Ônibus terão câmeras de vídeo para inibir assaltos
Câmeras de vídeo serão instaladas nos ônibus de
Belo Horizonte para inibir assaltos e vandalismo. A informação foi
dada pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transporte
Coletivo de Belo Horizonte (Setra-BH), Iraci de Assis Cunha, durante
reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia de Minas,
nesta terça-feira (24/6/2003). Segundo Iraci, dentro de um mês
começam a ser instaladas as 300 primeiras câmeras nas linhas com
maior incidência de assaltos. Portaria da BHTrans que autoriza a
instalação dessas câmeras já existe há dois anos. Segundo o
representante da empresa, Francisco de Assis Maciel, os primeiros
testes indicaram que as câmeras reduziram os assaltos a ônibus em
até 80%.
Outra novidade em estudo pelas empresas para
reduzir a violência no transporte coletivo é o chamado "botão do
pânico", através do qual o motorista ou o cobrador de ônibus pode
acionar a Polícia Militar durante eventuais assaltos. A PM, então,
envia a viatura mais próxima para seguir o ônibus e prender os
assaltantes. "É quase um consenso o fato de que a violência no
transporte coletivo vem aumentando. Estamos convivendo não só com
roubos, mas também com a violência física contra motoristas e
cobradores. Não podemos continuar aceitando isso", justifica
Iraci.
Índices não preocupam - O
comandante de Policiamento da Capital, coronel PM Reinaldo Martins,
reconhece que muitos ônibus são freqüentemente assaltados,
principalmente daquelas linhas que têm ponto final nas imediações de
favelas. Mas, para o comandante, os índices de violência no
transporte coletivo de Belo Horizonte não são tão preocupantes. Ele
mostrou levantamento feito pela PM que demonstra que apenas 0,068%
dos ônibus da capital são assaltados, levando-se em conta o número
de viagens realizadas. Nos táxis, esse índice é de 0,026%, segundo a
PM.
"Esse índice não é tão alarmante assim. Existem
assaltos, mas temos que combatê-los de forma localizada", afirmou o
coronel. Entre essas ações localizadas, Reinaldo Martins citou as
operações Pedágio e Prepaco. A primeira aborda táxis e até
pedestres, para evitar possíveis ações de assaltantes nos pontos
mais críticos da capital. Já na operação Prepaco, policiais embarcam
nos ônibus que trafegam pelas áreas de maior risco, para inibir a
ação dos bandidos. Segundo ele, de janeiro a maio deste ano, foram
presos 142 assaltantes de ônibus, dos quais 11 eram reincidentes. A
PM prendeu, também nos primeiros cinco meses deste ano, 20 ladrões
de táxi.
Sete taxistas mortos neste ano
Não são apenas os motoristas e cobradores de ônibus
que estão sujeitos à violência em Belo Horizonte. Os taxistas também
convivem com constantes assaltos e reclamam da falta de segurança.
De acordo com o presidente do sindicato que congrega os taxistas
(Sincavir), Isaías Pereira, somente nos primeiros cinco meses deste
ano sete motoristas de táxi foram assassinados em serviço. No ano
passado, foram três assassinatos de taxistas. "Muitos motoristas de
táxi estão abandonando a profissão por causa disso", reclamou
Isaías.
Bola da vez - O
representante da BHTrans admite que a situação é grave, mas lembra
que a empresa é apenas a gerenciadora do sistema de transporte
coletivo da capital. Para ele, os ônibus e táxis são os alvos mais
visados pelos assaltantes. "O transporte coletivo é a bola da vez",
disse Francisco de Assis Maciel. Ele listou as principais
iniciativas que vêm sendo tomadas pela empresa para reduzir os
assaltos a ônibus: a bilhetagem eletrônica, que reduz o dinheiro
circulante nos ônibus; a implantação de cofres nos coletivos e a
permissão para o passageiro desembarcar fora do ponto, nos horários
e locais mais perigosos.
Solução - Para o autor do
requerimento para a realização da reunião, deputado Alencar da
Silveira Jr. (PDT), a BHTrans deveria obrigar todas as empresas de
ônibus a instalarem câmeras de vídeo para inibir a ação dos
assaltantes. "A população está assustada, temos que começar a
procurar uma solução", disse. Já os deputados Alberto Bejani (PL) e
Sargento Rodrigues (PDT) defenderam a liberação de mais recursos
para a segurança pública.
O deputado Célio Moreira (PL) disse que, na próxima
reunião, vai apresentar dois requerimentos: um pedindo à BHTrans um
estudo para mudar os pontos finais das linhas mais críticas, e outro
pedindo ao governo do Estado informações sobre o déficit de unidades
prisionais em Minas e sobre a redução nos efetivos das Polícias
Civil e Militar nos últimos dez anos. Foram aprovados sete
requerimentos durante a reunião.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente;
Alberto Bejani (PL), vice; Alencar da Silveira Jr. (PDT), Durval
Ângelo (PT), Célio Moreira (PL), Adalclever Lopes (PMDB) e Irani
Barbosa (PL).
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