Comissão vai acompanhar julgamento de assassinato em Sete Lagoas

A Comissão de Direitos Humanos recebeu, nesta quarta-feira (30/4/2003), pedido para que acompanhe o julgamento do ass...

30/04/2003 - 15:29
 

Comissão vai acompanhar julgamento de assassinato em Sete Lagoas

A Comissão de Direitos Humanos recebeu, nesta quarta-feira (30/4/2003), pedido para que acompanhe o julgamento do assassinato do adolescente Luiz Eduardo Nogueira, em Sete Lagoas, em 25 de setembro de 2002. Outro adolescente, R.M.C., é o acusado do crime. A jornalista Delvane de Oliveira, de Sete Lagoas, falou em nome da mãe do assassinado, Xirlene Nogueira, que não pôde prestar depoimento, por estar muito emocionada. Segundo Delvane, a Justiça estaria tentando desqualificar a vítima para inocentar o réu, que continua livre até hoje, estudando, acompanhado de seguranças. A jornalista solicitou que a comissão acompanhe a próxima audiência no Fórum de Sete Lagoas, no dia 20 de maio, às 14 horas. O deputado Durval Ângelo (PT) afirmou que vai propor requerimento para que a comissão de Direitos Humanos compareça à audiência.

Ameaças - Outra denúncia partiu de Cláudia Maria de Jesus, mãe de Leandro, rapaz que teria sido baleado por quatro policiais militares, junto com seu amigo Leonardo, no Morro das Pedras. Nesse bairro, segundo ela, a PM estaria espancando pessoas nas ruas. De acordo com Nívea Ramos, da Frente de Defesa dos Direitos do Povo, Leonardo morreu no local, enquanto Leandro, em recuperação no hospital, estaria recebendo ameaças de policiais, em visita a seu quarto.

Já o soldado da PM Mário Flávio falou que está recebendo ameaças de morte e perseguições, após ter denunciado à Comissão de Direitos Humanos, na última semana, a condenação injusta dos cabos PM Emerson e Pinheiro, por um assalto à Cooperativa de Crédito de Esmeraldas, em 2002. Ele denunciou ainda que o cabo Pinheiro, além de ser transferido, foi ameaçado por policiais que fizeram busca com cães, na cela em que estava. Mário Flávio declarou que corre risco de vida, mas não tem como se proteger. Por precaução, disse que gravou uma fita de vídeo em que cita os nomes dos policiais que estariam por trás das ameaças e dos reais responsáveis pelo crime em Esmeraldas. Para encaminhar as questões envolvendo a PM, Durval Ângelo solicitou à assessoria da comissão que marque audiência dos denunciantes junto à Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público. A comissão aprovou requerimento de visita ao comandante-geral da Polícia Militar, Álvaro Pereira Nicolau, para relatar esses e outros casos envolvendo a corporação.

Condenação injusta - Sebastião Lino de Almeida denunciou ter sido condenado a 14 anos de prisão, em 2000, pela morte de uma jovem em Barão de Cocais, crime que não teria cometido. Ele relatou que, em 1989, quando ocorreu a morte, quatro homens o arrastaram até um carro, levando-o para uma estrada de terra, onde foi espancado. Depois, teria sido deixado no pátio de uma delegacia desativada em Sabará, torturado e jogado numa cela. Após várias sessões de tortura, com aplicação de choque inclusive, Sebastião teria sido obrigado a assinar um documento em que confessava ter matado a jovem. O presidente da comissão disse que quer analisar os documentos sobre o caso.

Requerimentos aprovados por deputados

* Durval Ângelo (PT) - oito requerimentos solicitando: em relação ao falecimento em circunstâncias misteriosas de Wanderlei Alves de Oliveira, no Hospital Dr. João Penido, em Juiz de Fora, em outubro de 2000 - ofícios aos médicos e diretores do hospital Paulo Rogério Moreira e Narciso Pazinatto, pedindo informações sobre o caso e se houve a abertura de sindicância interna para averiguação e o seu resultado; ofício à Auditoria do Ministério da Saúde solicitando informações sobre a apuração do caso; ofício à presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais, Clara de Jesus Marques Andrade solicitando informações sobre o Processo Ético 858/10/2001, instaurado para apurar a conduta profissional do técnico em enfermagem Ivanir Manoel de Oliveira, da enfermeira Mayumi Seito e do enfermeiro Geraldo Lourdes Santos, que atuam no hospital e acompanhavam o caso de Wanderlei Oliveira; audiência pública na Câmara Municipal de Bom Jesus do Galho, em 15 de maio, para apurar questões policiais; três visitas da comissão: em 16 de maio, ao município de Candonga, para ver situação das famílias atingidas por obras da hidrelétrica e apurar denúncia de desaparecimento de João Caetano dos Santos no canteiro de obras; em caráter de urgência, visita à cadeia pública de Monte Sião, para apurar denúncia de prática de tortura no estabelecimento; à cadeia pública de Ponte Nova, em 16/5/2003, para apurar denúncia de superlotação e condições precárias dos presos e averiguação do desfecho da rebelião em 22 de abril; em caráter de urgência, visita ao comandante-geral da PMMG, coronel Álvaro Antônio Nicolau, para pedir agilização na investigação da possível participação de policiais militares da 1ª Companhia Independente de Nova Lima em tortura e espancamento do motoboy Valteir do Carmo de Araújo e do balconista Adriano Moreira Evangelista (os policiais teriam confundido-os com homens que assaltaram o soldado da PM Sérgio Aparecido, na madrugada de 21 de abril;

* Roberto Ramos (PL), pedindo o encaminhamento de ofícios ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado João Paulo Cunha e ao presidente do Senado Federal, senador José Sarney, solicitando agilidade na apreciação do Estatuto dos Povos Indígenas pelo Congresso Nacional;

* Leonardo Quintão (PMDB), pedindo visita ao Projeto Fazenda Liberdade, um trabalho de ressocialização, reeducação e reinserção social, executado na Fazenda Ouro Verde, em Ipaba, por convênio entre a Associação Projeto de Salvação e a Secretaria de Estado de Defesa Social.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente, Roberto Ramos (PL), vice; Mauro Lobo (PSB) e Roberto Carvalho (PT).

 

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