Representantes do MST trazem reivindicações à
Assembléia
O presidente da Assembléia de Minas, deputado Mauri
Torres (PSDB), recebeu, nesta terça-feira (15/4/2003), juntamente
com o secretário extraordinário de Estado da Reforma Agrária,
Marcelo Gonçalves, e deputados do PT e PCdoB, representantes do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Vanderlei
Martini, falando em nome do grupo, solicitou ao presidente e aos
deputados que conversem com o governador Aécio Neves para que não
seja fechado o diálogo com o MST ao tratar das reintegrações de
posse.
Além disso, os representantes do MST pediram que a
Assembléia crie uma lei estadual proibindo o plantio e
comercialização dos produtos geneticamente modificados, os
transgênicos. O MST buscou também o apoio na negociação da sua pauta
de reivindicações, que será apresentada ao Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas e ao Instituto de
Terras de Minas Gerais (Iter-MG). A preocupação principal dos
coordenadores do MST é quanto ao corte de verbas para a Secretaria
Extraordinária de Estado de Reforma Agrária, que seria da ordem de
70%.
Por último, foi apresentada a denúncia de que, nas
regiões do Triângulo e Leste do Estado, estariam sendo organizadas
milícias armadas para defender propriedades, provocando a morte de
trabalhadores rurais. Vanderlei Martini defendeu junto aos deputados
a instalação de uma CPI para investigar o assunto.
Em resposta às reivindicações, o presidente Mauri
Torres (PSDB) afirmou que a Assembléia sempre esteve aberta ao MST e
que levaria os pedidos ao governador. Ele defendeu também que a
reforma agrária fosse feita de maneira pacífica. Já o secretário
Marcelo Gonçalves disse que, apesar dos cortes, sua pasta já estava
trabalhando pela reforma agrária em várias frentes. Entre elas,
foram destacadas a negociação com empresas ocupantes de terras
devolutas do Estado, a criação de uma vara pelo Ministério Público e
de uma Delegacia pela Polícia Civil voltadas para a reforma agrária.
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