Procurador garante que concurso da Educação não será anulado

Ao prestar esclarecimentos sobre a anulação do concurso da Educação realizado em 2001, na reunião conjunta das Comiss...

29/05/2003 - 16:28
 

Procurador garante que concurso da Educação não será anulado

Ao prestar esclarecimentos sobre a anulação do concurso da Educação realizado em 2001, na reunião conjunta das Comissões de Administração Pública e de Educação, Ciência e Tecnologia, o procurador adjunto do Estado, Humberto Rodrigues Gomes, garantiu que a sentença de 1ª Instância não tem efeito por enquanto. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (29/05/2003), em meio aos esclarecimentos de que o Estado vai recorrer no prazo previsto. Ele disse ainda que acredita que o Tribunal de Justiça vai reformular a sentença.

A reunião foi convocada por requerimento do deputado Adalclever Lopes (PMDB), presidente da Comissão de Educação, para verificar quais medidas o Estado vem tomando após a decisão do juiz Herson Campos Jr., da 4ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, que anulou o concurso para a Secretaria da Educação, realizado em 2001. O concurso foi feito para provimento de 53 mil vagas na Educação. O deputado afirmou desconfiar que o Estado esteja interessado na anulação, já que perdeu prazo de defesa.

Estado vai resolver o problema dos nomeados

Em um longo depoimento, o procurador adjunto, que fez questão de ressaltar sua condição de professor de Química, esclareceu os procedimentos do Estado na ação que foi ajuizada pela Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG), logo depois das primeiras provas. Humberto Rodrigues insistiu que o Estado havia se defendido corretamente na ação. E que a defesa não havia sido "singela", como classificou o deputado Adalclever Lopes, mas adequada à ação. "A ação é que era muito simples, mas depois da sentença ela se tornou complexa".

Após a sentença de anulação, a Procuradoria-Geral do Estado criou um grupo de trabalho para encaminhar a defesa, cujo coordenador é o professor e procurador Humberto Rodrigues. A primeira medida foi interpor um embargo declaratório, ou seja, pedir que o juiz da 4ª Vara clareasse sua sentença. O embargo foi negado, abrindo o caminho para se recorrer ao Tribunal de Justiça, o que deve ser feito em meados de junho, segundo Rodrigues.

Juiz errou - Ele criticou os erros do juiz, e a fragilidade da sentença, especialmente ao tratar o concurso como um só, quando na verdade, foram 1.217 concursos, regidos por um só edital. O edital 01/2001 dispôs sobre a realização de concursos públicos para a Secretaria da Educação. Além disso, ele disse que a sentença contém erros processuais, ao não citar os envolvidos, ou seja, os aprovados no concurso. "Os 53 mil aprovados teriam de ser notificados".

O subsecretário de administração do Sistema de Educação, Gilberto José Rezende dos Santos, disse que a Secretaria de Estado da Educação está interessada em resolver os problemas do concurso o mais rápido possível, e assegurou que a sentença de anulação não trouxe prejuízo para os servidores que já tomaram posse. Quanto à nomeação dos demais aprovados, muitos dos quais já trabalham como designados, Santos declarou que essa decisão não depende só da Secretaria de Educação, mas também da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.

O deputado Domingos Sávio, que presidiu a comissão conjunta, afirmou que os deputados queriam informações para poder tranqüilizar milhares de trabalhadores e seus familiares, que ao ser nomeados, abandonaram empregos anteriores. Adalclever Lopes insistiu em saber se o Estado iria recorrer da sentença. Ele lamentou a ausência de representantes da Secretaria de Gestão e Planejamento, que mandou ofício à Comissão de Administração Pública, dizendo-se representada pela Procuradoria Geral, "onde o assunto estava sendo tratado". O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), autor da subemenda que pediu a presença da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, lembrou que o Estado quer resolver o problema, já que criou a comissão em 15 de maio, através da Resolução 92.

Além de responder aos questionamentos dos deputados, o procurador-adjunto esclareceu várias dúvidas dos aprovados no concurso, que assistiram à reunião. Segundo ele, a defesa do concurso foi iniciada ainda no governo Itamar e continuou a ser feita da mesma forma após a posse de Aécio Neves. "A Procuradoria não é o órgão de defesa dos governadores, mas sim do Estado", justificou. Ele esclareceu ainda que os aprovados que se sentirem prejudicados pela sentença de anulação do concurso também podem entrar com ação na Justiça. Disse também que os recém-nomeados, ainda em estágio probatório, não podem sofrer nenhum tipo de retaliação por conta da sentença de anulação. Ele se colocou à disposição para esclarecer mais dúvidas, dando inclusive seu e-mail para responder às indagações dos servidores.

Maior concurso do Brasil

Números apresentados pelos deputados Adalclever Lopes e Leonardo Quintão (PMDB), e reforçados pelo procurador adjunto, levaram o último a classificar o concurso como o maior realizado no Brasil. Foram oferecidas 53 mil vagas, sendo 25.175 para professor, 2.872 para técnicos, 2.403 para especialistas, entre outros. Concorreram 973.036 pessoas. O concurso foi homologado e foram nomeados 30.809 candidatos aprovados. Os 18.404 ajudantes de serviço aprovados não foram nomeados porque não receberam a homologação, já no governo de Aécio Neves. Outros 1.066 aprovados das outras áreas ainda aguardam nomeação. Segundo Gilberto, alguns cargos, como o de professor de Física, não tiveram todas as vagas preenchidas. Foram oferecidas 1.562 vagas, mas apenas 636 candidatos foram aprovados. Destes, 631 tomaram posse.

Presenças - Participaram da reunião os deputados: Domingos Sávio ( PSDB), que presidiu a comissão conjunta; Adalclever Lopes (PMDB), presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); Weliton Prado (PT); Carlos Pimenta (PDT); Leonardo Quintão (PMDB); Ana Maria (PSDB); e Gilberto Abramo (PMDB).

 

 

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