Plenário aprova indicados para dirigirem órgãos da
Saúde
O Plenário da Assembléia de Minas aprovou, na
reunião extraordinária da manhã desta quinta-feira (24/4/2003), os
nomes dos três indicados pelo governador para ocuparem a direção de
fundações da área de Saúde. Foram aprovadas as indicações de Anna
Bárbara de Freitas Carneiro Proietti para presidente da Hemominas e
de Carlos Alberto Pereira Gomes e Carlos Mosconi para
superintendentes-gerais da Funed e da Fhemig, respectivamente. A
aprovação da indicação de Maria Coeli Simões Pires para presidente
do Ipsemg ficou para a reunião ordinária, ao mesmo tempo em que o
presidente da Comissão de Administração Pública, deputado Domingos
Sávio (PSDB), anunciou que Coeli será convidada a comparecer à
Assembléia, em 6 de maio, para falar sobre a dívida do
instituto.
A indicada para presidir a Fundação Hemominas, Ana
Bárbara de Freitas Carneiro Proietti, é médica, mestre em
Microbiologia e doutora em Virologia Molecular. Está há 18 anos na
Hemominas. Durante sua sabatina na Assembléia Legislativa, no último
dia 4 de abril, ela admitiu que ainda existem casos de transfusão
"braço-a-braço" em Minas e bancos de sangue particulares que
preocupam a Vigilância Sanitária. Para ela, o melhor rumo para a
Hemominas é fortalecer as unidades existentes e criar unidades
móveis para fazer coletas com o mesmo padrão de qualidade das
fixas.
Carlos Mosconi, indicado para a Fundação Hospitalar
do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é médico e exerceu quatro
mandatos de deputado federal. Foi presidente do Inamps e secretário
de Saúde do Distrito Federal. Durante sua sabatina, informou aos
deputados que a Fhemig existe desde 1977, tem 23 unidades, oferece 3
mil leitos e tem 14 mil funcionários, realizando 5 mil internações e
70 mil consultas por mês. Recebe R$ 52 milhões anuais do SUS e gasta
R$ 350 milhões. A diferença é coberta pelo Tesouro do Estado.
Carlos Alberto Pereira Gomes, indicado para a
Fundação Ezequiel Dias (Funed), é bioquímico especialista em Saúde
Pública. Foi superintendente de Vigilância Sanitária e presidente do
Conselho Regional de Farmácia. Explicou detalhadamente o plano de
recuperação da capacidade de produção de medicamentos da Funed. A
fundação já chegou a fabricar 4 milhões de remédios por dia, mas
passou por anos de sucateamento e há apenas duas semanas retomou sua
capacidade de produção, com 400 mil unidades por dia. Ela é centro
de excelência em produção de soros contra veneno de cobras,
escorpiões e aranhas e agora se prepara para quebrar a fórmula de
cinco medicamentos anti-retrovirais para combate à Aids.
Polêmica sobre o Ipsemg
A votação do nome da indicada para ocupar a
presidência do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de
Minas Gerais (Ipsemg), Maria Coeli Simões Pires, provocou a
interrupção da reunião por duas vezes, depois que o deputado Rogério
Correia (PT) apresentou um requerimento pedindo que a indicada fosse
novamente sabatinada. Correia queria que Maria Coeli explicasse aos
parlamentares a crise do instituto e só posteriormente tivesse seu
nome votado pelo Plenário.
O encaminhamento da votação do requerimento
provocou muitos protestos entre os diversos deputados presentes.
Revezando-se nos microfones, vários parlamentares defenderam Maria
Coeli, destacando sua competência e probidade administrativa. As
bancadas do PDT, PL e PTB manifestaram seu apoio ao nome da indicada
para a presidência do Ipsemg, muitos destacando que a crise é
anterior à gestão de Maria Coeli.
O deputado Rogério Correia pediu, então, a retirada
do requerimento, anunciando antes que foi feito acordo com o líder
do governo, deputado Alberto Pinto Coelho (PPB), a fim de que Maria
Coeli compareça novamente à Assembléia, para falar da dívida com
hospitais do interior e da suspensão dos convênios com prefeituras.
O presidente da Comissão de Administração Pública, deputado Domingos
Sávio (PSDB), informou que ela será convidada a comparecer à
comissão no dia 6 de maio.
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