Empresários defendem previdência privada para servidores públicos

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, disse que ...

15/04/2003 - 16:59
 

Empresários defendem previdência privada para servidores públicos

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira de Abreu, disse que a reforma previdenciária precisa ser feita com urgência, para que o governo não continue a lançar mão de novos impostos com o objetivo de financiar seu déficit. A declaração, sob vaias dos participantes, grande parte de servidores públicos, foi feita nesta terça-feira (15/04/2003), durante o Fórum Técnico sobre a Reforma da Previdência, realizado pela Assembléia Legislativa. No segundo dia de discussões, o empresariado, representado pelas entidades das indústrias, comércio e agropecuária, defendeu a aposentadoria complementar para o serviço público.

Osmani destacou que para cobrir o déficit da Previdência Social, o governo veio criando impostos para o setor produtivo e trabalhadores, citando a Cofins, a CSLL e a CPMF. A primeira é uma contribuição para o financiamento da seguridade social, a segundo é contribuição social sobre o lucro e a CPMF, sobre a movimentação financeira. A Cofins tem alíquota de 3%, a CSLL de 9%, e a CPMF de 0,38%, todas com parte dos recursos destinados à seguridade social.

O dirigente empresarial mostrou que no ano passado, a Cofins arrecadou R$ 51, 3 milhões, a CSLL, R$ 13,3 milhões e a CPMF, R$ 20,3 milhões, com os seguintes repasses para o INSS: do primeiro imposto, R$ 16,6 milhões (32,5%), do segundo R$ 603 milhões (4,5%) e do último R$ 3,5 milhões (17,33%).

Déficit - O representante da Fiemg criticou a diferenciação entre os valores dos benefícios pagos no setor privado e aqueles pagos no setor público, garantindo que o regime dos servidores públicos responde por 76% do déficit da previdência, atendendo a apenas 15% do total de beneficiários. Osmani de Abreu discorreu ainda sobre a situação da previdência mineira, afirmando que em Minas Gerais, a situação é mais grave ainda, com o Estado caminhando para a incapacidade de pagar benefícios nos próximos anos.

Para ele, alguns pontos são básicos na reforma, entre eles, a redução do desequilíbrio fiscal, a manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial a longo prazo, a fixação do mesmo teto de benefícios para os dois regimes, a definição de regras de transição para aqueles que já estão no sistema e a desvinculação entre a previdência e a assistência social e à saúde.

Aposentadorias rurais não são responsáveis pelo déficit

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Gilman Viana Rodrigues, disse que as aposentadorias do setor rural não são as responsáveis pelo déficit previdenciário, "mas o mau-gerenciamento". Para ele, a solução para melhor desempenho do setor seria o recolhimento pela produção e não sobre a folha dos trabalhadores, como é feito hoje, "porque para arrecadar pela folha é preciso a fiscalização em cada estabelecimento rural.

Mesmo admitindo que a contribuição tanto pela folha como pela produção geraria o mesmo percentual de recursos, Gilman enfatizou que o gerenciamento sobre a arrecadação da produção é mais eficaz. O potencial contributivo sobre a folha, considerando-se 4,3 milhões de empregados rurais, com salário médio de R$ 200, daria uma arrecadação de R$ 2,2 bilhões por ano, com alíquota de 20%. Sobre a produção comercializada, considerando-se os 20 principais produtos agrícolas, com valor estimado de arrecadação de R$ 106 bilhões por ano, o valor total arrecadado seria também de R$ 2,2 bilhões por ano, com uma alíquota de 2%, "só que com a possibilidade de evasão nula".

 

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