Desenvolvimento do agronegócio é objetivo do IMA

"A saída para o crescimento de Minas Gerais está na retomada do agronegócio", afirmou o diretor-geral do Instituto Mi...

29/04/2003 - 21:54
 

Desenvolvimento do agronegócio é objetivo do IMA

"A saída para o crescimento de Minas Gerais está na retomada do agronegócio", afirmou o diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Altino Rodrigues Neto, durante a reunião da Comissão Especial criada para emitir parecer sobre a indicação de entidades ligadas ao desenvolvimento agrário, nesta terça-feira (29/4/2003). O parecer do deputado Ivair Nogueira (PMDB) foi pela aprovação do nome de Altino Neto para a diretoria geral do IMA e foi aprovado pelos deputados da comissão.

Para garantir o desenvolvimento do agronegócio, Altino Neto, que é médico veterinário formado pela UFMG, e trabalha há 29 anos com defesa sanitária vegetal e animal e com inspeção de produtos, defendeu o combate à febre aftosa. Segundo ele, a doença seria o principal empecilho para o desenvolvimento do setor. "A febre aftosa é grave não só pelo prejuízo para o gado bovino, mas porque ela é um dos indicadores internacionais de qualidade de produção. Assim, enquanto o Brasil não erradicar a doença, estará perdendo mercado e competitividade", explicou ele. O diretor-geral também informou que desde 1996, Minas Gerais tem o título de "área livre de febre aftosa com vacinação". "Como o Estado está em uma posição estratégica, enquanto existirem focos da doença no Norte e no Nordeste do País, teremos que estar vigilantes. Somente depois de dois anos sem o aparecimento de focos nessas regiões, é que poderemos abrir mão da vacinação", acrescentou Altino.

As outras doenças que dificultam a exportação de produtos agropecuários são a Peste Suína Clássica e a Doença de Newcastle, que ataca as aves. Respondendo à pergunta do deputado Luiz Humberto Carneiro(PSDB), o diretor geral do IMA informou que os índices dessa zoonose em Minas Gerais são bastante satisfatórios, se comparados com o resto do país. Enquanto no Estado é de 0,8%, no Brasil esse índice chega a 7%. A outra doença que vem preocupando o Instituto é a Morte Súbita de Citrus, que ocorre nos pomares de laranja. Minas Gerais tem uma produção de 11 milhões de pés da fruta e, segundo o diretor, o Instituto está procurando conter o avanço da doença que já atinge sete municípios.

Certificação é considerada fundamental para o agronegócio

A valorização da certificação dos produtos foi considerada essencial para alavancar a venda para os mercados interno e externo. O diretor do IMA informou que o Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa) também defende a intensificação da certificação de produtos, sobretudo para a exportação. Hoje, são emitidos o Certicafé; o Certibov, considerado o mais elaborado, conferindo qualidade tanto à carne quanto ao leite; e o Certiminas, que certifica a qualidade das cadeias de aves, suínos, banana, cenoura, batata e outros produtos.

Queijo artesanal - O médico veterinário defendeu também a ampliação do prazo de um ano, estabelecido pela Lei 14.185/2002, para que os produtores possam se adaptar às normas de fabricação do queijo Minas artesanal. A Lei 14.185/2002 foi regulamentada pelo decreto 42.545/2002. "Esse prazo não é suficiente para que os pequenos produtores invistam na melhoria da qualidade desses produtos", afirmou Altino. Para o deputado Domingos Sávio (PSDB), a certificação precisa ser valorizada e o pagamento pela quantidade, deveria ser substituído pela qualidade. O deputado acredita que isso só será possível com investimento em pessoal.

O diretor geral do IMA informou que o Instituto conta hoje com um corpo técnico de 1.170 funcionários, com 220 médicos veterinários, 90 engenheiros agrônomos e 300 funcionários de nível técnico. Segundo ele, seria necessária a abertura de um concurso público para preencher cerca de cem vagas. O Instituto tem 503 escritórios locais que atendem a todos os municípios mineiros.

Outro exemplo de situação que, na opinião de Altino, precisa ser revertida para gerar desenvolvimento é o beneficiamento de produtos mineiros por outros estados. Ele citou que, embora Minas seja o maior produtor de café, somente 10% da produção é beneficiada no Estado. Segundo ele, isso ocorre também com o leite, o couro e outros produtos.

Agrotóxicos - Altino Neto disse ainda que o IMA tem aplicado muitas multas por venda de agrotóxicos sem receita. Segundo ele, foi criada uma câmara para discutir a melhoria no controle e no uso do agrotóxico. O diretor informou ainda que o Instituto está fazendo um monitoramento das áreas onde há contaminação.

O deputado Ivair Nogueira perguntou ao veterinário sobre a extinção, segundo a Lei Delegada 80/2003, da diretoria de promoção do IMA. Altino Neto esclareceu que a realização de feiras, exposições agropecuárias e rodeios continua sendo uma atribuição do Instituto, que tem agora uma superintendência e uma divisão para cuidar do assunto. Também o Parque Bolivar Andrade, na Gameleira, continua pertencendo ao patrimônio do IMA.

Os deputados Paulo Piau (sem partido), Doutor Viana (PFL), Jayro Lessa (PL) e José Henrique, bem como os demais parlamentares presentes à reunião, manifestaram sua satisfação pela indicação de Altino Neto para a diretoria geral do IMA. O médico veterinário integrou, em 1974, o Grupo de Erradicação da Febre Aftosa (Gerfa) e fez parte, em 1991, da comissão de estudos para a criação do IMA. O Instituto foi criado em 1992 para fazer a defesa sanitária vegetal e animal, e do consumidor quanto à qualidade dos alimentos, bem como preservar o meio ambiente a saúde pública.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Jayro Lessa (PL), presidente; Ivair Nogueira (PMDB); Luiz Humberto Carneiro (PSDB); Paulo Piau (sem partido); Dalmo Ribeiro Silva (PSDB); Doutor Viana (PFL); Domingos Sávio (PSDB) e José Henrique (PMDB).

 

 

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