Alemg discute uso de recursos da venda de bens e terras do tráfico

Quais os mecanismos a serem adotados pelos governos, a fim de possibilitar o uso para reforma agrária das terras apre...

16/05/2003 - 18:30
 

Alemg discute uso de recursos da venda de bens e terras do tráfico

Quais os mecanismos a serem adotados pelos governos, a fim de possibilitar o uso para reforma agrária das terras apreendidas de organizações criminosas especializadas no tráfico de drogas? Essa é uma das perguntas a serem respondidas na reunião desta segunda-feira (19/5/2003) da Comissão de Segurança Pública da Assembléia. Realizada a requerimento dos deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente, e Rogério Correia (PT), a reunião pretende discutir ações e projetos que possibilitem o uso dos recursos da alienação de terras e bens apreendidos de organizações criminosas ou em decorrência do tráfico. O encontro será às 14h30, no Plenarinho IV.

Segundo o artigo 243 da Constituição Federal, as glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão expropriadas e destinadas ao assentamento de colonos, sem indenização ao proprietário ou prejuízo de outras sanções previstas em lei. O parágrafo único determina que todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.

Convidados - Para a reunião desta segunda-feira, foram convidados o secretário extraordinário para Assuntos de Reforma Agrária, Marcelo Gonçalves; o superintendente-regional do Incra, Marcos Helênio; o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Antônio Nicolau; o delegado titular de Prevenção e Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, Cláudio Dornelas; o chefe da Polícia Civil, Otto Teixeira Filho; o subsecretário de Estado Antidrogas, Elias Murad; o juiz de Direito da Vara de Conflitos Agrários, Cássio Salomé; o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Combate ao Crime Organizado e de Investigação Criminal, procurador André Ubaldino; e o coordenador do MST, Armando Vieira Miranda.

Segundo matéria veiculada pelo jornal Estado de Minas em 28 de abril, a coordenação-geral da Polícia de Repressão a Entorpecentes relacionou, preliminarmente, 46 propriedades rurais em 11 estados do País confiscadas de traficantes, algumas delas desde 1989. Ainda segundo a reportagem, o governo federal pretende fazer um levantamento completo das terras apreendidas - muitas nas mãos de particulares ou abandonadas.

Em Minas, o Incra teria identificado três fazendas no Norte do Estado, em Novo Oriente de Minas, Ladainha e Três Corações - esta última imprópria para fins de reforma agrária. O Incra de Minas também teria buscado, segundo a reportagem, informações na Polícia Federal sobre a situação da Fazenda Ponte Grande, em João Pinheiro, no Noroeste. A propriedade, de 450 hectares, foi apreendida em janeiro, depois da prisão de uma organização com ligações com Medelin, e está sendo reivindicada pelos trabalhadores rurais sem-terra da cidade.

 

 

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