Aureliano foi um verdadeiro democrata, afirma presidente Mauri
Torres
Faleceu nesta quarta-feira (30/4/2003) o
ex-governador de Minas Gerais Antônio Aureliano Chaves de Mendonça,
que foi também vice-presidente da República, Ministro de Estado,
deputado estadual, deputado federal e secretário de Estado, além de
ter ocupado diversos outros cargos públicos. O corpo será velado no
Palácio da Liberdade, a partir das 20 horas desta quarta-feira, de
onde sai, na quinta-feira (1º/5), às 7 horas, para a cidade de Três
Pontas, sua terra natal. Lá, ele será velado na Igreja Matriz, onde
será realizada missa de corpo presente e, depois, segue para
Itajubá, onde será sepultado às 17 horas.
O reunião de Plenário da tarde desta quarta-feira
(30/4) foi suspensa, em respeito à memória de Aureliano Chaves.
Sobre sua morte, o presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres
(PSDB), se pronunciou com a seguinte declaração:
"A morte do ex-governador Aureliano Chaves é uma
perda irreparável para Minas Gerais e para o Brasil. Sua extensa e
rica biografia, como político e homem público, mostra que ele esteve
presente em momentos decisivos da história do país, de forma
corajosa. Mesmo tendo construído grande parte de sua trajetória
durante o regime militar, quando foi governador de Minas e
vice-presidente da República, não podemos deixar de reconhecê-lo
como um verdadeiro democrata. Foi ele, por exemplo, um dos
articuladores da Aliança Liberal, que viabilizou a candidatura e
eleição de Tancredo Neves à presidência da República. Nos últimos
anos, defendeu posições nacionalistas claras e coerentes com o que
julgava prioritário para o interesse público, fosse do Brasil ou de
Minas Gerais, respaldado exatamente por sua história de homem
respeitado."
DADOS BIOGRÁFICOS
Nascido em 13 de janeiro de 1929, Aureliano Chaves
era engenheiro mecânico e elétrico, com especialização em
Organização Racional do Trabalho e em Segurança e Desenvolvimento.
Foi professor da Universidade Católica de Minas Gerais.
Iniciou sua carreira política no final da década de
1950, quando foi eleito suplente de deputado estadual pela UDN (para
a 4ª Legislatura, 1959-1963), sendo efetivado em 1961. Ele renunciou
ao mandato em outubro de 1962, para ocupar uma diretoria da
Eletrobrás. Iniciava-se aí sua atuação pública ligada ao setor
energético, onde teve destacada atuação até o fim de sua vida. Em
1963, elegeu-se novamente deputado estadual para a 5ª Legislatura
(1963-1967); foi novamente chamado para ocupar um cargo no Executivo
e foi secretário de Estado do governo Magalhães Pinto, primeiramente
na da Educação e depois na de Comunicação e Obras Públicas.
Esteve vinculado a um dos centros de articulação do
movimento que depôs o presidente João Goulart, em 1964. No final de
1965, com a reorganização do quadro partidário no Brasil,
vinculou-se à Arena. Apesar de sua ligação com o regime militar,
votou contra a cassação do mandato do então deputado federal Márcio
Moreira Alves (hoje jornalista), que criticou o governo federal, no
Congresso - o discurso e a cassação deram origem ao Ato
Institucional nº 5 (AI-5).
Em março de 1975, assumiu o governo de Minas
Gerais, indicado pelo então presidente Ernesto Geisel, cuja nome
tinha apoiado para a presidência. Aureliano já começava, com isso, a
externar sua identificação com as correntes políticas progressistas
que pediam o fim do regime militar, a volta do governo civil e
eleições diretas para a presidência da República. Em julho de 1978,
renunciou ao cargo para "concorrer" à vice-presidência da República,
com o general João Figueiredo. O mandato começou em março do ano
seguinte, pelo PDS.
No início de 1985, liderou a transformação da
Frente Liberal em partido político, o Partido da Frente Liberal
(PFL). Em maio de 2001 participou na Assembléia Legislativa do Ato
Contra a Privatização de Furnas e, em junho do mesmo ano, do Ciclo
de Debates "Colapso Energético e Alternativas para a Crise".
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