Entidades querem saber critérios do Servas

Quatro entidades que trabalham com assistência social em Belo Horizonte e Contagem participaram nesta terça-feira (27...

27/05/2003 - 12:20
 

Entidades querem saber critérios do Servas

Quatro entidades que trabalham com assistência social em Belo Horizonte e Contagem participaram nesta terça-feira (27/5/2003), da reunião da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembléia Legislativa de Minas Gerais Convocada para obter informações sobre os programas do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), a reunião transformou-se em depoimentos sobre as dificuldades dos movimentos voluntários de assistência, já que a presidente do Servas não compareceu. Requerimento do deputado André Quintão (PT) solicitando nova reunião, com o mesmo objetivo, foi aprovado.

A presidente do Servas, Andrea Neves da Cunha, encaminhou ofício ao presidente da comissão, deputado Célio Moreira (PL), justificando sua ausência e colocando-se à disposição para nova reunião. Acatando sugestão do vice-presidente do Conselho Estadual de Assistência Social, Ronaldo Sena Camargos, o secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, João Leite, será convidado para o próximo encontro.

Todos lamentaram a ausência de Andrea Neves, mas manifestaram esperança na atuação dela à frente do Servas. André Quintão disse que há um choque entre a Lei de Assistência Social (Loas) e as ações governamentais, recomendando compatibilização entre as duas, principalmente no estabelecimento de políticas públicas de assistência, que devem ter como parceiras o Conselho Estadual de Assistência Social.

A deputada Ana Maria (PSDB) discorreu sobre a relação entre a necessidade de mais assistência social com o aumento do desemprego no País, "fruto em parte da política de juros altos do governo federal". Célio Moreira elogiou o trabalho das entidades presentes, creches, Conselho Vicentino e assistência a dependentes químicos.

Vice-presidente do CEAS critica ação autônoma do Servas

O vice-presidente do Conselho Estadual de Assistência Social, Ronaldo Camargos disse que o Servas tem uma atuação muito independente, não repassando informações sobre recursos que recebe, entidades que atende e os critérios, o que dificulta o trabalho de fiscalização do Conselho. Para ele, a ação autônoma do Servas provoca até mesmo superposição de ações com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social.

O representante da Família Caná, entidade que atua há 20 anos na recuperação de dependentes químicos, Luís Henrique Pena, sugeriu uma parceria mais intensa do governo com as entidades, "que ficam com ônus muito pesados que os recursos próprios não conseguem suprir". A entidade atende atualmente a 130 internos e a fila de espera é muito grande, segundo o diretor, "devido ao aumento assustador do consumo de drogas entre os adolescentes".

A presidente do Movimento de Luta Pró-Creches, Maria Diva Souza dos Santos, destacou que além de alimentação, já garantida em lei para as creches, é preciso haver incentivo para as monitoras que trabalham de 8 a 9 horas, recebendo um salário mínimo e fazendo as atividades de uma professora e de uma assistente social. O presidente do Conselho Vicentino Metropolitano de Contagem, Vicente Parreiras, disse que o problema com os projetos desenvolvidos em parceria com o governo é a falta de continuidade, "um governo começa e o seguinte interrompe". A Sociedade de São Vicente de Paulo atua há 170 anos, está presente em 134 países. Em Minas tem 10 conselhos centrais, 107 conselhos particulares, 917 conferências e atua em 27 municípios.

André Quintão resumiu as preocupações levantadas na reunião: o desconhecimento dos critérios de distribuição das verbas do Servas; a falta de integração da entidade com o Conselho de Assistência Social; a descontinuidade das parcerias e a falta de controle social sobre os recursos disponibilizados para o setor.

Requerimentos aprovados - Além do requerimento que pede nova reunião com o Servas, para conhecer seus programas, principalmente o Minas Solidária, foram aprovados dois outros: um do deputado Célio Moreira, que pede uma audiência pública em Santa Luzia, para discutir os problemas de mercantilização dos asilos da cidade, devendo ser convidados o promotor de Justiça da cidade, o secretário municipal de Saúde e o Conselho Municipal do Idoso. E o requerimento da comissão, que pede informações à Caixa Econômica Federal, sobre a aplicação de recursos oriundos de jogos patrocinados pela entidade.

Presenças - Participaram da reunião os deputados: Célio Moreira (PL), presidente; André Quintão (PT) e as deputadas Ana Maria (PSDB) e Marília Campos (PT). E os convidados: Ronaldo Camargos, pela Conselho de Assistência Social; Maria Diva Souza, Movimento de Luta Pró-Creches; Luis Henrique Pena, diretor da Família Caná; Vicente Parreiras, pelo Conselho Vicentino Metropolitano de Contagem, Neuza Lima, representando a Secretaria Municipal de Assistência Social de Belo Horizonte.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715