Redução da violência depende de mudanças sociais, segundo PM

A redução dos índices de criminalidade em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não depende apenas do r...

12/06/2003 - 17:31
 

Redução da violência depende de mudanças sociais, segundo PM

A redução dos índices de criminalidade em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não depende apenas do reforço no policiamento, mas também de políticas sociais que ataquem as causas da violência. A afirmação foi feita pelo comandante da Polícia Militar naquela cidade, tenente-coronel Marcelo Aleixo, em reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia de Minas nesta quinta-feira (12/6/2003). A audiência pública, que contou com a participação maciça de autoridades locais e da população, foi realizada na Escola Estadual Juscelino Kubitschek, que tem 1,9 mil alunos e sofre com constantes roubos e arrombamentos.

Atendendo a requerimento do deputado Dinis Pinheiro (PL), a reunião teve o objetivo de discutir o aumento da criminalidade em Ibirité, onde o número de homicídios aumentou de 44, em 2000, para 83, em 2001, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Até o final de maio deste ano, foram registrados 11 assassinatos na cidade, que tem 150 mil habitantes. O número total de ocorrências registradas pela Polícia Militar no município, apenas neste ano, é de 539. Deste total, 221 (41%) são assaltos a ônibus. "Ibirité é uma cidade-dormitório, que passa por um crescimento acelerado, e isso vem trazendo muita insegurança para a população", disse Dinis Pinheiro, que criticou a ausência de um posto policial no bairro Durval de Barros, um dos mais violentos da cidade.

O tenente-coronel Marcelo Aleixo esclareceu que a Polícia Militar tem interesse em instalar um posto policial no bairro. Segundo ele, já existem recursos para a construção da nova unidade, e um terreno já foi doado pela prefeitura. Mas faltam homens para fazer o policiamento ostensivo. "Não bastam apenas as instalações físicas, precisamos também de recursos humanos de qualidade", justificou. Segundo o comandante, 19 policiais em formação na Academia Militar serão destacados para Ibirité em outubro, e irão reforçar o policiamento nas ruas da cidade. Marcelo Aleixo frisou, no entanto, que a redução da criminalidade não depende apenas do incremento do número de policiais nas ruas. Ele defendeu também a revisão da legislação penal, que impede a prisão em flagrante por porte de arma, e investimentos na ressocialização dos presos.

Juíza defende reforço na Polícia Civil

Não é apenas a Polícia Militar que sofre com a falta de recursos em Ibirité. De acordo com o delegado da cidade, Nilton de Fátima Miranda, a Polícia Civil tem apenas quatro funcionários na cidade, o que compromete os trabalhos de investigação. "Nossa situação é lamentável", disse. O reforço no contingente da Polícia Civil também foi defendido pela diretora do fórum de Ibirité, Maria Dolores. Segundo ela, foram feitos apenas quatro julgamentos de assassinatos neste ano, embora tenham sido registrados 74 homicídios no ano passado e outros 11 nos primeiros cinco meses de 2003. "Os homicídios não são apurados porque a Polícia Civil tem que fazer a guarda dos presos", disse. Outra medida que Maria Dolores sugeriu para conter a criminalidade é a construção de uma cadeia pública em Ibirité. A atual cadeia da cidade comporta no máximo 70 presos, o que faz com que a juíza tenha que libertar os menos perigosos para dar lugar aos criminosos de maior periculosidade.

Para o prefeito de Ibirité, Antônio Pinheiro, a solução do problema passa pelo aumento da arrecadação da cidade, que foi de R$ 11,6 milhões no ano passado, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda. Ele defendeu mudanças na distribuição de impostos para corrigir distorções, já que muitas cidades pequenas têm arrecadação maior que Ibirité. Já o vereador Romilton Cledmar disse que, para conter a violência, é preciso frear o crescimento desordenado da cidade.

Requerimentos - Foram aprovados três requerimentos. Um deles, de autoria do deputado Dinis Pinheiro, pede uma visita da Comissão ao governador Aécio Neves, para pedir agilidade na instalação de uma companhia independente da PM na cidade, a transformação da delegacia de polícia em seccional e a construção de uma nova cadeia pública em Ibirité.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT) - presidente da comissão, Rogério Correia (PT), Célio Moreira (PL) e Dinis Pinheiro (PL).

 

 

 

 

 

 

 

 

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