Ato pela paz reúne autoridades políticas e religiosas na
Alemg
A reunião ordinária de Plenário da Assembléia
Legislativa foi interrompida nesta quinta-feira (20/03/2003) para a
realização de um ato em favor da paz mundial. A iniciativa,
intitulada "Assembléia pela paz", contou com a participação de
diversas autoridades políticas, religiosas e sindicais. O presidente
da Casa, deputado Mauri Torres (PSDB), citou uma frase do
ex-presidente Juscelino Kubitscheck - "a paz é mais difícil que a
guerra" - para demonstrar que os líderes do século XXI tornaram-se
"presas fáceis para o apelo da guerra".
Mauri Torres disse esperar que o ataque dos Estados
Unidos ao Iraque leve todas as pessoas a uma reflexão. "A guerra,
fora de nossas fronteiras, não significa estarmos confortavelmente
alheios às suas conseqüências". "Que nosso dia-a-dia aprenda a
resistir a todas as violências e que possamos, neste tempo de
adversidades, reaprender o que valem os sentimentos da fraternidade,
da lealdade e do respeito pelas diferenças".
Falando em árabe, o embaixador da Palestina, Musa
Amer Odeh, agradeceu a iniciativa da Assembléia e alertou para o
fato de que não é só o povo iraquiano quem corre perigo neste
momento, e sim toda a humanidade. Segundo Odeh, os Estados Unidos
desrespeitaram a Organização das Nações Unidas (ONU) ao decidirem
atacar o Iraque, e isso trará conseqüências para o mundo
inteiro.
Na opinião do embaixador, o presidente
norte-americano, George W. Bush, mente ao colocar seu país como um
inimigo do terrorismo mundial. Segundo ele, na verdade foram os
próprios Estados Unidos quem criaram esse terrorismo, na medida em
que financiaram Osama Bin Laden para resistir à invasão da ex-União
Soviética no Afeganistão. Odeh ainda cumprimentou o papa João Paulo
II pelo discurso pela paz.
Participantes fazem alerta
Outros participantes do "Assembléia pela paz"
mantiveram o tom de críticas aos Estados Unidos. O ex-deputado
federal e futuro embaixador brasileiro em Cuba, Tilden Santiago,
disse que os EUA já invadiram o Vietnã, o Camboja e outros países, e
no futuro o mesmo pode ocorrer com o Brasil. O bispo auxiliar
metropolitano, Dom Décio Zandonade, elogiou a iniciativa da
Assembléia Legislativa e disse que o momento serve de alerta para a
construção da paz.
O deputado Antônio Genaro (PFL) disse que a guerra
é uma insanidade e pediu humildade aos governantes, porque "aquele
que quer obter o poder a qualquer custo representa um perigo muito
grande". O bispo Ricardo Chambarelli Santos, representante da Igreja
Universal do Reino de Deus, fez uma oração em favor da paz. "Vamos
unir o que temos de mais precioso, que é a nossa fé", pediu o
religioso.
O presidente da Câmara dos Vereadores de Belo
Horizonte, Betinho Duarte, informou que suspendeu a reunião
ordinária desta quinta-feira (20) da Câmara para que os
parlamentares municipais pudessem participar do ato pela paz na
Assembléia. Ele acusou o presidente dos EUA de querer transformar o
mundo em um grande faroeste. "O mundo quer a paz, quer acabar com a
fome e a miséria", disse ele, argumentando que o dinheiro gasto
pelos Estados Unidos na guerra contra o Iraque seria suficiente para
eliminar a fome no planeta.
Também se pronunciaram o diretor da Federação de
Entidades Árabes Brasileiras, Rubnes Abdul Al Saoud Schalim; o
delegado regional do Trabalho em Minas Gerais, Carlos Calazans; o
diretor da Executiva Nacional da CUT, Gilson Luiz Reis; e o
ex-deputado Marco Régis.
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