Sabatina aprova nomes da Previdência e fundações da Saúde

Após mais de três horas de sabatina, os deputados da Comissão Especial constituída para avaliar os titulares do Ipsem...

10/04/2003 - 20:28
 

Sabatina aprova nomes da Previdência e fundações da Saúde

Após mais de três horas de sabatina, os deputados da Comissão Especial constituída para avaliar os titulares do Ipsemg, do IPSM, da Fundação Hemominas, da Fhemig e da Funed concluíram, nesta quinta-feira (10/4/2003), que as pessoas indicadas estão inteiramente capacitadas a exercer os cargos. Sete dos deputados efetivos e suplentes da Comissão estiveram presentes, e além deles outros seis deputados acompanharam a reunião e participaram da sabatina. Dezenas de concursados da Fhemig manifestaram-se das galerias, exibindo cartazes exigindo sua nomeação, e sua reivindicação foi incluída na sabatina pelo presidente da Comissão, deputado Sebastião Navarro Vieira (PFL).

A sabatina começou com uma exposição das biografias e da situação atual de cada órgão por parte dos titulares. Maria Coeli Simões Pires, indicada para a presidência do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), é doutora em Direito e Administração e já foi secretária-geral da Mesa da Assembléia. Disse que sua missão à frente do Ipsemg será "nobre e espinhosa", e acredita que o instituto é viável, apesar das dificuldades atuais. Revelou que há 400 mil servidores e um milhão de dependentes recorrendo ao Instituto. Ela defende a implantação de "mecanismos inibitórios" contra procedimentos muito caros e não prioritários como cirurgias estéticas.

Déficit de R$ 300 milhões - Carlos Mosconi, indicado para a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é médico e exerceu quatro mandatos de deputado federal. Foi presidente do Inamps e secretário de Saúde do Distrito Federal. Informou que a Fhemig existe desde 1977, tem 23 unidades, oferece 3 mil leitos e tem 14 mil funcionários, realizando 5 mil internações e 70 mil consultas por mês. Recebe R$ 52 milhões anuais do SUS e gasta R$ 350 milhões. A diferença é coberta pelo Tesouro do Estado.

Antiretrovirais - Carlos Alberto Pereira Gomes, indicado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), é bioquímico especialista em Saúde Pública. Foi superintendente de Vigilância Sanitária e presidente do Conselho Regional de Farmácia. Explicou detalhadamente o plano de recuperação da capacidade da produção de medicamentos da Funed, que já chegou a fabricar 4 milhões de remédios por dia, mas passou por anos de sucateamento e há apenas duas semanas retomou sua capacidade de produção com 400 mil unidades por dia. "Já ampliamos para 1,5 milhão e estamos planejando fornecer 68 produtos, contra 42 do plano de produção anterior", assegurou ele. A Funed é centro de excelência em produção de soros contra veneno de cobras, escorpiões e aranhas, e agora se prepara para quebrar a fórmula de cinco medicamentos antiretrovirais para combate à Aids.

A indicada para presidir a Fundação Hemominas, Ana Bárbara de Freitas Carneiro Proietti, é médica, mestre em Microbiologia e doutora e Virologia Molecular. Está há 18 anos no Hemominas, empenhada em melhorar a qualidade do sangue fornecido à população e aperfeiçoar novos produtos para hemofílicos e diagnóstico para doenças como a anemia falciforme. Admitiu que ainda existem casos de transfusão "braço-a-braço" em Minas e bancos de sangue particulares que preocupam a Vigilância Sanitária. Para ela, o melhor rumo para a Hemominas não é se expandir para o interior, mas fortalecer as unidades existentes e criar unidades móveis para fazer coletas com o mesmo padrão de qualidade das fixas.

Indicado para a presidência do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM), o cel. PM Roberto Rezende, que já estava no cargo desde o governo anterior, acredita que o motivo de sua recondução seja a conclusão do trabalho de modernização administrativa que vem desempenhando. "Compramos R$ 400 mil em computadores para instalar em todos os núcleos da capital e do interior. Quando estivermos on-line, poderemos acompanhar diariamente a emissão de guias para internação e cirurgias, por exemplo, e fazer o processamento das contas". Rezende disse que é errado ver os PMs como privilegiados, e que vai defender sempre a previdência própria da corporação.

Estado cobra, mas não paga - Os principais questionamentos durante a reunião vieram do relator, deputado Fahim Sawan (PSDB), e do deputado Arlen Santiago (PTB). Sawan cobrou da Hemominas um esforço para atingir todos os municípios mineiros, e denunciou a irregularidade no fornecimento de medicamentos pela Funed. Arlen Santiago (PTB) ironizou que a Hemominas cobre dos hospitais cada bolsa de sangue fornecida, inclusive com ameaças jurídicas, e que o Ipsemg não pague os R$ 36 milhões que deve a esses mesmos hospitais. Criticou também a interiorização do atendimento, afirmando que "não há nenhuma unidade da Fhemig de Belo Horizonte até a Bahia".

Dezenas de manifestantes concursados da Fhemig chegaram a tumultuar a reunião com palavras de ordem, e foram advertidos por três vezes pelo presidente Sebastião Navarro Vieira. Como se comportaram adequadamente, Navarro colocou sua reivindicação para Carlos Mosconi. Este explicou que o Estado estava contratando 600 deles, mas que não podia nomeá-los agora para não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outros deputados que participaram da sabatina foram Adelmo Carneiro Leão (PT), Ricardo Duarte (PT) e Célio Moreira (PL). Moreira cobrou o melhor funcionamento do hospital Júlia Kubitschek, no Barreiro, e a reativação do Pronto Socorro de Venda Nova. Ermano Batista (PSDB) apenas elogiou os titulares, que lhe pareceram inteiramente capazes. Além deles, estiveram presentes os deputados José Henrique (PMDB), Antônio Júlio (PMDB), Carlos Pimenta (PDT), Sidinho do Ferrotaco (PL), Domingos Sávio (PSDB) e Neider Moreira (PPS).

 

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