Deputados querem apurar destruição em fazenda de Baldin

Os deputados Durval Ângelo (PT) e Roberto Ramos (PL), respectivamente presidente e vice da Comissão de Direitos Human...

01/07/2003 - 22:21
 

Deputados querem apurar destruição em fazenda de Baldin

Os deputados Durval Ângelo (PT) e Roberto Ramos (PL), respectivamente presidente e vice da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de Minas, visitaram nesta terça-feira (1/7/2003) uma fazenda na cidade de Baldin, destruída após a morte do detetive da Polícia Civil, Marcelo Ferreira, enterrado na última quarta-feira (25). Os donos da propriedade acusam policiais civis de serem os responsáveis pela destruição da casa e dizem que podem reconhecer os envolvidos no ato. As testemunhas são os irmãos do homem acusado de matar o detetive. "Isso foi vingança. Meu irmão não matou o detetive e já declarou quem matou", disse um dos irmãos do acusado.

Segundo o irmão do acusado, que permaneceu encapuzado durante toda a visita da comissão, cerca de 15 viaturas da polícia teriam invadido a fazenda e os policiais quebrado os móveis e queimado máquinas, 12 horas depois da morte do detetive. Também foram encontrados cartuchos de balas no local. "Só escapamos porque corremos para o mato", disse um dos irmãos.

O deputado Durval Ângelo disse que a situação que encontraram em Baldin confirma os depoimentos. Ele acredita na existência de um "esquadrão da morte" em Minas Gerais, de um grupo de extermínio dentro da polícia civil. "Não sou eu que estou dizendo isso. O próprio diretor do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindipol), Robert Willian disse que, para cada policial que morresse, eles matariam outros dez criminosos".

Segundo o deputado, na Região Metropolitana de Belo Horizonte morrem, em média, de 10 a 15 pessoas por dia. O presidente da comissão disse ainda que confia na ação do Ministério Público que tem um inquérito aberto sobre o assunto. "Só conseguiremos um fortalecimento da instituição policial se a Corregedoria agir com firmeza. Queremos que a Corregedoria peça prisão preventiva dos policiais envolvidos nessa ação, assim que forem identificados", afirmou. O deputado Roberto Ramos defendeu a retirada dos maus policiais da corporação. "Esses policiais jogam na lama o nome de toda a Polícia Civil", ressaltou.

Deputado considera substituição de delegados "estranha"

A troca de delegados na Polícia Civil também foi considerada "estranha" pelo deputado Durval Ângelo. "O delegado afirma, 12 horas após a morte do detetive, que o crime já estava esclarecido. Estranhamente, depois da declaração, ele foi substituído", disse. "A delegada que o substituirá já foi alvo de muitas denúncias, inclusive na Comissão de Direitos Humanos, nos anos passados", continuou.

O promotor Rodrigo Albuquerque, da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, também participou da visita. O Ministério Público vai ouvir o depoimento dos irmãos do acusado e a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia irá continuar as investigações sobre o caso.

Presenças - Participaram da visita a Baldim, os deputados Durval Ângelo (PT) e Roberto Ramos (PL)

 

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