Delegado nega acusação de liberação indevida de motores em Ubá

Em depoimento à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas, nesta segunda-feira (12/5/2003), o ...

12/05/2003 - 18:55
 

Delegado nega acusação de liberação indevida de motores em Ubá

Em depoimento à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas, nesta segunda-feira (12/5/2003), o delegado de Santos Dumont, Edilberto Tadeu Rodrigues, contrariou o depoimento do ex-delegado regional de Ubá, Edson Paschoallini Gazolla. Esse último, afastado do cargo em virtude das denúncias do promotor de Ubá, André Padilha, havia dito aos deputados da comissão, no dia 30 de abril, que não tinha conhecimento da liberação de motores de caminhões adulterados efetuada por Rodrigues, em junho de 1999, na cidade. Edilberto afirmou que foi o delegado Gazolla quem o apresentou à contadora Maura, responsável pela contabilidade de Jorge Peron, dono dos motores. Essa profissional apresentou uma nota fiscal dos motores da empresa Lunicar Comércio Varejista Auto Mecânica Ltda, com sede na cidade do Rio de Janeiro, emitida em favor da loja de Peron, Lojão das Peças Comercial Ltda. A assessoria da comissão, após consultar arquivos da Receita Federal, através do número do CNPJ da Lunicar, constatou, ainda na reunião, que a empresa está funcionando normalmente.

O deputado Alberto Bejani (PL) perguntou ao delegado se este havia verificado a procedência da nota fiscal encaminhada com os motores adulterados, principalmente por se tratar de um documento emitido no Rio de Janeiro, cidade onde o crime organizado já teria se entranhado, segundo o parlamentar. Edilberto Rodrigues negou, dizendo que estava há apenas um mês naquela delegacia e que tinha feito apenas uma avaliação visual da nota, constatando que ela era "perfeita", do ponto de vista formal.

"Liberação de motores é comum nesses casos", afirmou delegado

Já o deputado Sargento Rodrigues (PDT) questionou se não seria precipitado liberar os motores diante dos indícios de atividades ilícitas, como a lixadeira junto com as peças adulteradas. O delegado respondeu que a liberação é comum nesses casos, pois sem os números dos motores (que não constavam também na nota) não há como provar a origem deles e, verificar se foram ou não roubados. Além disso, justificou o delegado, se ele não liberasse, o próprio promotor poderia fazê-lo, o que já teria ocorrido em situações similares, segundo Edilberto Rodrigues. Ele acrescentou que a liberação dos motores não impediu que as investigações sobre Jorge Peron e outros donos de ferros-velhos de Ubá continuassem.

De acordo com o delegado, todos os envolvidos foram ouvidos - como o próprio Peron e o policial militar responsável pela apreensão dos motores. Sargento Rodrigues também questionou preços de motores constantes na nota, como o de um motor Wolksvagen, a pouco mais de R$100. O delegado rebateu dizendo que, apesar de incorreto do ponto de vista fiscal, muitas empresas desse ramo lançam valores abaixo do real para pagarem menos impostos.

Requerimento - A Comissão de Segurança Pública aprovou requerimento do deputado Alberto Bejani, vice-presidente, solicitando que seja encaminhado pedido de providências ao chefe de Polícia Civil, Otto Teixeira Filho, e ao procurador-geral de Justiça, Nedens Ulisses, acompanhado das notas taquigráficas e da documentação sobre as denúncias do promotor de Ubá, André Padilha, contra o delegado Edson Gazolla, e solicitando a realização de mais investigações.

PL 46/03 - Na reunião, foi também aprovado o parecer de primeiro turno, do deputado Sargento Rodrigues (PDT), para o Projeto de Lei 46/2003, que dispõe sobre o cadastramento obrigatório de usuários de telefones celulares pré-pagos. O parecer foi pela aprovação na forma do substitutivo nº 2, em lugar do substitutivo nº 1. O primeiro substitutivo apenas buscava adequar o projeto ao ordenamento jurídico vigente. O substitutivo nº 2 cria a obrigatoriedade, para as empresas prestadoras de serviço de telefonia móvel, de manter cadastro atualizado dos usuários. Além disso, o projeto estabelece multas e outras punições às operadoras desse serviço, aos estabelecimentos comerciais e aos usuários no caso de não-cumprimento da lei. E determina ainda que os recursos financeiros resultantes do recolhimento das multas serão destinados à aquisição de equipamentos de segurança para aparelhar as polícias civil e militar.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PL), vice; e Rogério Correia (PT).

 

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