goianá, recebeu parecer pela aprovação com a emenda no 1, apresentada pelo relator, deputado Leonardo Moreira (PL). Essa emenda suprime o artigo 3o do projeto, que tornava o imóvel inalienável. O relator alega que essa exigência é desnecessária, pois segundo ele, qualquer bem de uso comum do povo já é inalienável.

PL sobre caça-níqueis é considerado ilegal pela CCJ

O PL 82/2003, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) recebeu parecer pela ilegalidade. A proposição regulamenta o licenciamento e o uso de máquinas de diversões eletrônicas interativas off-line, os caça-níqueis. Pelo projeto, a Loteria Mineira ficaria encarregada de fiscalizar o funcionamento dos caça-níqueis, que passariam a ser credenciados e inspecionados pelo Instituto de Criminalística da Secretaria de Estado de Segurança Pública, para garantir que os equipamentos não contêm mecanismos de manipulação dos resultados.

O relator, deputado Ermano Batista, alega que o Supremo Tribunal Federal determinou a cassação das liminares que autorizavam o funcionamento dessas máquinas, por considerá-las ilícitas. "Não sendo jogos lotéricos, os caça-níqueis configuram autênticos jogos de azar, e como tais, constituem contravenção penal", justifica, no parecer. Ermano Batista também lembra que a legislação sobre consórcios e sorteios é de competência privativa da União, e que o Estado não teria condições de fiscalizar todas as máquinas.

Doação de bens móveis - Também recebeu parecer pela rejeição o PL 479/2003, do deputado Antônio Júlio (PMDB), que autoriza o Poder Executivo a doar os bens móveis cedidos aos órgãos da administração direta e indireta dos municípios. O relator, deputado Paulo Piau, alega que não é necessária uma nova lei para regulamentar essa questão, pois a Lei Federal 8.666/1993 já trata desse assunto. De acordo com essa lei, a autorização legislativa para alienação de bens móveis é necessária apenas quando eles estão cedidos para empresas públicas e sociedades de economia mista.

Retirado de pauta - O PL 616/2003, do deputado Gilberto Abramo (PMDB), que proíbe a exposição de cigarros, charutos e derivados de tabaco em bares, restaurantes, lanchonetes e boates, foi retirado de pauta. Já o PL 99/2003, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que cria o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, não foi analisado porque o relator, deputado Ermano Batista, pediu prazo regimental para emitir seu parecer.

Avulso - Na reunião da CCJ convocada para a tarde, o PLC 25/2003 não foi discutido porque o relator, deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL), pediu a distribuição do avulso do parecer. Foi convocada nova reunião para votar o parecer às 21 horas do mesmo dia. O PLC 25/2003, que também integra a reforma administrativa do Estado, altera a Lei Complementar 64/2002, que instituiu o regime próprio de previdência dos servidores do Estado. Entre as principais alterações desse projeto, estão o fim do repasse de 2% do Tesouro do Estado para o Ipsemg e a divisão do Sistema Estadual de Previdência Social em dois regimes: o próprio e o complementar.

Presenças - Participaram da reunião da manhã os deputados Durval Ângelo (PT), vice-presidente; Ermano Batista (PSDB); Gilberto Abramo (PMDB); Leonardo Moreira (PL); Paulo Piau (PP); Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); José Henrique (PMDB); Sebastião Helvécio (PDT); e Jayro Lessa (PL).

Na reunião da tarde: Sebastião Navarro Vieira (PFL), presidente; Ermano Batista (PSDB); Gilberto Abramo (PMDB); Leonardo Moreira (PL); e Chico Simões (PT).

 

 

 

 

 

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