Parecer é favorável à indicação de Mauro Werkema para FCS

Já está em condições de ser apreciada pelo Plenário da Assembléia de Minas a indicação de Mauro Guimarães Werkema par...

06/05/2003 - 19:30
 

Parecer é favorável à indicação de Mauro Werkema para FCS

Já está em condições de ser apreciada pelo Plenário da Assembléia de Minas a indicação de Mauro Guimarães Werkema para dirigir a Fundação Clóvis Salgado (FCS). Foi aprovado, nesta terça-feira (6/5/2003), parecer favorável ao nome de Werkema, que poderá ser, pela terceira vez, o titular da fundação. Ele foi sabatinado, também nesta terça, pelos deputados que integram a comissão especial criada para analisar a indicação de seu nome e de titulares de outros órgãos. A incerteza financeira e os problemas com a evasão de recursos humanos, em função da crise salarial, foram as principais dificuldades citadas por Werkema para conduzir a fundação.

Hoje, 87% da folha de pessoal da Fundação Clóvis Salgado cabe ao Estado. Do orçamento de R$ 12 milhões anuais, R$ 7 milhões são gastos com folha de pagamento; outros R$ 2 milhões são recursos próprios, gerados pelo aluguel dos diversos espaços da fundação e bilheteria, entre outras fontes; e R$ 3 milhões são captados no mercado, por meio de investidores artísticos que se utilizam das leis de incentivo à cultura. Com o anúncio da reforma tributária e com possíveis mudanças nas leis de incentivo à cultura, a incerteza financeira desponta como um dos desafios da gestão da FCS.

Crise - Já a crise salarial tem provocado a saída de bons profissionais. Um músico da Orquestra Sinfônica, por exemplo, recebe hoje cerca de R$ 1,6 mil, enquanto em São Paulo a remuneração pode chegar a R$ 8 mil. Dos 443 funcionários, cerca de 150 são da área administrativa e o restante são da classe artística. Outro problema apontado por Werkema é o fato de músicos e bailarinos serem funcionários públicos. Segundo ele, esta é uma incongruência, já que a profissão de um bailarino, por exemplo, é relativamente curta e seu vínculo com o Estado, permanente.

Todas essas questões foram relatadas por Werkema ao presidente e relator da comissão, deputado Bonifácio Mourão (PSDB), que fez as perguntas iniciais. Outro problema citado é o fato de a organização da FCS ser incompatível com a atividade artística, um mercado competitivo, globalizado e dinâmico. Exemplo disso, afirmou, é o fato de que não se pode vender ingressos para os espetáculos do Palácio das Artes utilizando o sistema de cartões de crédito - incompatível com o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). A criação da Associação Pró-Cultura Palácio das Artes, uma oscip (organização da sociedade civil de interesse público), que tem flexibilidade para captação de recursos e elaboração de projetos, foi citada como caminho para resolver a questão.

Werkema fala sobre problemas em festival de curta-metragem e novos projetos

Respondendo aos questionamentos do deputado Biel Rocha (PT), Werkema confirmou para junho a 5ª edição do Festival Internacional de Curta Metragem e anunciou a realização de solenidade, nesta quarta-feira (7), para celebrar convênios de patrocínio do evento. Usiminas, TIM, Prefeitura de Belo Horizonte são alguns participantes do festival. Já são R$ 440 mil investidos. O deputado Biel Rocha citou reportagens da imprensa sobre dificuldades no processo de captação de recursos e problemas gerenciais na condução do festival. O indicado para titular da FCS reconheceu que houve problemas de controle gerencial na última edição. Acrescentou que uma comissão de análise de projetos averigua a regularidade de repasses de recursos por justificativa técnica, respondendo pergunta sobre repasses à fundação e sobre exoneração ocorrida.

Entre os novos projetos, anunciou que a Fundação Clóvis Salgado vai receber do governo todos os sete galpões da Rede Ferroviária Federal que compõem a Casa do Conde. No que diz respeito à Serraria Souza Pinto, seriam necessários R$ 11 milhões para transformar em centro de eventos os terrenos recebidos na gestão passada, situados entre a Serraria e a Avenida dos Andradas.

Presença - Participaram da reunião os deputados Bonifácio Mourão (PSDB), presidente e relator; Miguel Martini (PSB) e Biel Rocha (PT).

 

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