Ministra apresenta proposta de um sistema nacional de Meio Ambiente

A integração com todos os segmentos do governo, o diálogo com a sociedade, o uso dos recursos naturais de forma suste...

01/04/2003 - 20:48
 

Ministra apresenta proposta de um sistema nacional de Meio Ambiente

A integração com todos os segmentos do governo, o diálogo com a sociedade, o uso dos recursos naturais de forma sustentável e a criação de um Sistema Nacional de Meio Ambiente, envolvendo municípios, estados e União são os principais pontos da política ambiental que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pretende implementar durante o seu mandato. Ela falou sobre seus planos à frente do Ministério durante visita ao Plenário da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, nesta terça-feira (1º/4/2003). A ministra foi recebida pelo presidente da Casa, deputado Mauri Torres (PSDB); pela presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Maria José Haueisen (PT); pelo 2º-vice-presidente da Mesa, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT); e pelo deputado Gil Pereira (PPB).

A deputada Maria José Haueisen, que conduziu os trabalhos durante a visita da ministra à Assembléia, falou da responsabilidade de Minas Gerais quanto à utilização adequada dos recursos hídricos, já que os principais cursos d'água do País estão em território mineiro. A deputada demonstrou sua preocupação com a falta de suporte governamental necessário para o funcionamento dos Comitês de Bacia. Ela lembrou ainda o trabalho feito pela Assembléia de Minas, na última década, em prol da recuperação das bacias hidrográficas, com a realização de Seminários Legislativos, a elaboração de leis que tratam das políticas nacional e estadual de recursos hídricos e o Movimento Minas em Defesa das Águas, liderado pela Casa, em 2001, envolvendo diversos segmentos da sociedade civil, contra a privatização de Furnas, a desverticalização da Cemig e a transposição das águas do São Francisco, sem os estudos ambientais adequados.

Sistema integrado - A criação de um sistema nacional de Meio Ambiente, integrando os municípios, estados e União e também os órgãos ligados à questão ambiental foi citado pela ministra como uma alternativa para prevenir acidentes como o que ocorreu em Cataguases, nos últimos dias. A ministra afirmou que a empresa responsável pelo vazamento de rejeitos no Rio Pomba não acionou os órgãos ambientais para comunicar o acidente. "É como ver uma gota de veneno caindo no copo do colega e não avisá-lo. Como esse empresário pôde dormir tranqüilo?", disse. O deputado Doutor Ronaldo (PDT) defendeu a realização de um mapeamento preventivo das áreas de risco de contaminação por materiais tóxicos e, se necessário, reforçar as barragens.

A ocupação desordenada do espaço urbano (Agenda Marrom) e a falta de tratamento ambiental adequado na prática da agricultura familiar ou de exportação (Agenda Agroflorestal), também são pontos de preocupação da ministra do Meio Ambiente, que apresentou alguns projetos do Ministério, como o de prevenção a incêndios na Floresta Amazônica.

A ministra encerrou sua participação na reunião de Plenário dizendo que o Parlamento é um espaço privilegiado de discussão das questões ambientais, bem como de fiscalização e cobrança dos órgãos responsáveis. "Meio Ambiente é muito difícil de ser tratado com conseqüência porque, para ser coerente, é preciso comprar briga com todo o mundo. É muito fácil preservar o ambiente no quintal dos outros", finalizou Marina Silva.

Marina Silva chegou à Assembléia acompanhada do presidente da Fundação Zoobotânica de Minas Gerais, Evandro Xavier Gomes; do secretário nacional de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco Senra; do secretário adjunto de Estado de Meio Ambiente, Shelly de Souza Carneiro. O promotor do Meio Ambiente, Jarbas Soares, que também participou da reunião, disse que o Ministério Público tem um projeto de cobrir metade do Estado de Minas Gerais com promotorias especializadas em Meio Ambiente, com ajuda de outros órgãos ambientais.

 

 

 

 

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