Diretores indicados ao Ipem e à Loteria do Estado são sabatinados

Os indicados a ocupar a direção do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem/MG), José Luiz Foureaux de Souza, e da Loteria ...

10/04/2003 - 17:58
 

Diretores indicados ao Ipem e à Loteria do Estado são sabatinados

Os indicados a ocupar a direção do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem/MG), José Luiz Foureaux de Souza, e da Loteria do Estado, Inácio Luiz Gomes Barros, foram sabatinados, nesta quinta-feira (10/4/2003), pela Comissão Especial criada para opinar sobre o assunto. Os relatores foram os deputados Arlen Santiago (PTB) e Adalclever Lopes (PMDB), respectivamente, que emitiram pareceres favoráveis à indicação, aprovados pela comissão. Também foi aprovado o parecer do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) favorável à indicação de Fernando Sasso para a Administração dos Estádios de Minas Gerais (Ademg), sabatinado na última terça-feira (8). As indicações serão votadas pelo Plenário.

O indicado para a direção do Ipem, José Luiz Foureaux de Souza, já havia presidido a autarquia desde sua criação, em 1997, até 1999. Ao iniciar a argüição pública, o relator e presidente da comissão, deputado Arlen Santiago (PTB), perguntou sobre a expectativa de desempenho das principais atividades do órgão (metrologia e fiscalização), tendo em vista que, dos R$ 9 milhões previstos no orçamento do Instituto para 2003, R$ 6 milhões serão destinados ao pagamento de pessoal, entre outras despesas. O indicado explicou que o Ipem, diferentemente dos demais órgãos públicos, possui receita própria, gerada pelos serviços que presta.

Ipem segue determinações do Inmetro

"Os recursos são liberados trimestralmente pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro)", completou José Luiz de Souza. A deputada Marília Campos pediu mais explicações sobre a estruturação da receita, tendo em vista que, apesar de ser auto-sustentável, o órgão recebe repasses do Estado para pagamento de pessoal inativo. "Esta é a única despesa que o Estado teve que assumir. Todas as demais vêm de recursos federais", explicou o indicado.

O relator questionou se a ligação com o Inmetro possibilita a execução de políticas públicas estaduais. O indicado explicou que, apesar de obedecer a determinações nacionais, o Ipem segue políticas públicas formuladas pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Questionado pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva (sem partido) se o órgão é capaz de atuar em todo o Estado, ele respondeu que o atendimento atinge 95% dos municípios. "O volume de trabalho é grande e a estrutura, pequena. Apesar disso, as metas de trabalho e o orçamento têm sido cumpridos", disse. Segundo o indicado, a transformação do Ipem em autarquia especial, por meio de lei própria, poderia flexibilizar a estrutura, possibilitando ao órgão realizar concurso público.

Deputados perguntam sobre distribuição de subvenções pela Loteria

O destino e os critérios usados pela Loteria de Minas para distribuição de subvenções sociais foram questionados pelo relator, deputado Adalclever Lopes (PMDB) ao indicado para ocupar a direção-geral da autarquia. Inácio Luiz Gomes Barros respondeu que os recursos são voltados para entidades públicas filantrópicas e sem fins lucrativos, secretarias de Estado e órgãos sociais. Segundo ele, até o governo anterior, os critérios eram definidos pela Casa Civil ou pelo presidente da Loteria. A partir de agora, as decisões serão de uma unidade colegiada, composta por cinco membros. A nova estrutura orgânica foi estabelecida pela Lei Delegada 88/2003.

"Os critérios ainda serão discutidos, mas, na minha opinião, o mais importante é que a documentação comprove as condições da entidade, além da situação de pobreza e relevância social da mesma", afirmou. Questionado, ainda pelo relator, sobre a fiscalização do emprego dessas verbas, Barros informou que a Loteria acompanha as obra realizadas e a movimentação bancária das entidades, por meio de cópias de cheques: "Pretendo celebrar convênios com entidades, como os conselhos municipais de assistência social, dando mais transparência à aplicação dos recursos". Ele negou que sejam indispensáveis pedidos políticos para obter subvenções, como perguntou a deputada Marília Campos (PT).

Fundo de Assistência Social - A deputada solicitou também a porcentagem do destino de verbas geradas pela exploração de jogos, Segundo ele, são 80% para saúde, 6% para o Fundo de Assistência Social, 4% para o Servas e o restante, para a área de esportes. Marília Campos sugeriu que a Comissão de Trabalho da Assembléia, da qual é vice-presidente, seja convidada a participar dos debates, ajudando a identificar demandas. O deputado Dalmo Ribeiro Silva (sem partido) também se posicionou favorável à participação da Alemg, de forma a contribuir com a Loteria.

Para deputado, Loteria não deve definir critérios

Durante a sabatina, o deputado André Quintão (PT) ponderou que a Constituição Federal determina comando único das ações de assistência social na União, nos Estados e nos municípios. "A Assembléia de Minas Gerais criou duas leis nesse sentido. A Loteria é uma fonte de arrecadação e financiamento, mas não deveria interferir nos critérios da aplicação dos recursos, até por falta de corpo técnico adequado", afirmou, declarando que a autarquia tem atuado de maneira paralela à legislação. Para ele, essas prioridades devem ser definidas pelos conselhos estaduais. "Internamente, a Loteria poderia determinar os percentuais para cada área", completou. O deputado afirmou que a gestão colegiada pode minimizar o problema, mas não saná-lo.

Problemas - Durante a sabatina, Inácio Luiz Gomes Barros citou os principais problemas que atingem a Loteria, como a falta de condições de concorrer com a Caixa Econômica Federal. Ele ressaltou que existe projeto para criação de uma rede própria para venda de produtos da Loteria. A esse respeito, o deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) lembrou que a Assembléia elaborou projeto de modernização da Loteria e entregou ao antigo governo, que não a utilizou. O deputado fez inúmeras críticas sobre a atuação da autarquia nos últimos anos e ainda defendeu a estadualização dos bingos. "Qualquer loteria precisa de recursos para aplicar no social. O jogo ilegal atende a poucos", resumiu.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Arlen Santiago (PTB), presidente; Marília Campos (PT), vice; Adalclever Lopes (PMDB); Alencar da Silveira Júnior (PDT); André Quintão (PT); Dalmo Ribeiro Silva (sem partido); Leonídio Bouças (PTB); Rêmolo Aloise (sem partido) e Vanessa Lucas (PSDB). O deputado Bilac Pinto, atual secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, também acompanhou a reunião.

 

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