Deputados defendem necessidade do diploma para exercício do jornalismo

Em comemoração ao Dia do Jornalista, a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa...

07/04/2003 - 17:52
 

Deputados defendem necessidade do diploma para exercício do jornalismo

Em comemoração ao Dia do Jornalista, a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu, nesta segunda-feira (7/4/2003), para debater a regulamentação dessa profissão. O objetivo da reunião foi envolver a Assembléia na mobilização que vem ocorrendo em todo o Brasil, tendo em vista a sentença da juíza Carla Abrantkoski Rister, da 16a Vara Cível Federal de São Paulo, que suspendeu a necessidade do diploma para obtenção do registro de jornalista. O presidente da comissão, deputado Gil Pereira (PPB), disse que a comissão não concorda com a sentença da juíza e ressaltou a importância do jornalista em transmitir os fatos para a sociedade.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Aloísio Lopes, defendeu um debate mais amplo com a sociedade. "Não aceitamos que o questionamento da regulamentação da profissão seja feito no âmbito do Judiciário, mas sim do Legislativo, onde a sociedade tem representação", opinou. O jornalista disse ainda que não é contra o aperfeiçoamento da atividade jornalística e elegeu a regulamentação da profissão como prioridade de luta do sindicato neste ano.

Em relação à sentença da juíza Carla Rister, foi distribuído um Manifesto em Defesa da Profissão, assinado pela Federação Nacional dos Jornalistas, que acredita na confusão que teria sido feita pela juíza entre exercício profissional do jornalismo e direito de expressão. "Enquanto o direito de expressão é inerente à existência da cidadania em qualquer sociedade democrática, é válido para todos, o exercício da profissão atinge tão somente aqueles que utilizam o jornalismo como meio de vida", diz o documento.

Outro ponto de crítica do manifesto é a inexistência, há um ano e meio, de qualquer critério para obtenção de registro de jornalista. O delegado regional do Trabalho, Carlos Calazans, abordou a arbitrariedade da decisão judicial e afirmou: "não vou conceder o registro a quem não tiver formação em jornalismo". O representante da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), Milton Luca de Paula, também informou que a Amirt está solidária com a exigência do diploma para registro profissional e que está enviando pedidos aos associados para só aceitarem jornalistas com esse requisito.

Os deputados Adaclever Lopes (PMDB), Sidinho do Ferrotaco (PL) e Laudelino Augusto (PT) também manifestaram seu repúdio à decisão judicial e seu apoio e solidariedade aos profissionais da categoria.

Conselhos - Durante a reunião, Aloísio Lopes ressaltou a importância de se nomear os integrantes dos conselhos Federal de Jornalismo e Estadual de Comunicação para o aperfeiçoamento da regulamentação da profissão. Segundo ele, o conselho estadual está previsto na Constituição Mineira de 1989, que estabelece a participação de representantes dos jornalistas, do Executivo, do Legislativo e da sociedade para, entre outros, elaborar políticas públicas de comunicação e discutir a interferência dos meios de comunicação na sociedade.

Requerimento - Na reunião, foi aprovado requerimento do deputado Gil Pereira para que seja formulada e enviada às autoridades e aos meios de comunicação moção de repúdio contra a sentença da juíza Carla Rister.

Presenças - Compareceram à reunião os deputados Gil Pereira (PPB), presidente; Adalclever Lopes (PMDB), vice-presidente; Sidinho do Ferrotaco (PL) e Laudelino Augusto (PT). Além deles, participaram o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Aloísio Lopes, e o delegado regional do Trabalho, Carlos Calazans, representando a secretária executiva do Ministério do Trabalho, Sandra Starling.

 

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