Bancada feminina discute defesa dos direitos da mulher

As atividades para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e a programação de trabalho das de...

25/02/2003 - 20:51
 

Bancada feminina discute defesa dos direitos da mulher

As atividades para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e a programação de trabalho das deputadas foram a pauta da primeira reunião da bancada feminina da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (25/2/2003). Nesse primeiro encontro, a bancada feminina -- a maior da história do Parlamento Mineiro -- decidiu apresentar um requerimento solicitando a realização de uma reunião especial em comemoração ao Dia da Mulher, no dia 13 de março, às 14 horas.

O grupo, formado por nove parlamentares, já que a deputada Elbe Brandão (PSDB) afastou-se para dirigir a Secretaria Extraordinária de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, também aprovou a proposta de visitar órgãos ligados a Segurança Pública. As deputadas pretendem pedir o reforço dos órgãos que atuam no combate à violência contra a mulher e a realização de seminários sobre esse tema dentro das polícias. Além disso, vão exigir a solução para o caso das mulheres desaparecidas em Belo Horizonte desde março de 1999. "Nesse dia, queremos reforçar todas as iniciativas em defesa da mulher", explicou a deputada Jô Moraes (PCdoB).

Propostas de realização de audiências públicas sobre violência e discriminação contra a mulher também receberam apoio das parlamentares presentes na reunião. A deputada Vanessa Lucas (PSDB), que já atuou junto a delegacias de mulheres, lembrou que 70% das mulheres vítimas de agressões, que chegam a fazer a denúncia, voltam à delegacia para retirar a queixa. Segundo a parlamentar, esse seria um sinal de que as mulheres não querem deixar a família e que o caminho seria buscar a solução do conflito que gera a agressão e não a separação do casal.

Trabalho supra-partidário - As deputadas decidiram realizar reuniões trimestrais de avaliação e acompanhamento dos projetos relativos à mulher. "O primeiro passo será o levantamento dos projetos aprovados e não regulamentados. Depois, queremos iniciar uma discussão dos projetos de cada uma das deputadas, visando um apoio recíproco", explicou a deputada Moraes. A deputada Ana Maria (PSDB) acrescentou que o trabalho de defesa da mulher, realizado pela bancada, deve ser supra-partidário.

A deputada Maria Olívia (PSDB) acredita que a união das parlamentares vai assegurar maior espaço no Legislativo, e melhores condições de cobrar agilidade na tramitação de projetos de interesse das mulheres. Ao final da reunião, as deputadas se encontraram com o presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB), que manifestou seu apoio às propostas defendidas por elas.

Evolução da participação feminina na Assembléia

Durante as quatro primeiras legislaturas, a Assembléia foi exclusivamente masculina. Só em 1963 as mulheres conquistam presença no Parlamento, e foi uma dupla estréia: Maria Pena (PTB) e Marta Nair Monteiro (PDC). Maria Pena se reelegeu para o período seguinte. Em 1975 foi a vez de Júnia Marise (MDB), que se tornou a primeira mulher a assumir cargo na Mesa Diretora da Assembléia. Júnia chegou também a senadora e vice-governadora de Minas.

Na 9ª legislatura não houve mulheres. Em 1983, apenas Vera Coutinho (PMDB). Na eleição de 86, a participação feminina se tornou mais forte, com Maria Elvira (PMDB) e Sandra Starling (PT). Em 89, Maria José Haueisen entrou como suplente do PT e não saiu mais. Está em seu quinto mandato consecutivo.

Na eleição de 1990, o povo elegeu três mulheres: Elisa Alves, Maria Elvira e Maria José. Dois anos depois, entrou Maria Olívia (PTB) como suplente, e também consolidou-se como liderança ininterrupta até os dias de hoje. Na eleição seguinte, em 1994, a bancada feminina reduziu-se a Maria José e Maria Olívia, mas em 1995 entrou Elbe Brandão, uma jovem suplente do PSDB, que ficou até o final do mandato.

Na eleição de 1998, Elbe retornou como deputada titular. Foi a primeira deputada a dar à luz durante o mandato. Sua filha se chama Sara. Além dela, reelegeram-se Maria José e Maria Olívia. Elegeu-se também a policial Elaine Matozinhos (PSB), que foi a primeira delegada de mulheres de Minas. A deputada Maria Tereza Lara, hoje efetiva, passou um período como suplente nessa legislatura.

Ao todo, a lista de mulheres parlamentares, nas legislaturas anteriores à atual, tem apenas 12 nomes, sem contar Isabel do Nascimento, que entrou por pequeno período após a morte do deputado Jorge Hannas. Dessas 12 deputadas, quatro estão no grupo atual.

Presenças - Participaram da reunião as deputadas Lúcia Pacífico (PTB), Maria Olívia (PSDB), Ana Maria (PSDB), Marília Campos (PT), Jô Moraes (PCdoB), Vanessa Lucas (PSDB), Maria Tereza Lara (PT) e Maria José Haueisen (PT)

 

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