BDMG não tem como fiscalizar todas as obras financiadas pelo Somma

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) não tem condições de fiscalizar a execução de todas as obras financ...

09/04/2003 - 10:37
 

BDMG não tem como fiscalizar todas as obras financiadas pelo Somma

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) não tem condições de fiscalizar a execução de todas as obras financiadas com recursos do Fundo Somma, afirmou nesta terça-feira (8/4/2003) o vice-presidente do banco, José Augusto Trópia Reis, durante reunião da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia de Minas. O objetivo da reunião, solicitada pelo deputado Laudelino Augusto (PT), foi discutir os contratos firmados entre o BDMG e os municípios, para liberação de recursos do fundo.

De acordo com Trópia Reis, o Somma (Programa de Saneamento Ambiental, Organização e Modernização dos Municípios) dispõe de R$ 232 milhões, recursos destinados a financiar projetos de saneamento básico e infra-estrutura urbana, beneficiando cerca de 300 municípios. Para receber os recursos do fundo, a prefeitura precisa criar uma comissão para verificar a execução das obras. Além disso, o município tem que firmar um protocolo de intenções, com base no seu limite de endividamento. Esse protocolo é analisado pelo Banco Central (BC), e após sua aprovação, o empréstimo é autorizado.

Uma vez liberados os recursos, o BDMG, segundo Trópia Reis, não tem condições de fazer um acompanhamento mais detalhado da aplicação do dinheiro. "Nós aceitamos a fiscalização feita pelas prefeituras. Para acompanhar de perto a execução das obras, precisaríamos de mais de 300 engenheiros. Realmente o BDMG não tem como fazer uma fiscalização que ateste com rigor todas as especificidades das obras", reconheceu. O vice-presidente do banco, no entanto, defendeu que o Tribunal de Contas, a Assembléia Legislativa e as câmaras municipais desempenhem com rigor seu papel fiscalizador. "Qualquer obra, mesmo as que não são financiadas pelo Fundo Somma, precisam ser acompanhadas por esses órgãos", afirmou.

O vereador de Itajubá, Ulisses Gomes de Oliveira (PT), alegou que a prefeitura daquela cidade negocia com o BDMG um empréstimo de R$ 2,2 milhões, mas o prefeito ainda não encaminhou à Câmara Municipal o projeto técnico com a especificação das obras a serem feitas. O diretor do Departamento de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Urbano do BDMG, Mário José Ferreira, esclareceu que esse contrato ainda não foi assinado, pois até março deste ano, o protocolo de intenções ainda estava sendo analisado pelo BC.

Publicidade em poltronas de ônibus

A comissão aprovou parecer do Projeto de Lei (PL) 33/2003, do deputado Leonardo Moreira (PL), que autoriza a veiculação de publicidade no encosto de cabeça das poltronas dos ônibus intermunicipais. Pela proposta, parte da receita com esses anúncios será destinada a campanhas de conscientização sobre segurança no trânsito. O relator da matéria, deputado Adalclever Lopes (PMDB), opina pela aprovação do projeto com a emenda no 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), alegando que é importante gerar recursos para campanhas educativas de trânsito.

Já o parecer do PL 28/2003, também do deputado Leonardo Moreira, que dispõe sobre a delegação, pelo DER-MG, de serviços de transporte coletivo intermunicipal, não foi votado porque o deputado Sidinho do Ferrotaco (PL) pediu vista. O parecer, do deputado Laudelino Augusto, é pela aprovação do projeto e pela rejeição da emenda no1, da CCJ. A comissão aprovou ainda outros 62 requerimentos solicitando pavimentação de trechos de estradas no Estado.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Gil Pereira (PPB), presidente; Djalma Diniz (PSDB); Laudelino Augusto (PT); Sidinho do Ferrotaco (PL); e Paulo Piau (PFL).

 

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