Audiência discute construção de hidrelétrica no Triângulo

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa discute nesta quarta-feira (25/6/2003) os i...

24/06/2003 - 16:17
 

Audiência discute construção de hidrelétrica no Triângulo

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa discute nesta quarta-feira (25/6/2003) os impactos da construção da usina hidrelétrica de Capim Branco I e II, durante audiência pública que vai ser realizada às 10 horas, no auditório Cícero Diniz, da Prefeitura de Uberlândia. A usina vai ser construída no Rio Araguari, com a formação de dois lagos, com potencial hidrelétrico calculado em 450 megawatts e investimentos de R$ 750 milhões. A audiência foi pedida pelo deputado Weliton Prado (PT).

A construção vem enfrentando oposição de moradores de Uberlândia, que entraram com ação popular junto à Justiça Federal de Uberlândia, o que motivou o requerimento do deputado. De acordo com Weliton Prado, pessoas ligadas à Universidade Federal de Uberlândia e alguns atingidos pelas desapropriações impetraram a ação, por danos irreparáveis ao meio ambiente. O juiz Lincoln Rodrigues, da 1ª Vara da Justiça Federal, concedeu liminar em setembro do ano passado, impedindo o início das obras. A liminar foi cassada em maio passado.

Megaempreendimento

Já com autorização das obras garantida pela governador Aécio Neves, a construção de Capim Branco I e II completa o ciclo de hidrelétricas no Rio Araguari, que já tem Miranda e Nova Ponte. Serão formados dois lagos, que vão atingir terras de Uberlândia, Araguari e Indianópolis, num total de 63,77 quilômetros quadrados de áreas a serem alagadas. As obras serão efetivadas pelo Consórcio Capim Branco de Energia, formado por cinco empresas: Cemig, Vale do Rio Doce, Companhia Mineira de Metais (do grupo Votorantim), Camargo Correia Cimento e Comercial Agrícola Paineiras (do grupo Suzano de celulose).

As obras devem começar em setembro, com previsão de operação em 2005. A energia elétrica das usinas destina-se ao uso exclusivo da Vale, Companhia Mineira de Metais e Camargo Correia, de acordo com Weliton Prado. O empreendimento prevê a desapropriação de 120 propriedades rurais em Capim Branco I, e 208 em Capim Branco II, num total de 60 famílias, segundo o diretor de meio ambiente da empresa, Celso Castilho. Na fase de construção da hidrelétrica, está prevista a oferta de 2.500 empregos diretos, com aproveitamento de 90% de mão-de-obra da própria região. Ele informou ainda que algumas das propriedades estão sendo apenas arrendadas, porque serão usadas somente para os canteiros de obras, com possibilidade de retorno ao local. Àqueles que terão as terras inundadas está sendo oferecida a possibilidade de escolha da área de reassentamento.

O deputado Weliton Prado disse que a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) negou a licença para o consórcio, por temer danos ambientais, mas que ela acabou sendo concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), que no entanto, exigiu algumas medidas compensatórias, além do consentimento das cidades atingidas.

O deputado destacou ainda que, além dos riscos ambientais, há outras questões que envolvem a construção da hidrelétrica de Capim Branco I e II, como o valor das indenizações, a contratação de mão-de-obra, o pagamento de royalties pela produção da energia às cidades envolvidas, sítios arqueológicos atingidos, bem como benfeitorias feitas em propriedades dentro de áreas de proteção ambiental.

Para a audiência pública foram convidados o secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, João Bosco Senra; o presidente da Cemig, Djalma Morais; o procurador da República, Cléber Eustáquio Neves; o presidente da Feam, Ilmar Bastos Santos; o diretor-geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti; e a advogada especializada em ecologia e meio ambiente, Terezinha de Fátima Ferreira Souto.

 

 

 

 

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