Discurso de posse do governador Aécio Neves

Belo Horizonte, 1o de janeiro de 2003 Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais Senhoras e senhores deputados ...

01/01/2003 - 15:05
 

Discurso de posse do governador Aécio Neves

Belo Horizonte, 1o de janeiro de 2003

Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais

Senhoras e senhores deputados

Senhoras e senhores,

Senhor Presidente,

Estou diante de Vossas Excelências, senhores parlamentares, a fim de reafirmar o meu compromisso de governar o Estado de acordo com sua Constituição e suas leis. Esse ato é mais do que a repetição de um rito protocolar. Ele evoca o mais antigo pacto social, o que estabeleceu a ordem e a justiça nas comunidades humanas. O parlamento representa a continuidade do processo eleitoral, por representar a expressão da vontade popular, constantemente aferida pelos seus delegados diretos.

Venho, como sabem Vossas Excelências, do Parlamento Nacional, onde representei o povo mineiro nos últimos 16 anos. Essa experiência, ao me conferir o respeito pela instituição, autoriza-me a postular uma aliança sólida entre o Palácio da Liberdade e essa Casa, a fim de que Minas possa retomar sua palavra na vida política nacional, e, cumprir, assim, os seus deveres para com a Pátria.

Como sabem Vossas Excelências, meu pai e meus avós pertenceram a esse Parlamento. Essa circunstância acrescenta emoção pessoal ao meu respeito e aos meus deveres constitucionais para com a Assembléia Legislativa de Minas.

Senhores deputados,

Os próximos quatro anos exigirão, novos sacrifícios da sociedade brasileira, e Minas contribuirá com elevada quota de trabalho e austeridade. Como sabem vossas excelências, o mundo inteiro reacomoda a sua economia e as suas idéias políticas, depois das mudanças bruscas provocadas pela globalização da última década.

Temos que partir da idéia clara de que os maiores interessados no desenvolvimento econômico e social de um país são os seus próprios cidadãos. Essa verdade singela impõe a união dos esforços do poder legislativo e do poder executivo na criação das condições para que todos os homens e mulheres de Minas tenham acesso ao trabalho e ao bem-estar. Conto com o apoio de vossas excelências às iniciativas que, para isso, o Estado irá tomar.

O êxito de nossa ação de governo, pelo qual trabalharei com obstinação, depende de uma parceria entre essa Casa e o Palácio da Liberdade. Democrata, não contesto o direito da Oposição; pelo contrário, nela confio, no sentido de que as suas críticas podem ajudar o governo a cumprir os seus deveres. Mas estou absolutamente convencido de que estamos, em Minas e no Brasil, entrando em um período de responsabilidades políticas e administrativas graves, que reclamam o esforço e a contribuição de todos, sejam governo, sejam oposição.

É com este sentimento de amor a Minas e de respeito aos valores de nossa tradição, que chefiarei o poder executivo do Estado. Do alto de nossas montanhas, saberei defender os interesses da gente mineira, com a firmeza que nunca faltou aos nossos homens públicos .

Sabemos que não há projeto de desenvolvimento econômico e social no Brasil que não tenha, nos recursos humanos e naturais de Minas, os seus pilares. Por isso mesmo, Minas se fará ouvir e fará com que sua opinião tenha força nas decisões nacionais. Não queremos conduzir ninguém, mas tampouco aceitamos condutores.

Tenho como uma das tarefas políticas fundamentais de meu governo a restauração dos direitos federativos dos Estados brasileiros. Lembro, a propósito, a frase definidora de Tancredo Neves: sem federação, não há República. Minas, mais do que qualquer outro Estado, tem sofrido com a concentração do poder em Brasília. E Minas, mais do que outro Estado, em razão de sua história e de seu caráter, tem o dever de promover a restauração do pacto federativo no nacional.

Há muitos anos que o poder central se esqueceu do compromisso inicial da República, de respeitar a autonomia dos municípios e dos Estados. União pressupõe a igualdade das partes. Se algumas partes se sobrepuserem a outras, não há união, mas, sim submissão. Se não formos capazes de restaurar, e já, o pacto federativo, a integridade nacional estará ameaçada pelos aventureiros que sempre se nutrem dos ressentimentos regionais.

Grande é a responsabilidade de Minas, como o estado que ocupa o centro histórico e geográfico do País, nessa busca do equilíbrio de poder entre os entes federados, e dela não nos esquivaremos.

Nessa luta, como em todas as outras, em favor do povo de nosso Estado e de todos os outros estados brasileiros, estou certo de que os parlamentares mineiros e o governador do Estado estarão unidos.

Que Deus nos ilumine.

Muito obrigado.

 

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