Workshop na Alemg discute comunicação em tempos de crise

Para ser eficiente, a política de comunicação de uma empresa ou instituição deve agir em conformidade com o verdadeir...

12/05/2003 - 17:48
 

Workshop na Alemg discute comunicação em tempos de crise

Para ser eficiente, a política de comunicação de uma empresa ou instituição deve agir em conformidade com o verdadeiro projeto administrativo dessa organização. Esta foi uma das idéias defendidas nesta segunda-feira (12/5/2003), no último dia do workshop "Poder Legislativo e Comunicação", promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. "A Comunicação não trabalha sozinha nem muda uma empresa. É essencial que o discurso corresponda à realidade", afirmou o chefe de gabinete do deputado Padre João (PT), jornalista Geraldo Melo. Segundo ele, a primeira providência para antecipar crises é detectar possíveis problemas e tentar evitá-los.

Na opinião do consultor e sócio da "Conceito Comunicação", jornalista José Eduardo Gonçalves, a maioria das empresas e instituições passa por um conflito de identidade. De um lado, as empresas privadas, que têm como objetivo principal o lucro, se viram obrigadas a buscar valores como a institucionalização, a responsabilidade social e a transparência. De outro, é exigido das instituições públicas que ofereçam eficiência, sem perder seus valores essenciais.

Poder público está mais exposto a crises

De acordo com o jornalista José Eduardo Gonçalves, é comum a ocorrência de crises no poder público por causa do próprio amadurecimento da democracia, que ampliou o debate e tornou os atores sociais mais expostos. "No caso da Assembléia de Minas, por exemplo, são 77 deputados e cada um representa milhares de eleitores", endossou o gerente-geral de Imprensa e Divulgação da Assembléia, Lúcio Perez.

"O poder público vive sob os holofotes", resumiu o chefe da assessoria de Comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte, jornalista Ananias José de Freitas. Ele relatou diversos casos de conflitos sociais que, para serem resolvidos, contaram com uma política de comunicação forte e ativa da prefeitura. Freitas ressaltou que problemas sérios, como saúde e transporte, ganham ainda maior dimensão em Belo Horizonte, que, além de possuir 2,5 milhões de habitantes, ainda é o pólo de uma região metropolitana, na maioria das vezes, com "condições miseráveis".

Para o secretário de redação do jornal "O Tempo", Ricardo Campos, a cobertura da mídia deve se motivar por interesse público e não por manchetes sensacionalistas, que busquem no escândalo um método de venda. "A imprensa mineira ainda traz mazelas, mas avançou muito nos últimos anos. Não cede mais à prática da pressão para minimizar ou anular conflitos e nem o departamento comercial tem controle sobre a redação", afirmou. Quando a imprensa noticia situações de crise o importante, segundo ele, é divulgar informações rápidas, seguras e centralizadas.

Erros - Na fase de debates, o jornalista Ricardo Campos foi questionado sobre a divulgação de fatos incorretos e que causam estragos à imagem do alvo da notícia. Segundo ele, a apuração precisa sempre ser rigorosa e ouvir todos os lados envolvidos. "Quando há erro, deve-se fazer a retratação da forma adequada. Mas muitas vezes, especialmente em política, o entrevistado reclama simplesmente porque a informação divulgada não foi de seu agrado", opinou. Para o jornalista Geraldo Melo, é preciso haver cuidado na divulgação de um fato: "O estrago de uma informação equivocada pode não ter conserto".

Diretoria de Comunicação e assessorias parlamentares buscam integração

Durante a atividade, o assessor de imprensa de gabinete Wilson Santos entregou um documento ao Diretor de Comunicação Institucional da Assembléia, Ramiro Batista, com a assinatura de 38 assessores. O texto sugere medidas para facilitar a relação entre as partes, como realização de reuniões semestrais e formação de um conselho permanente para "afinar" o discurso institucional. A necessidade dessa integração foi o tema da exposição do diretor ao abrir o workshop, no último dia 5. "Um bom gerenciamento nessa área é essencial para a construção de uma imagem positiva, forte e duradoura da instituição", afirmou Batista, ao apresentar o funcionamento do setor.

Feedback - "O principal ganho desse encontro é a oportunidade de reflexão sobre a prática. No dia-a-dia, ficamos muito presos no fazer", afirmou a assessora de imprensa de gabinete Letícia Nunes, há um mês na Casa. Segundo ela, quem trabalha com comunicação precisa avaliar constantemente suas ações, para tornar o trabalho mais eficiente. Para o chefe de gabinete e relações públicas Jorge Caixeta, é importante que os assessores de imprensa percebam que a prática da assessoria é uma realidade concreta, com resultados visíveis. Ele também considera importante aumentar o contato da Diretoria de Comunicação com as assessorias de gabinetes: "Não adianta falar para fora, sem falar para dentro", disse.

No segundo dia da atividade, os participantes receberam o guia "O ABC da Assessoria de Imprensa para Gabinetes Parlamentares", preparado pela expositora e assessora de deputado, Ricardo Duarte, Lúcia Azevedo. Ela deu dicas para melhorar o contato dos parlamentares com a mídia. A palestrante e assessora de imprensa do deputado federal Eliseu Rezende, Maria Antonieta de Andrade, abordou pontos como a necessidade de se atingir todas as editorias e cuidados que facilitam o contato com a imprensa do interior. A terceira expositora, a relações públicas, Daniela Santiago, explicou como a comunicação dirigida e planejada é essencial para melhor se relacionar com o público.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 3290 7715