Titulares de quatro fundações e um instituto têm pareceres favoráveis

A Comissão especial criada para sabatinar os titulares de cinco fundações e órgãos públicos do Estado aprovou os indi...

08/05/2003 - 22:25
 

Titulares de quatro fundações e um instituto têm pareceres favoráveis

A Comissão especial criada para sabatinar os titulares de cinco fundações e órgãos públicos do Estado aprovou os indicados, após a argüição pública realizada nesta quinta-feira (8/5/2003). A reunião começou com a apresentação do currículo dos dirigentes e uma exposição sobre a situação de cada entidade. Em seguida, os deputados dirigiram perguntas a cada um dos sabatinados. Depois votaram os pareceres do relator, deputado Sidinho do Ferrotaco (PL). Ao final da reunião, a presidente da comissão, deputada Ana Maria (PSDB), anunciou a aprovação dos dirigentes da Fundação João Pinheiro, Amilcar Vianna Martins; Instituto de Geociências Aplicadas (IGA), David Márcio Santos Rodrigues; Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), Caio Nélson Lemos de Carvalho; Fundação de Educação para o Trabalho do Estado de Minas Gerais (Utramig), Major PM Vítor Fernando de Andrade; e Fundação Helena Antipoff, Irene Melo Pinheiro.

Fundação João Pinheiro

O presidente da Fundação João Pinheiro, ex-deputado estadual Amilcar Martins, resumiu o seu currículo de professor de História e passou a destacar as linhas de atuação da entidade, voltadas para a pesquisa, projetos e estudos para a área pública, entidades privadas e não governamentais. A fundação, criada em 1969, conta com 255 funcionários na ativa, 179 aposentados e um orçamento para este ano de R$ 20,41 milhões. São seis núcleos de atuação da João Pinheiro: a Escola de Governo, com cursos de graduação, pós-graduação e mestrado, na área de administração pública; o Centro de Estudos Econômicos e Sociais, responsável pelos estudos do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Estado e do governo federal, e por outros índices como déficit habitacional, criminalidade, finanças dos municípios; Centro de Estatística e Informação, responsável pelas estatísticas oficiais do Estado, como o Produto Interno Bruto (PIB); Centro de Estudos Municipais e Metropolitanos, que elabora diagnósticos dos municípios e planos diretores; Centro de Desenvolvimento em Administração, que oferece a empresas e órgãos públicos, projetos de planos de cargos e salários; e o Centro de Estudos Históricos e Culturais, que tem entre suas responsabilidades a coleção "Mineiriana", sobre a história de Minas, com 31 títulos publicados.

Na sabatina, Sidinho do Ferrotaco perguntou sobre o assessoramento que a Fundação presta à Secretaria do Planejamento e Gestão na preparação do Plano Plurianual. Martins respondeu que vários centros da Fundação estão mobilizados pelo secretário Antônio Anastasia para subsidiar o plano. Também tranquilizou o deputado Weliton Prado (PT) sobre o compromisso de isenção da fundação ao divulgar dados sobre taxas de desemprego, e afirmou que os critérios de pesquisa são técnicos. Ele falou também sobre as fontes de recursos para custeio da entidade. A Leonídio Bouças (PTB), Martins assegurou que não é responsabilidade da Fundação João Pinheiro atribuir aos municípios o Valor Adicionado Fiscal (VAF).

Instituto de Geociências Aplicadas

O titular do IGA, é veterano no órgão, tendo sido seu primeiro presidente quando da criação, em 1972. David Rodrigues é geógrafo com especialização na França, foi professor do Instituto de Geociências da UFMG e pró-reitor da mesma universidade. Foi presidente da Associação Brasileira de Geógrafos, ex-diretor do IEF e está pela quinta vez à frente do instituto. O IGA foi transformado em autarquia em 1997 e agora trabalha com recursos próprios, fruto da parcerias com prefeituras e entidades privadas. Com 61 funcionários, o órgão atua na área de produção cartográfica e geoambiental. David Rodrigues lembrou que a autarquia tem estreito relacionamento com a Assembléia, atuando nas pendências entre municípios com relação a limites territoriais.

Dos cinco dirigentes sabatinados pelo relator, David Márcio é o mais otimista quanto à capacidade do IGA de chegar à autonomia financeira, pagando sua própria folha de R$ 200 mil mensais, além do custeio. A idéia é transformar o órgão em uma agência de informações geocartográficas totalmente informatizada, prestando serviços de aerofotogrametria a prefeituras para atualizar cadastros de condomínios e cartografia para turismo, entre outros. Ao deputado Weliton Prado, esclareceu que o IGA não tem atribuição em meteorologia. Um projeto com recursos japoneses, nesse sentido, teria sido transferido para o IGAM.

CETEC

O engenheiro eletricista Caio Nelson Lemos de Carvalho tem mestrado em computação pela UFMG e pós graduação em engenharia econômica. Trabalhou na Cemig até 1996, quando passou para a iniciativa privada. Foi pesquisador da Eletrobrás e responsável pela expansão dos sistemas de transmissão da Cemig. Caio Nelson apresentou a estrutura do Cetec, instalado numa área de 140 mil m2, com 23 mil m2 de área construída e 54 laboratórios, alguns raros, outros únicos, outros referenciais. Ali trabalham 213 funcionários e bolsistas, sendo 70 pesquisadores com mestrado ou doutorado. O Cetec tem a patente do aço inox colorido, gera recursos com pesquisa de traço metálico em água para hemodiálise e está associado ao projeto Cobre na Companhia Vale do Rio Doce no Pará. O novo presidente quer somar forças com as 12 universidades federais e com a iniciativa privada para criar tecnologia.

Leonídio Bouças indagou sobre a parcela das receitas do Cetec que vem do trabalho dos pesquisadores. Caio Carvalho respondeu que, dos R$ 16,5 milhões do orçamento, R$ 11 milhões vêm do Estado e correspondem à folha de pagamento. Os restantes R$ 4,5 milhões provêm da venda dos serviços de pesquisa, mais meteorologia, inspeção de qualidade de combustíveis, poluição veicular para a Fiat e parceria com o Sebrae.

Fundação de Educação para o Trabalho (Utramig)

O major Vitor Fernando de Andrade, indicado para a Presidência da Utramig, começou sua exposição pelas qualidades da instituição que dirige. Depois explicou que considerava seu currículo pessoal muito modesto para antepô-lo ao da Utramig. Foi metalúrgico em Divinópolis, depois estudou Direito e ingressou na PMMG. Mesmo oficial e com curso de especialização na Fundação João Pinheiro, Andrade fez carreira nas ruas, começando no Batalhão de Choque, onde afirma que desenvolveu sua consciência social.

A Utramig foi criada no molde das escolas técnicas inglesas, de ensinar mesmo a quem não tem instrução formal, em qualquer ramo, ministrando qualquer qualificação. "No Brasil não há instituição nos moldes da Utramig", afirmou. Esclareceu ao deputado Leonídio Bouças que a instituição atua em 142 municípios mais próximos de Belo Horizonte, mas que pode atuar em qualquer lugar do território nacional. Tem apenas 48 funcionários, mas contrata cursos com profissionais renomados, pagando com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Espera gerenciar 50% dos recursos do FAT destinados a Minas.

Sidinho do Ferrotaco sugeriu que a Utramig desse cursos de artesanato, o que seria uma alternativa de renda para o jovem, a dona-de-casa e o aposentado. Sobre parcerias com os projetos Curumim e Toriba para qualificar jovens em situação de risco, destacadas por Weliton Prado, o major respondeu que a PM também vai entrar nessa atividade e que a parceria pretende patrocinar atividades dentro dos aglomerados onde ocorrem conflitos entre gangs. "Precisamos educar e treinar para construir cidadania", definiu o Major Vitor.

Fundação Helena Antipoff

A presidente da comissão, deputada Ana Maria, deixou por último a única mulher do grupo, dizendo que era de propósito para enfatizar o seu papel. Irene de Melo Pinheiro, reconduzida pela terceira vez à presidência da Fundação Helena Antipoff, procurou mostrar o seu papel de concretizar o último projeto da grande educadora, que era o de oferecer cursos superiores no complexo da Fazenda do Rosário. Formada em Geografia e em História, Irene disse que foi "arrastada" para a Psicologia pelo carisma de Dona Helena. Segundo ela, a educadora era uma "predestinada", enquanto ela é apenas "obstinada".

Ela revelou aos deputados que a Fundação depende muito dos recursos públicos para custear sua clínica de Psicologia, a Escola Sandoval Barros, que atende 2.700 alunos, e as oficinas pedagógicas. Mas disse que as mensalidades dos cursos superiores de Psicologia, Educação Rural e Educação Física ajudam a mantê-los. Ela pretende oferecer em breve cursos de Matemática e Ciências Biológicas, e disse que o vestibular de Educação Física foi disputado à razão de sete candidatos por vaga. Irene Pinheiro relatou também seus esforços para conseguir novas parcerias e manter as que possui.

A exposição da professora não foi questionada por nenhum dos deputados. Pelo contrário, recebeu elogios unânimes e uma menção especial do deputado Dinis Pinheiro (PL), que é seu filho. Além de Ana Maria (presidente), Sidinho do Ferrotaco (relator), Leonídio Bouças e Weliton Prado, membros, a reunião registrou também a presença dos deputados Dinis Pinheiro, Ermano Batista (PSDB), Célio Moreira (PL), Marília Campos (PT) e Paulo Piau (sem partido).

 

 

 

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