PBH e Cemig vão discutir situação de famílias em área de risco

A Cemig e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vão discutir, na próxima terça-feira (10), a situação das famílias que...

03/06/2003 - 16:37
 

PBH e Cemig vão discutir situação de famílias em área de risco

A Cemig e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vão discutir, na próxima terça-feira (10), a situação das famílias que moram embaixo das torres de transmissão de energia no bairro Petrópolis, no Barreiro. A decisão foi tomada nesta terça-feira (3/6/2003), durante reunião da Comissão de Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia de Minas, atendendo a pedido do deputado Célio Moreira (PL), presidente da comissão.

Convocada a requerimento dos deputados Célio Moreira e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), a reunião discutiu a situação das famílias cujas casas ficam próximas às torres de transmissão de energia da Cemig. Convênio firmado entre a empresa e a PBH permitiu a retirada de 21 famílias que moram embaixo das torres. Esse convênio, no entanto, deixou de fora seis famílias que também moram na área de risco. Nas imediações dessas torres, há um campo magnético que pode ser prejudicial à saúde. Além disso, o terreno corre o risco de deslizamento, quando chove.

O engenheiro de Relacionamento Comercial da Cemig, Tarcísio Andrade Neves, disse que as torres, instaladas em 1962, têm 345 mil volts e interligam a subestação de Ribeirão das Neves ao Barreiro. Apesar da importância dessa linha de transmissão, assim que tomou conhecimento do risco das famílias, a Cemig desligou o circuito no local, mantendo-o desligado até hoje, segundo Neves. Outro engenheiro da Cemig, Ricardo Luís, acrescentou que, das 21 famílias cadastradas pela empresa, 14 estão com suas casas abaladas e sete precisarão ser removidas para a instalação de uma nova torre.

Essas famílias já foram retiradas da área, segundo o secretário de Serviços Urbanos da Regional Barreiro da PBH, Euler Silva. Ele disse que, devido às chuvas acima da média, em janeiro, começou a ocorrer o deslizamento de terra, com deslocamento de até um metro nas bases das casas. O problema se agrava porque, cortando o terreno, passa também uma linha de trem da MBR. De acordo com o secretário, esse ramal ferroviário foi construído de modo irregular, uma vez que isso não é permitido em áreas de servidão (próximas às torres). Além do deslizamento, as famílias estavam expostas ao risco de uma descarga elétrica das torres de alta tensão.

Casas no valor de R$ 15 mil

A gerente executiva da Secretaria Municipal de Habitação, Patrícia de Castro Batista, acrescentou que, para resolver o problema de moradia dessas pessoas, a PBH, por meio de seu Programa de Reassentamento em Função de Risco ou de Obras Públicas (Proas), firmou convênio com a Cemig. Esse convênio viabilizou o repasse de R$ 315 mil para as 21 famílias atingidas, o que permite a cada uma comprar uma casa no valor de até R$ 15 mil. Euler Silva reconheceu que, além dessas 21 famílias, existem outras seis que também estão sob as linhas de transmissão e não foram contempladas.

A Cemig não tinha conhecimento dessas seis famílias na área de risco, segundo Tarcísio Neves, mas está disposta a encontrar uma solução para elas. "Vamos avaliar a possibilidade de inclusão dessas famílias no convênio, mas precisamos da parceria com a PBH e a MRS. A solução para esse problema não é unilateral", cobrou o engenheiro.

Deputados cobram providências

O deputado Célio Moreira disse que visitou as famílias na área de servidão da Cemig e constatou a precária situação de suas casas, cheias de rachaduras e com descargas elétricas constantes. "Até mesmo a cidadania foi retirada dessas pessoas", disse. Ele cobrou a solução desse problema por parte da PBH e fez duras críticas à atual administração municipal. "Não concordo em embelezar o centro da cidade enquanto a periferia é penalizada", afirmou.

Já o deputado André Quintão (PT), autor do projeto de lei municipal que criou o Proas, lembrou que, em muitos reassentamentos, as famílias sofrem por ter que deixar os bairros onde têm laços afetivos. A falta de programas de reassentamento foi um dos aspectos criticados pela deputada Ana Maria (PSDB). Para ela, a empresa deveria assumir problemas desse tipo, verificando os terrenos de sua posse e estabelecendo parcerias com os governos municipais.

Crise reduz subvenção social

Outro objetivo da reunião era discutir as alterações nos critérios de concessão de donativos da Cemig para instituições de utilidade pública. O engenheiro de Relacionamento Comercial da empresa, Tarcísio Andrade Neves, esclareceu que a crise do setor energético forçou a redução das verbas destinadas às subvenções sociais. Há 20 anos, a empresa concede descontos na conta de energia de instituições como creches, hospitais filantrópicos e igrejas. Esses descontos variavam entre 100%, para escolas para crianças excepcionais, e 60%, para instituições religiosas, mas tiveram que ser reduzidos para 80% e 48%, respectivamente.

"Após o racionamento de energia, a empresa foi obrigada a fazer uma restrição de investimentos, por isso o teto para a concessão de donativos teve que ser reduzido", explicou. Esse teto, que em 2003 foi fixado em R$ 10 milhões, permite beneficiar 4.578 entidades. Respondendo a indagação do deputado André Quintão, Neves acrescentou que a inclusão de novas instituições beneficiadas está suspensa.

Assentos em agências bancárias

O Projeto de Lei (PL) 119/2003, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que obriga as agências bancárias a instalarem assentos nas filas especiais para idosos, gestantes e deficientes físicos, recebeu parecer favorável da Comissão do Trabalho, também nesta terça-feira. Pelo projeto, os bancos ficam obrigados a instalar, no mínimo, dez cadeiras ou quantidade suficiente para que todos os clientes da fila especial possam ficar sentados enquanto aguardam o atendimento.

O relator, deputado André Quintão, alega que a matéria é de grande alcance social. "A busca pela qualidade do atendimento para pessoas em condições especiais é uma luta importante em todo o País. Fui bancário e sei que o lucro dos banqueiros aumenta a cada ano, enquanto o cidadão sofre com o mau atendimento prestado pelos bancos", disse.

Ele opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo no 1, apresentado pela Comissão de Constituição e Justiça. Esse substitutivo faz alterações no texto, de modo a adequá-lo ao princípio da consolidação das leis, evitando a existência de leis esparsas que tratam do mesmo assunto. Caso aprovado na forma desse substitutivo, a proposição passa a alterar a Lei 10.837/1992, que dispõe sobre o atendimento prioritário a idosos, gestantes e deficientes nas agências bancárias localizadas no Estado.

A comissão aprovou ainda outras nove proposições que dispensam apreciação do Plenário: quatro requerimentos e cinco projetos de lei de declaração de utilidade pública.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Célio Moreita (PL), presidente; Ana Maria (PSDB); e André Quintão (PT).

 

 

 

 

 

 

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