Convênios não foram cancelados, garante deputado
Boa parte dos convênios firmados entre municípios e
a União não foram cancelados, garantiu nesta quarta-feira (9/4/2003)
o deputado Márcio Passos (sem partido), em reunião da Comissão
Especial dos Convênios com a União. A comissão ouviu dois
representantes da Associação Mineira dos Municípios (AMM), que
vieram reclamar do cancelamento dos convênios que contavam com
recursos inscritos em restos a pagar do governo federal. Segundo
Márcio Passos, no entanto, nenhuma obra já iniciada ficará sem os
recursos da União. "As obras iniciadas até 14 de fevereiro de 2002
não tiveram o repasse de recursos cancelado. Já os convênios para
obras que ainda não foram licitadas não foram cancelados, mas apenas
suspensos", assegurou.
O vice-presidente da AMM, Osmando Pereira da Silva,
que é prefeito de Itaúna, reclamou que foi surpreendido com a
decisão do governo federal de suspender a liberação, para os
municípios, de recursos inscritos em restos a pagar em 2003. "Essa
decisão trouxe muitos prejuízos para as prefeituras, pois muitas
delas precisam de recursos para consertar os estragos causados palas
chuvas de janeiro", afirmou. Osmando citou, entre outros exemplos de
sua cidade, as obras de duas quadras de esporte cobertas, orçadas em
R$ 84 mil, que tiveram o repasse de recursos suspenso pelo governo
federal. Munido de um documento do Sistema Integrado de
Administração Financeira (Siafi), o deputado Márcio Passos garantiu
que esse repasse está garantido. "Deve estar havendo um engano.
Esses recursos já foram empenhados, não foram cancelados",
disse.
Convênios podem perder validade
Os restos a pagar de 2003 são recursos que a União
deveria ter repassado para os municípios no ano passado. No final
daquele ano, as verbas que não foram repassadas foram inscritas em
restos a pagar. De acordo com o assessor jurídico da AMM, Alexandre
Alkimim, essas despesas, que já foram empenhadas, têm que ser pagas
até o final deste ano, pois, caso contrário, os convênios firmados
entre municípios e União perdem a validade. Além disso, segundo
Alkimim, o decreto 4.526, emitido no final do ano passado, estaria
cancelando todos os restos a pagar abertos desde 1997, à exceção
daqueles destinados a programas de saúde e serviços públicos
essenciais. "Esse cancelamento não implica a extinção do débito da
União com os municípios. O problema é que existe um prazo de cinco
anos para o pagamento desse débito. Se nada for feito, ele vai ser
extinto e as prefeituras vão ficar sem receber", disse.
O assessor jurídico reclamou que muitos municípios,
ainda que não tenham iniciado as obras, já contrataram serviços de
empresas e precisam honrar seus compromissos. Mesmo assim, para
Alexandre, as prefeituras não devem entrar na Justiça para conseguir
a liberação das verbas previstas nos convênios com a União.
"Orientamos os municípios a pleitearem administrativamente junto ao
governo federal para receberem o que têm direito", disse. O
vice-presidente da AMM fez um apelo para que a Assembléia
Legislativa seja um canal de discussão para sensibilizar o governo
federal sobre a importância desses recursos para os municípios.
Os deputados da comissão disseram que vão se
mobilizar para garantir o repasse de verbas para as prefeituras.
Eles aprovaram três requerimentos do deputado Márcio Passos, que
solicitam à Fundação Nacional de Saúde, Fundo Nacional de Saúde,
Caixa Econômica Federal e ministérios da Integração Nacional,
Cultura, e Previdência Social informações sobre a situação dos
contratos das prefeituras com o governo federal. Da deputada Vanessa
Lucas (PSDB), um requerimento que solicita a todas as prefeituras
mineiras informações sobre as obras conveniadas. "A partir desse
levantamento de informações com os municípios, vamos poder tomar as
providências cabíveis", afirmou a deputada Vanessa Lucas. Também foi
aprovado requerimento da deputada Marília Campos (PT), que convida
representantes da Agência Nacional das Águas a vir prestar
esclarecimentos à comissão.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados Vanessa Lucas (PSDB), relatora; Adalclever
Lopes (PMDB); Jayro Lessa (PL); Márcio Passos (sem partido); Marília
Campos (PT); e Ana Maria (PSDB).
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