Alemg poderá ter CPI para investigar causas do acidente em Cataguases

A presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia, deputada Maria José Haueisen (PT), vai p...

04/04/2003 - 17:30
 

Alemg poderá ter CPI para investigar causas do acidente em Cataguases

A presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia, deputada Maria José Haueisen (PT), vai pedir a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as causas do acidente ecológico em Cataguases, na Zona da Mata. No último final de semana, o vazamento de rejeitos da Indústria Cataguazes de Papel no rio Pomba provocou um desastre ambiental que atingiu cidades de Minas e do Rio de Janeiro. Os integrantes da comissão visitaram a cidade, nesta sexta-feira (4/4/2003), e estiveram na barragem de rejeitos químicos que se rompeu. Além da deputada, vistoriaram o local os deputados da comissão Fábio Avelar (PTB), autor do requerimento que solicitou a viagem; Doutor Ronaldo (PDT), vice-presidente, e Biel Rocha (PT).

Segundo Maria José Haueisen, as 26 assinaturas necessárias para apresentar o requerimento de instalação da CPI começarão a ser colhidas na próxima semana. "A barragem que se rompeu existe há 14 anos e não tem manutenção", constatou. A deputada lembrou ainda que o trabalho dos órgãos ambientais não pode terminar na concessão das licenças, destacando o fato de que órgãos como a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não têm plantões. O Regimento Interno da Assembléia estabelece que a CPI pode determinar diligências, convocar secretário, tomar depoimento de autoridade, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar informações, documentos e serviços, inclusive policiais, e transportar-se aos lugares onde se fizer necessária sua presença.

Balanço da vistoria - Os deputados vistoriaram a área onde está a barragem de rejeitos que se rompeu e causou o acidente ecológico, acompanhados da prefeita Maria Lúcia Mendonça. O entendimento é de que agora é necessário um trabalho conjunto dos dois estados afetados e de técnicos dos órgãos ambientais para as medidas emergenciais. Na avaliação de Fábio Avelar, já foram tomadas providências para contenção da barragem rompida e para retirar a sobrecarga da outra barragem de rejeitos da indústria. A expectativa é de que em 48 horas esteja normalizada a qualidade da água no rio Pomba. Os deputados se encontraram, ainda, com o governador Aécio Neves e com o secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, além da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que esteve na região.

Comissão promoverá audiência pública no dia 16 de abril

A Comissão de Meio Ambiente promoverá, no próximo dia 16 de abril, uma audiência pública com representantes do IEF, Igam, Ibama, Feam, Copasa, Emater e Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, além de diretores da Indústria Cataguazes de Papel, da prefeita de Cataguases e do secretário de Estado de Meio Ambiente. Os autores dos requerimentos que pedem a realização da audiência são os deputados Maria José Haueisen e Biel Rocha.

Mapeamento - A deputada Maria José Haueisen informou, ainda, que a comissão pretende fazer um mapeamento das regiões de Minas onde haja exploração econômica que afete o meio ambiente. Caso esse mapeamento já exista, ele deverá ser acompanhado de perto. Haveria em Minas 2,4 mil barragens de rejeitos químicos. "As pessoas devem entrar em contato com os órgãos ambientais e informar sobre problemas e possíveis irregularidades", completou a deputada, referindo-se a órgãos como a Secretaria de Meio Ambiente, a Feam, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o Ibama, além da própria Comissão de Meio Ambiente da Alemg.

 

 

 

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