Projeto altera distribuição de parcela do ICMS para municípios

Devido à ausência dos convidados - secretário da Fazenda, procurador-geral do Estado, procurador-geral de Justiça e p...

07/05/2003 - 18:02
 

Projeto altera distribuição de parcela do ICMS para municípios

Devido à ausência dos convidados - secretário da Fazenda, procurador-geral do Estado, procurador-geral de Justiça e presidente do Tribunal de Contas -, a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária não debateu, nesta quarta-feira (7/5/2003), as providências que foram tomadas pelas autoridades em função das recomendações apontadas no relatório final da CPI do Sistema Financeiro, na Legislatura passada. A reunião iria debater, também, denúncias veiculadas pela imprensa a respeito de irregularidades nas vendas do Bemge e do Credireal e, ainda, na prorrogação de contrato firmado entre o Estado e o banco Itaú. A prorrogação, por mais dez anos, foi efetivada no final do ano. O autor do requerimento solicitando a reunião, deputado Doutor Viana (PFL), insistiu na importância do debate e pediu ao presidente da comissão, deputado Ermano Batista (PSDB), que seja agendada nova data para a audiência.

ICMS - Na reunião, a comissão aprovou pareceres de 1º turno favoráveis a três Projetos de Lei (PLs). O PL 23/2003, do deputado Dinis Pinheiro (PL), que altera os critérios para distribuição da parcela da receita do produto do ICMS destinada aos municípios, recebeu parecer favorável na forma do substitutivo nº 1 apresentado pelo relator, deputado Ermano Batista, ficando prejudicadas as emendas 1 e 2 da Comissão de Constituição e Justiça. Foi rejeitada emenda apresentada pelo deputado Irani Barbosa (PL) que tinha por objetivo beneficiar municípios como Ribeirão das Neves, que têm área de seu território superior a 500 hectares destinada a penitenciárias.

O projeto, que é fruto da Comissão Especial da "Lei Robin Hood", que funcionou na Legislatura passada, propõe a redistribuição do percentual de 4,656% do ICMS arrecadado, que atualmente é rateado com base no Valor Adicionado Fiscal (VAF) do município. Segundo o autor, este critério já é devidamente privilegiado pela Constituição Federal, que determina que, no mínimo, 75% da parcela do ICMS pertencente aos municípios serão distribuídos com base no VAF.

A distribuição de ICMS aos municípios está regulamentada pela Lei Complementar Federal nº 63/90 e pelo artigo 158 da Constituição da República: dos 25% do ICMS e IPI - produtos industrializados exportados - 3/4 (75%) são destinados com base no VAF e 1/4 (25%) conforme dispuser a lei estadual. Em Minas Gerais, a lei que trata da distribuição é a Lei 13.803/2000, que consolidou a legislação anterior, sucedendo a Lei 12.040/95, conhecida como "Lei Robin Hood", e demais leis que a alteravam. O projeto busca, entre outras coisas, promover maior distribuição para critérios considerados sociais. O substitutivo incorpora vários pontos da proposta original, corrige distorções que provocariam queda drástica de receita para alguns municípios e altera diversos outros critérios da lei em vigor. Num levantamento global, dos 853 municípios mineiros 115 têm perda de receita com as mudanças propostas pelo substitutivo, e 738 têm ganho de receita.

Outros pareceres aprovados

A comissão também aprovou parecer de 1º turno favorável ao PL 9/2003, do deputado Leonardo Quintão (PMDB), que dispõe sobre os procedimentos a serem observados nos contratos de serviços terceirizados e fornecimento em que participa a administração pública do Estado. O relator, deputado Irani Barbosa (PL), opinou pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, com a emenda nº 1, da Comissão de Administração Pública. O objetivo do projeto é fazer com que os órgãos da administração pública exijam a comprovação do cumprimento das obrigações tributárias, fiscais e trabalhistas por parte das empresas contratadas para a prestação de serviços terceirizados. O substitutivo nº 1 prevê a responsabilização do gestor do órgão contratante em caso de irregularidade.

Assentamento - Também foi aprovado parecer de 1º turno, do deputado Jayro Lessa (PL), favorável ao PL 17/2003, do deputado Weliton Prado (PT), que trata do assentamento de famílias removidas em decorrência de obras públicas. O relator opinou pela aprovação da matéria na forma do substitutivo nº 1 da Comissão de Justiça. Originalmente, o projeto criava o Programa de Assentamento de Famílias Removidas em Decorrência de Execução de Obras Públicas, para atender famílias ocupantes de áreas de risco, vítimas de calamidades, removidas de suas residências e sem condições de retorno. O substitutivo nº 1 busca atender o objetivo do autor mediante alteração do artigo 5º da Lei 9.444/87, que dispõe sobre as licitações e contratos da administração centralizada e autárquica do Estado, incluindo a obrigação de que se faça constar no projeto básico de obras porventura contratadas, até mesmo nos casos de licitação de concessão de serviço precedida de obra, a desocupação de áreas eventualmente ocupadas, bem como o reassentamento das famílias desalojadas, com a previsão dos custos da referida medida no custo total da contratação.

Pedidos de vista

Ainda na reunião da Comissão de Fiscalização Financeira desta quarta-feira (7), dois projetos deixaram de ser apreciados em virtude de pedidos de vista aos pareceres apresentados. O deputado José Henrique (PMDB), relator do PL 158/2003, do deputado Rogério Correia (PT), que estabelece normas específicas para o licenciamento de estação rádio-base (ERB), microcélulas de telefonia celular móvel e fixa e equipamentos, apresentou parecer favorável ao projeto na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Justiça, com as emendas 1 e 2. Porém, o parecer não chegou a ser votado porque o deputado Irani Barbosa (PL) solicitou vista.

Também não foi votado o parecer sobre o PL 208/2003, do deputado José Milton (PL), que define critérios para correção de débitos tributários em atraso junto ao Tesouro do Estado. O relator, deputado Irani Barbosa, opinou pela rejeição da matéria, mas o deputado José Henrique solicitou vista.

Requerimentos aprovados

A comissão também aprovou três requerimentos de autoria do deputado Jayro Lessa (PL). O primeiro solicita ao Tribunal de Justiça listagem dos precatórios pendentes de pagamento. O segundo pede à Procuradoria-Geral do Estado listagem com o montante e precatórios pagos no exercício de 2002. O terceiro requer, ao BDMG, listagem de devedores, com respectivos valores, das extintas instituições Bemge, Credireal e Minascaixa.

Jayro Lessa também apresentou um quarto requerimento que solicita, à Mesa da Assembléia, a elaboração de projeto de resolução alterando o Regimento Interno no que diz respeito ao processo de tramitação da prestação de contas do governador. O presidente da comissão, deputado Ermano Batista (PSDB), designou o deputado José Henrique (PMDB) para analisar a matéria.

Diligência

O PL 79/2003, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), que autoriza o Poder Executivo a criar concessão especial de recolhimento do ICMS para artefatos de tricotagem, foi convertido em diligência à Secretaria da Fazenda, com solicitação de estudo sobre o impacto financeiro da medida e de nota técnica sobre a viabilidade operacional da proposta.

Presenças - Compareceram à reunião os deputados Ermano Batista (PSDB) - que a presidiu, Jayro Lessa (PL), Chico Simões (PT), Gil Pereira (PP), Irani Barbosa (PL), José Henrique (PMDB) e Sebastião Helvécio (PDT), membros efetivos da comissão, além de Doutor Viana (PFL) e Marília Campos (PT).

 

 

 

 

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