Seminário aprova documento com sugestões para reforma tributária

O documento final do Seminário "Minas na Reforma Tributária", contendo 120 propostas, fruto do trabalho realizado pel...

18/06/2003 - 17:43
 

Seminário aprova documento com sugestões para reforma tributária

O documento final do Seminário "Minas na Reforma Tributária", contendo 120 propostas, fruto do trabalho realizado pelos participantes, será encaminhado na próxima semana ao relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 41/2003, deputado federal Virgílio Guimarães. A votação do documento aconteceu nesta quarta-feira (18/6/2003), no Plenário da Assembléia, quando o texto inicial, com 132 propostas dos quatro grupos de trabalho, teve 32 itens votados em separado, dos quais 12 foram excluídos. "Esse documento é a contribuição da sociedade mineira, uma tentativa de que a reforma do governo federal tenha mais acertos do que erros", afirmou o presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), no encerramento do seminário. Ele recebeu o documento final das mãos do representante da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) na plenária final, Pedro Parizzi.

Os trabalhos da plenária final foram coordenados pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT). As propostas apresentadas são o resultado de dois dias de palestras e debates e também de um trabalho anterior ao seminário, envolvendo a Assembléia Legislativa e 30 instituições apoiadoras do evento. Os grupos constituídos pelas entidades discutiram quatro grandes temas: tributação direta e indireta e capacidade contributiva; desoneração do processo de produção, exportação e investimentos; alterações no ICMS; e alterações na CPMF e outros tributos, importância da tributação justa sobre a renda e outros pontos que não constam na proposta do governo.

Sentimento da sociedade - Durante a discussão das propostas que formariam o documento final, houve opiniões divergentes dentro dos próprios grupos de trabalho, mas o resultado agradou a maioria dos participantes. Na avaliação do coordenador do grupo que discutiu a questão do ICMS, Pedro Parizzi, da Fiemg, o documento aprovado na plenária final representa o sentimento dominante na sociedade e não apenas a vontade das entidades envolvidas. O delegado indicado da Secretaria de Estado da Fazenda, Jefferson Nery Chaves, autor da maioria dos pedidos de destaque no momento da votação final, classificou como "boa" a proposta resultante do seminário, embora tivesse posição contrária à da Fiemg, Sindifisco e outras entidades em vários pontos da proposta.

Retirada da palavra "bem" do texto do ICMS é maior avanço

Na opinião do representante da Fiemg, Pedro Parizzi, o item 98 da proposta que prevê "a exclusão das referências a bens nos dispositivos que se referem à incidência do ICMS, exceto naqueles que tratam da importação" foi o maior avanço proposto no seminário. Segundo interpretação da Fiemg, se a palavra "bem" for mantida no texto da PEC 41, o imposto poderá ser cobrado também do cidadão comum que vender um carro ou geladeira usada.

Outro avanço, na opinião da maioria, está no item 70 da proposta, que prevê que a Constituição Federal deverá estabelecer o princípio da não-cumulatividade do ICMS de forma ampla, vedando qualquer restrição mediante norma infraconstitucional. O representante da Secretaria da Fazenda, Jefferson Nery, confirma que essa medida atende aos anseios das empresas contribuintes, mas preocupa a Secretaria. Na opinião dele, o Estado corre o risco de perder receita com o fim da não-cumulatividade do imposto.

Outro item considerado avanço na proposta retirada do seminário é o de número 74, que prevê a exclusão do limite numérico das alíquotas do ICMS. De acordo com o texto aprovado, o problema do imposto não se relaciona com a existência de mais de cinco percentuais, mas com as diferenças entre os Estados, bastando que as alíquotas sejam uniformes. A limitação a cinco alíquotas dificultaria a adoção da seletividade no imposto, e a tributação diferenciada para segmentos econômicos específicos. No que se refere à CPMF, o texto propõe, em seu item 101, que sejam instituídos mecanismos de compensação da contribuição perante os demais tributos federais ou outras formas de deduzir seu ônus.

Comissão de Representação - durante a plenária final do seminário, foi eleita uma comissão de representação, cujos membros devem se reunir já na próxima terça-feira (24/6/2003) para formatar o documento final e encaminhá-lo ao deputado Virgílio Guimarães. "As propostas também serão entregues a outros deputados e órgãos que possam acolhê-las", disse o presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres.

A comissão ficou assim composta: Antônio de Pádua Silva - Sindifisco/MG; Cláudio Manuel Barreto de Figueiredo - Amagis; Edson Ribeiro Baeta - Ministério Público; Ruy Barbosa Gonçalves - Sindicato dos Contabilistas; Djair Braga Teixeira - Associação dos Pequenos Municípios de Minas Gerais; Edilene Padilha - Força Sindical; Eustáquio Norberto de Almeida - Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais; Ilídio Inácio Alves - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede); Jefferson Nery Chaves - Secretaria da Fazenda; Neusinha Costa - Sindicato dos Economistas de Minas Gerais; Olga Carvalho Hott - Sindicato dos Auditores Fiscais da Previdência Social; Pedro Parizzi - Fiemg; Rodrigo - Unafisco Sindical; Antônio Jorge Freitas Lopes - Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais (Affemg); Cláudio Dias - Associação dos Fiscais da Previdência em Minas Gerais (Anfip/MG); Paulo Jorge dos Santos - Mídia e Direitos Humanos.

 

 

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